Faculdade de Ciências da Saúde
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Browsing Faculdade de Ciências da Saúde by advisor "Águeda, Ana Filipa Rocha"
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- Análise e caracterização de uma população de doentes com osteoporose seguida na consulta de Reumatologia/Doenças Osteometabólicas da Unidade Local de Saúde da Cova da Beira - Estudo observacional retrospetivoPublication . Ribeiro, Maria Miguel Silva; Águeda, Ana Filipa Rocha; Oliveira, Margarida Isabel Dias Alexandre; Vaz, Sandra Cristina de PintoIntrodução: A osteoporose é uma doença caracterizada pela diminuição da densidade mineral óssea e pela deterioração da microarquitetura do tecido ósseo, tornando os ossos mais frágeis e suscetíveis a fraturas. Representa uma das principais doenças crónicas da atualidade. Dada a sua prevalência a nível mundial e nacional, consideramos pertinente analisar e caracterizar a população de doentes com osteoporose seguida na consulta de reumatologia/doenças osteometabólicas da Unidade Local de Saúde da Cova da Beira por faixa etária e sexo, de forma a possibilitar uma melhoria da prestação de cuidados de saúde. Materiais e métodos: O estudo é observacional, longitudinal e retrospetivo. A recolha de dados foi conduzida mediante consulta dos registos clínicos dos doentes no SClínico. A análise estatística foi realizada com recurso ao programa Statistical Package for the Social Sciences, tendo sido efetuada a análise descritiva dos dados (médias, desvios padrão, valores máximos e mínimos, frequências e percentagens) e a análise inferencial com recurso a Teste-T emparelhado, teste paramétrico ANOVA, testes não paramétricos de Wilcoxon e Kruskal-Wallis e regressões. Resultados: A amostra é constituída por 177 doentes, seguidos durante uma média de 29,20 meses. Destes, 32 (18,10%) apresentam idade inferior a 65 anos e 145 (81,90%) idade igual ou superior a 65 anos, sendo 156 (88,14%) do sexo feminino e 21 (11,86%) do sexo masculino. Houve uma redução significativa no número de novas fraturas de fragilidade após a implementação do tratamento osteoporótico (151 versus 78), no entanto houve refraturas em 7 (3,95%) doentes. A maioria dos doentes foi tratado com bifosfonatos (70,98%), e entre estes, 14 (30,43%) apresentaram falência terapêutica. Não se verificou falência terapêutica em doentes tratados com denosumab ou teriparatide. Verificou-se que o primeiro tratamento anti osteoporótico teve impacto nas fraturas de fragilidade das vértebras dorsais e em outras localizações. Observaram-se diferenças positivas, estatisticamente significativas, entre os valores de DMO e T-score da coluna lombar e DMO do colo do fémur antes e durante seguimento, não havendo superioridade de uma classe terapêutica sobre outra na contribuição para este aumento. Verificaram-se associações médias moderadas (valores de 0,566 e 0,603, respetivamente) entre fraturas de fragilidade nas vértebras dorsais e lombares e o desenvolvimento de dor na região correspondente. Também se identificou uma associação entre fraturas de fragilidade femoral e mobilidade reduzida (valor= 0,391). Realizou-se uma regressão linear múltipla que demonstrou uma correlação baixa (coeficiente de determinação de 0,282), mas significativa, entre o número total de fraturas de fragilidade, DEXA da coluna lombar inicial (DMO, T-score e Z-score) e total de fatores de risco não modificáveis, no entanto não é possível realizar inferências para outras populações. Conclusão: Nesta amostra, composta por 177 doentes diagnosticados com osteoporose, predominam mulheres com idade igual ou superior a 65 anos. A implementação do tratamento anti osteoporótico resultou numa redução significativa do número de novas fraturas de fragilidade, sendo os bifosfonatos a terapêutica farmacológica predominante. A dor e a diminuição da mobilidade foram as complicações associadas às fraturas de fragilidade, ressaltando a necessidade de abordagens terapêuticas multidisciplinares e abrangentes no tratamento destes doentes. Neste estudo, verificou se a associação de fraturas de fragilidade com os resultados da densitometria óssea da coluna lombar inicial (DMO, T-score e Z-score) e o total de fatores de risco não modificáveis, não sendo possível comprovar, nesta amostra, a associação com outras variáveis. Recomenda-se que investigações futuras tenham uma base de dados mais alargada de forma a progredir-se na análise, nomeadamente com avaliação de preditores de fratura e de aumento de mortalidade, bem como análise diferencial entre doentes com e sem refratura.
- Melhorando o prognóstico do doente urémico: aplicabilidade e perspetivas futuras no diagnóstico da doença óssea metabólicaPublication . Barata, Maria José Luís; Belino, Carolina Lã; Águeda, Ana Filipa Rocha; Oliveira, Margarida Isabel Dias AlexandreIntrodução: A prevalência da doença renal crónica (DRC) tem aumentado ao longo dos anos, sendo considerada uma das mais impactantes doenças não comunicáveis mundiais. Com a progressão desta patologia, uma das alterações observadas corresponde aos distúrbios minerais e ósseos, que apresentam um significativo impacto prognóstico. O diagnóstico destes distúrbios pode ser realizado através de métodos invasivos e não invasivos. Objetivo: Avaliar o papel dos métodos de diagnóstico não invasivos (biomarcadores e exames de imagem) e invasivos (biópsia óssea) nos distúrbios minerais e ósseos associados à DRC (DMO-DRC), com o intuito de melhorar o diagnóstico e prognóstico. Material e Métodos: Foram incluídos registos cujo foco de estudo foram os DMO-DRC e os exames complementares de diagnóstico não invasivo ou invasivo. Foi realizada pesquisa em duas bases de dados, Pubmed/Medline e Embase, e utilizado software Endnote para organizar os registos. A equipa de revisores realizou de forma independente um screening de títulos e abstracts e por último uma leitura completa dos artigos potencialmente elegíveis. A ferramenta NIH (National Heart, Lung, and Blood Institute) permitiu avaliar a qualidade dos estudos. Resultados: Foram incluídos 49 estudos: 8 com doentes em estadio 1-5, 30 com doentes em diálise, 3 com transplantados renais e 8 com categorias mistas. Foram obtidos dados referentes a 10 biomarcadores e encontradas correlações entre os biomarcadores e a capacidade diagnóstica de DMO-DRC e eventos adversos associados. De relevo, a paratormona (PTH) correlacionou-se com o turnover ósseo em doentes dialisados e transplantados, e com a doença óssea adinâmica (DOA), em dialisados. A paratormona intacta (iPTH), também se correlacionou com o turnover ósseo, nomeadamente na identificação de DOA nos doentes dialisados e categoria mista. A fosfatase alcalina óssea correlacionou-se com o turnover ósseo e perda de massa óssea ao longo dos estadios da DRC tendo sido útil na diferenciação da DOA na fase pré-dialítica. Já a fosfatase alcalina total (FAT) correlacionou-se com o turnover ósseo em hemodialisados. Foi evidenciada correlação entre biomarcadores FGF-23, OPG, FA (níveis elevados) e PTH e iPTH (níveis elevados ou diminuídos) e eventos adversos como mortalidade aumentada. A iPTH e a esclerostina demonstraram correlação com as calcificações vasculares em hemodialisados, iPTH reduzida foi associada a aumento das calcificações no arco aórtico, em população de categoria mista e de estadio 3-4. Dos exames de imagem analisados, em dialisados, a tomografia por emissão de positrões com 18F-Fluoreto de Sódio (18F-NaF PET) possibilitou diferenciar pacientes com baixo turnover ósseo de não baixo turnover, a quantitative computed tomography evidenciou capacidade na avaliação de perda óssea na anca e o trabecular bone score apresentou menor valor em doentes em diálise comparativamente a indivíduos saudáveis. Discussão: Nesta revisão foi evidenciada a capacidade diagnóstica e prognóstica dos biomarcadores, e relação com eventos adversos e calcificações vasculares. Os exames de imagem demonstraram utilidade como método diagnóstico não invasivo. Apesar dos resultados obtidos estes carecem ainda de maior validação em estudos subsequentes. Conclusão: Os resultados obtidos estimulam a criação de algoritmos auxiliadores de diagnóstico e de decisão terapêutica, através da conjugação de scores de calcificação e biomarcadores, bem como a própria combinação de biomarcadores, com objetivo final de obtenção de um diagnóstico preciso, precoce e instituição tratamento adequado.
- Resultados Reportados pelos Doentes em ReumatologiaPublication . Afonso, Ana Marta Leitão; Oliveira, Margarida Isabel Dias Alexandre; Águeda, Ana Filipa RochaO espetro de doenças reumáticas atualmente conhecidas é vasto e a sua apresentação clínica é complexa e desafiante, não existindo, à data, nenhum método auxiliar de diagnóstico que, sozinho, consiga substituir o médico no ato de as diagnosticar. Assim, o diagnóstico das diferentes doenças reumáticas baseia-se essencialmente na realização de uma história clínica e exame objetivo pormenorizados, complementados com estudo analítico e imagiológico. Contudo, a dor e as limitações funcionais são queixas frequentes nos doentes reumatológicos e a sua mensuração é muitas vezes complexa. Nos anos 80, começou a constatar-se a importância das informações reportadas pelos doentes, “Patient Reported Outcomes” (PRO), e começaram a desenvolver-se questionários de auto-preenchimento, fornecidos ao doente, na tentativa de compreender todas as implicações que a doença tem na sua vida pessoal, social, laboral e emocional. Por esta visão privilegiada, estes questionários foram ganhando progressivamente mais importância, existindo, atualmente, três grandes grupos de instrumentos de avaliação de resultados reportados pelos doentes: instrumentos genéricos, instrumentos específicos de sintoma ou domínio e os instrumentos específicos de doença ou população. Assim, hoje compreende-se que a avaliação clínica, baseada no exame objetivo e exames complementares de diagnóstico, e a avaliação da doença e do estado de saúde pelo próprio doente são absolutamente complementares. Em doentes com artrite reumatóide, por exemplo, uma das doenças reumáticas em que os resultados reportados pelos doentes têm sido mais estudados, são usados atualmente, na prática clínica, índices de atividade da doença, que integram não só componentes objetivos, dependentes da avaliação do médico e de valores laboratoriais, mas também a componente subjetiva de avaliação da dor e da doença pelo doente. Estes instrumentos, por contemplarem as duas vertentes, contribuem para delinear intervenções terapêuticas mais empáticas e abrangentes e, que se acredita, com mais sucesso global. Contudo, ainda é necessário adequar os questionários que integram estes índices àquelas que parecem ser grandes necessidades dos doentes: adequado controlo da dor, melhoria da fadiga e aumento da independência. A Reumatologia em Portugal é um bom exemplo da aplicação dos resultados reportados pelos doentes na prática clínica. Desde 2013, com a criação de uma área específica para o doente na plataforma Reuma.pt, a adesão dos doentes reumatológicos ao preenchimento de questionários de reporte das suas perspetivas aumentou de um modo considerável, havendo lugar para uma melhor adequação dos cuidados às necessidades e expectativas do doente e contribuindo para uma melhor vivência com a doença e evolução clínica. A inclusão dos PRO na avaliação dos doentes reumatológicos é, assim, a assunção da prática de cuidados centralizados no doente.
- Utilidade dos fármacos biotecnológicos nas diferentes manifestações clínicas da Doença de Behçet – revisão sistemáticaPublication . Carvalho, Sara da Silva Amaro Douro de; Águeda, Ana Filipa Rocha; Oliveira, Margarida Isabel Dias AlexandreIntrodução: a Doença de Behçet (DB) corresponde a uma vasculite de envolvimento multissistémico cuja variabilidade demográfica, clínica, terapêutica e prognóstica, a tornam numa doença de elevada complexidade. Embora rara, associa-se a morbimortalidade prematura e significativa. Objetivo: avaliar a ação dos fármacos biotecnológicos nas diferentes manifestações clínicas da DB em adultos. Métodos: foi realizada uma revisão sistemática da literatura incluindo estudos de avaliação de eficácia e segurança do uso de fármacos biotecnológicos nas diversas manifestações clínicas da DB. A pesquisa foi realizada nas bases de dados PubMed/MEDLINE e EMBASE, sem limite temporal na busca. Todos os títulos e abstracts foram avaliados, de forma independente, por dois revisores. A extração de dados dos artigos elegíveis foi realizada com base em formulário próprio elaborado para a extração dos mesmos. O risco de viés das publicações foi avaliado com base na “National Heart, Lung and Blood Institute: Study Quality Assessment Tools”. Os outcomes aferidos foram a eficácia do tratamento, capacidade de induzir a remissão e a segurança, nomeadamente, possíveis eventos/efeitos adversos, necessidade de hospitalização e mortalidade subjacente ao uso destes fármacos. No final da análise dos estudos e da avaliação dos outcomes supracitados, procedeu-se à síntese narrativa dos resultados adquiridos. Resultados: identificámos vinte e um estudos que cumpriam critérios de inclusão. Destes, dois eram ensaios clínicos randomizados e, os restantes, eram estudos observacionais tipo coorte (onze) e série de casos (oito). Os anti-TNF-a, anti-IL1, anti-IL17, anti-IL12-23 e antiIL-6 foram os biotecnológicos investigados, isoladamente ou em conjunto com outros biotecnológicos ou com outras classes farmacológicas. O número mínimo de doentes incluídos nos estudos variou entre 20 e 473, sendo que, na grande maioria o sexo masculino prevalecia. Nesta revisão, os anti-TNF-a, nomeadamente o Infliximab e o Adalimumab, demonstraram ser eficazes e seguros em todas as manifestações clínicas escrutinadas isoladamente ou em conjunto. Adicionalmente, o Gevokizumab foi eficaz e seguro no envolvimento ocular, o Tocilizumab e Golimumab no envolvimento cardíaco, o Etarnecept e Ustekinumab no envolvimento mucocutâneo e o Anakinra e o Canakinumab no envolvimento multissistémico da DB. Discussão: a análise isolada de cada um dos artigos aponta para um efeito positivo dos biotecnológicos sobre as múltiplas manifestações clínicas avaliadas. Em relação aos outcomes, os biotecnológicos provaram ser eficazes e capazes de induzir a remissão clínica, alguns dos quais com relevância estatística altamente significativa. Tal verificou-se, globalmente, com o aumento das remissões completas e sustentadas no tempo, com a diminuição da frequência de agudizações, com diminuição analítica dos marcadores de fase aguda e com a diminuição dos imunossupressores utilizados. Além disso, demonstraram um perfil de segurança positivo pois apesar de presentes múltiplos efeitos adversos estes eram pouco graves, como é verificado pelas, hospitalizações e mortes reduzidas e/ou nulas. Conclusões: os biotecnológicos tem um impacto positivo na eficácia e indução terapêutica, ao mesmo tempo que, apresentam um perfil de segurança confiável, com hospitalizações e mortalidade reduzidas.