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Food addiction

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Abstract(s)

Introduction: Obesity is a modifiable risk factor with an ever-increasing impact on morbity and mortality worldwide. Efforts to prevent obesity and promote weight loss, like the Direcção-Geral de Saúde’s (National Board of Health - DGS) Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável (National Program for the Promotion of Healthy Eating - PNPAS), have yet to prove their effectiveness. This dissertation reviews recent studies on the impact of food, over-eating and obesity on known neuroanatomical structures of addiction and how the concept of food addiction and addictive processes in eating could impact clinical practice. What is addiction? The definition of addiction has been broadened, both by scientific literature and popular media to accommodate for new “addictive disorders”. Known addiction disorders act on the limbic system, whose dopaminergic circuitry is responsible for prediction of reward and reward value. In these disorders, reduction of dopamine receptors DRD2/3 availability and of dopamine release has been described and could translate into a blunted response of the emotional reinforcement circuitry and justify symptoms of withdrawal and tolerance (SRAD pharmacological criteria 10 and 11). Observing these alterations in obese and over-eating individuals could provide significant evidence to the concept of food addiction and provide a new therapeutical target for the treatment and prevention of obesity. Evidence for food addiction: Several types of studies have been found: 1) Neuroimaging studies testing DA release and/or DRD2/3/4 availability; 2) studies using neuroimaging and DA agonists or antagonists; 3) genetic testing on DRD2 like receptors genes; 4) studies using self-assessment reports and/or scales in different populations. Across the first 3 types of studies small sample sizes were used and results were inconsistent between each study, making it difficult to describe a consistent model for addiction-like behaviour in eating and to validate the concept of food addiction. However, the constant differences observed in dopaminergic pathways between either obese and non-obese or over-eaters and normal eaters, show an undeniable influence of reward and emotion on feeding behaviours and how such mechanisms could undermine motivation and ability to regulate diet and lose weight. Clinical Implications: The Yale Food Addiction Scale was developed as a diagnostic tool, based on the DSM-5 criteria for SRAD. Studies using the YFAS across different populations showed inconsistent results, supporting the findings of the previously mentioned studies. Additionally, Riva et al developed a therapeutic approach based on addiction and compared it in a clinical trial with two other medically managed intensive inpatient obesity treatments. No differences were observed in the effectiveness of the three approaches. However, they all showed greater weight loss than the control group, indicating that obese patients could largely benefit from an intensive medically and psychologically managed therapeutic approach. Conclusion: Further research is needed to clarify if and how addiction could impact eating behaviour. Even though, self-assessment scoring scales like the YFAS are greatly put into question, the development of a new, non-addiction-based tool could help differentiate which patients would benefit from a more classical approach of dietary and nutritional counselling,and which patients would benefit from specific psychological counselling, targeting the emotional and behavioural aspects of eating.
Introdução: A obesidade é um factor de risco modificável com crescente impacto global na morbilidade e mortalidade. A eficácia de medidas para prevenir e tratar a obesidade, como o Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável da Direcção-Geral de Saúde, está ainda por estabelecer. Esta tese revê literatura recente sobre o impacto de alimentos, alimentação compulsiva e obesidade em estruturas neuroanatómicas associadas a processos de dependência e como o conceito de dependência/compulsão alimentar pode influenciar a prática clínica. O que é dependência? A definição de dependência tem sido alargada para incluir novas perturbações de dependência, tanto pela comunidade científica como pela comunicação social. Perturbações de dependência associadas ao uso de substâncias atuam no sistema límbico, cujos circuitos dopaminérgicos estão associados à previsão de recompensa e do seu valor subjetivo. Nestas perturbações de dependência, foi observada a diminuição da expressão dos recetores de dopamina DRD2/3 e da libertação de dopamina, o que pode indicar uma resposta diminuída dos circuitos de reforço emocional e justificar sintomas de abstinência e tolerância (Critérios farmacológicos de SRAD 10 e 11). A observação destas alterações em indivíduos obesos ou com alimentação compulsiva poderia contribuir para a validação da existência de dependência em alimentação excessiva/compulsiva e demonstrar novas áreas de intervenção terapêutica na obesidade. Evidências científicas para dependência em alimentação excessiva/compulsiva: Vários tipos de estudo foram encontrados: 1) estudos da libertação de dopamina e da disponibilidade de receptores DRD2/3 em estruturas límbicas, especialmente no estriado ventral e núcleos da base, através de neuroimagiologia; 2) estudos dos efeitos de agonistas e antagonistas dopaminérgicos; 3) estudos de polimorfismos genéticos em receptores dopaminérgicos; 4) estudos com escalas e questionários de auto-avaliação de sintomas de dependência/compulsão alimentar. Os três primeiros tipos de estudo usaram maioritariamente amostras de pequenas dimensões e apresentaram resultados inconsistentes entre si, dificultando a definição de um modelo neuropatológico de dependência associado a obesidade. Contudo, estudos que compararam populações com e sem obesidade ou populações com e sem alimentação compulsiva, mostraram diferenças significativas nas vias dopaminérgicas, o que indica uma forte influência de mecanismos emocionais e de recompensa em comportamentos alimentares, nomeadamente na motivação e capacidade de controlar dieta e peso. Implicações clínicas: A Yale Food Addiction Scale foi desenvolvida como ferramenta de diagnóstico, baseada nos critérios de Substance-Related Addictive Disorders do DSM-5. Estudos com a aplicação desta ferramenta entre diferentes populações demonstraram resultados inconsistentes entre si, corroborando o padrão observado nos estudos acima mencionados. Adicionalmente, Riva et al, desenvolveram um programa terapêutico baseado em tratamentos de perturbações de dependência e compararam-no num ensaio clínico com outros dois tratamentos de acompanhamento médico intensivo. Embora não tenham sido observadas diferenças estaticamente significativas entre os três tratamentos, todos resultaram em maior perca de peso que no grupo de controlo (grupo com aconselhamento nutricional e de exercício, sem acompanhamento médico), indicando que alguns pacientes obesos poderão ter melhores resultados com um tratamento médico e psicológico continuado. Conclusão: São necessários mais estudos para esclarecer a relação entre distúrbios de dependência e comportamento alimentar. Ainda que a validade de ferramentas de auto-avaliação como a YFAS seja incerta, o desenvolvimento de novas ferramentas de diagnóstico, não baseadas em modelos de dependência, poderia contribuir para a diferenciação de pacientes de acordo com a etiologia da sua obesidade e distinguir quais beneficiariam mais de acompanhamento médico e psicológico especializado.

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