Browsing by Author "Campos, Rosana Andreia Vilar"
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- Impacto da ansiedade na qualidade de vida e no sucesso escolar de adolescentesPublication . Campos, Rosana Andreia Vilar; Almeida, Anabela Antunes de; Nunes, Célia Maria Pinto; Vitória, Paulo dos Santos DuarteIntrodução: Os problemas mentais são uma das principais causas de incapacidade em todo o mundo. Sintomas e perturbações de ansiedade estão associados a níveis inferiores de funcionamento adaptativo. Sendo assim, a ansiedade na adolescência pode interferir no relacionamento com os pares, com a família e, fundamentalmente, prejudicar um crescimento psicossocial saudável. Deste modo, a qualidade de vida dos adolescentes, que é influenciada por inúmeros fatores entre os quais a ansiedade, pode estar comprometida, da mesma forma que o sucesso escolar se vê afetado. Materiais e Métodos: Estudo transversal realizado em ambiente escolar com uma amostra de 221 adolescentes com idades compreendidas entre os 15 e 18 anos a frequentar o ensino secundário. Foi aplicado um questionário que incluía perguntas para recolha de dados sociodemográficos, uma questão de autoavaliação do desempenho escolar e outra para averiguar antecedentes de depressão e/ou ansiedade parental. Também foram aplicados dois instrumentos: um para avaliação da qualidade de vida (KIDSCREEN-10) e o outro para avaliação da ansiedade, o Inventário de Ansiedade Estado e Traço: Forma Y (STAI-Y), composto por duas escalas (STAI-Forma Y1 e STAI-Forma Y2). As respostas eram anónimas e confidenciais. O processamento e análise dos dados foram realizados através do software estatístico Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versão 21.0. Resultados: Foram recolhidos 223 questionários e integrados no estudo 221. A média de idades registadas nos 221 participantes foi de 16,2 (DP=0,941), dos quais 66,1% pertenciam ao género feminino e 33,9% ao género masculino. Observaram-se resultados estatisticamente significativos entre os níveis de ansiedade e as cotações apresentadas na escala da qualidade de vida, com uma correlação negativa moderada (?=-0,680) entre as escalas STAI-Forma Y1 e KIDSCREEN-10 e negativa forte (?=-0,702) entres as escalas STAI-Forma Y2 e KIDSCREEN-10. De acordo com os valores obtidos, a ansiedade é mais frequente nas raparigas. Encontraram-se diferenças estatisticamente significativas no caso de indicação de depressão e/ou ansiedade na mãe, nas pontuações das três escalas, STAI-Forma Y1, STAI-Forma Y2 e KIDSCREEN-10 (p<0,05). Relativamente à qualidade de vida, foram os rapazes a apresentar valores mais elevados na escala. No que respeita às características sociodemográficas, a constituição do agregado familiar não demonstrou influenciar a qualidade de vida ou os níveis de ansiedade. Contudo, a profissão parental apresentou diferenças estatisticamente significativas nas escalas da ansiedade. Relativamente à autoavaliação do desempenho escolar, verificaram-se valores superiores de ansiedade nas categorias mais baixa e mais elevada, com diferenças estatisticamente significativas no caso da escala STAI-Forma Y1 (p=0,004). Discussão e Conclusões: A investigação centrada na saúde mental dos adolescentes é ainda escassa. Contudo, sabe-se que as perturbações psicológicas nesta faixa etária acarretam um elevado sofrimento e limitam o processo de desenvolvimento. Os resultados deste estudo indicam que a ansiedade pode influenciar negativamente a qualidade de vida, pode ter repercussões no sucesso escolar e ser afetada pelos antecedentes parentais de depressão e/ou ansiedade. Tudo isto reflete a importância de estabelecer mais e melhores relações entre a escola, família e comunidade, de forma a promover autoconfiança, a melhorar o desempenho académico e a diminuir os impactos futuros da ansiedade na qualidade de vida e no sucesso escolar de adolescentes.
