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Abstract(s)
Integrados no espaço europeu de Bolonha, o ensino e a aprendizagem da
Psicologia assumem hoje, em Portugal, como nos restantes países europeus, o
objectivo de orientar os currículos universitários para o treino profissional de
competências (Programa Leonardo da Vinci, 2001). Foi deste contexto que se
começaram a construir as bases do Diploma do Psicólogo Europeu, ou EuroPsy,
também no âmbito do Programa Leonardo da Vinci. Os seus autores, sobre a égide da
Federação Europeia de Associações de Psicólogos (EFPA, em inglês), à luz das
Declarações de Sorbonne (1998) e Bolonha (1999) e também das exigências
científicas, técnicas e económicas que a actualidade exige aos profissionais da
Psicologia, estipularam os pressupostos de mobilidade transnacional e prestação de
serviços de elevada qualidade, indispensáveis para a construção do espaço europeu
da Psicologia.
No sentido de fazer encontrar os caminhos das diferentes Universidades
europeias que leccionam a Psicologia, foi definido um conjunto de competências, bem
como determinada a formação superior mínima de 5 anos, conducentes à obtenção do
diploma referido e consequentemente ao exercício lícito da profissão de psicólogo.
O conjunto de competências distingue-se em dois grandes grupos: o das
competências primárias e o das secundárias ou capacitantes. No grupo das primárias,
podemos encontrar 20 competências gerais que todos os psicólogos devem
evidenciar, agrupadas, por sua vez, em 6 categorias que se relacionam com papéis
profissionais, nomeadamente a (1) especificação de objectivos, a (2) avaliação prévia,
o (3) desenvolvimento, a (4) intervenção, a (5) avaliação posterior e a (6)
comunicação. No grupo das competências secundárias, encontramos um conjunto de
nove categorias que se relacionam com o exercício da profissão em geral e que o
psicólogo deve evidenciar através da prática das competências primárias,
nomeadamente, a (1) estratégia profissional, o (2) desenvolvimento profissional
contínuo, as (3) relações profissionais, a (4) pesquisa e desenvolvimento, o (5)
marketing e “venda”, a (6) gestão de clientes, a (7) gestão da prática, a (8) garantia da
qualidade e a (9) auto-reflexão. O treino das competências e a capacidade da sua
prática flexível e dinâmica assumem-se, portanto, como o indicador da atribuição do
Diploma de Psicólogo Europeu e, consequentemente, da elegibilidade para se ser ou
não psicólogo.
Neste âmbito, o Mestrado em Psicologia da Universidade da Beira Interior
traça-se assentando em três pilares fundamentais intimamente ligados ao diploma
descrito: a (1) avaliação, a (2) intervenção e a (3) investigação psicológicas. No que concerne à avaliação psicológica, Meyer et al. (2001), numa meta-análise abrangente,
concluíram que a testagem psicológica apresenta uma forte validade, comparável à
avaliação médica e quando diversificada produz informação única, indispensável e de
elevada fiabilidade para a intervenção. Esta, por sua vez, define-se muito pelos
campos da Psicologia aplicada e resulta, talvez, no campo de maior expressão social
e científica da Psicologia, em geral. Por último, a investigação, liga-se quer à avaliação
psicológica, pela coincidência de instrumentos, quer à intervenção, como base
fundamentada das estratégias utilizadas.
Desenvolver e praticar as competências inerentes a avaliar, intervir e investigar
foram e são, portanto, os objectivos primários do estágio e investigação que
descrevemos e sobre as quais reflectimos neste relatório, que é composto por quatro
capítulos. No capítulo I, caracterizamos a Escola onde o estágio se desenvolveu,
descrevendo e reflectindo quer sobre as suas características materiais, quer sobre as
características humanas. No capítulo II, relatamos e analisamos as diferentes acções
de avaliação e intervenção, individual e em grupo, que promovemos junto dos alunos.
O capítulo III descreve ainda as acções de intervenção indirecta, isto é, as actividades
que desenvolvemos junto de pais, docentes e pessoal não docente. O capítulo IV, por
último, descreve a investigação sobre as abordagens ao estudo em alunos de Ensino
Superior, tomando como amostra os alunos de 1.º ano da UBI. A estrutura utilizada foi
escolhida do sentido de facilitar a compreensão das actividades desenvolvidas do
ponto de vista da população-alvo que se pretendia avaliar, estudar ou intervir: a
comunidade educativa no primeiro capítulo, os alunos no segundo, os diferentes
agentes educativos no terceiro e, por último, no quarto capítulo, os alunos
universitários, uma população escolar diferenciada, não directamente ligada às
actividades de estágio, mas com igual pertinência para o campo da investigação em
Psicologia da Educação.
Em síntese, pretendemos que este documento reflicta as experiências de
aprendizagem, quer no que concerne a resultados, ou seja, o produto na nossa acção,
quer no que concerne a processos, isto é, de que forma desenhámos e construímos
os caminhos e os percorremos, vencendo obstáculos, no sentido de atingir os
produtos desejados.
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Keywords
Ensino secundário Serviço de psicologia e orientação
