Browsing by Author "Costa, Maria Teresa Ribeiro e Silva Gomes da"
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- Valores e Preferências nos Cuidados de Saúde em adultos mais velhosPublication . Costa, Maria Teresa Ribeiro e Silva Gomes da; Afonso, Rosa Marina Lopes Brás Martins; Amaral, Ana Paula SaraivaIntrodução: Tem-se assistido a um aumento exponencial das pessoas com 60 ou mais anos, sobretudo nos países mais desenvolvidos. Com o aumento da esperança média de vida e, consequentemente, aumento da prevalência das doenças crónicas, é expectável um aumento de situações em que as pessoas terão de tomar decisões relativas aos cuidados de saúde. A tomada de decisão em saúde é influenciada por aspetos pessoais e relacionados com valores e preferências dos indivíduos. Este estudo pretende (1) averiguar os aspetos mais valorizados pelas pessoas mais velhas quando tomam decisões sobre a saúde e (2) analisar se existem diferenças quanto às preferências em saúde em função de variáveis sociodemográficas e clínicas. Materiais e métodos: Participaram no estudo 234 participantes, 153 (65,38%) mulheres e 81 (34,62%) homens, com idades entre os 60 e 98 anos (M = 70,68; DP = 7,57), que responderam ao Questionário de Valores e Preferências em Saúde (QVP-Saúde), composto por 4 dimensões (Envolvimento médico, Envolvimento familiar, Autonomia na tomada de decisão e Preocupações acerca da dependência), e a um Questionário de recolha de informação sociodemográfica e sobre o estado clínico, sob formato online ou presencial. Resultados: Os resultados indicaram que, em termos médios, quando tomam decisões sobre a sua saúde, as pessoas valorizam mais a preocupação quanto à possibilidade de dependência (M = 2,07; DP = 0,57). Observou-se que o aumento da idade se encontra positivamente associado ao envolvimento da família (r = 0,292; p < 0,001), ao desejo de manter a autonomia nos processos de decisão (r = 0,210; p = 0,001), bem como à preocupação acerca da possibilidade de ficar dependente (r = 0,184; p = 0,005). Quanto às mulheres, estas apresentaram, em média, maior desejo de Autonomia na tomada de decisão (M = 7,17; DP = 2,41) e maior preocupação com a Dependência (M = 15,03; DP = 3,75) do que os homens. Quanto à presença de patologias, os participantes com morbilidades apresentaram pontuações mais elevadas no Envolvimento Familiar (t (232) = -2,435; p = 0,016), na Autonomia (t (232) = -3,514; p = 0,001) e na Dependência (t (232) = -2,246; p = 0,026). Quanto à escolaridade, os participantes com níveis de escolaridade mais baixos valorizam um maior Envolvimento médico (M = 9,02; DP = 1,75) e Envolvimento Familiar (M = 6,42; DP = 3,62). Conclusão: O estudo revela que o QVP-Saúde pode ser usado com adultos mais velhos para avaliar os valores e preferências dos indivíduos, permitindo, assim, uma medicina centrada na pessoa, com maior sucesso terapêutico e humanização alertando para a as diferenças que existem em função das variáveis sociodemográficas e do estado clínico do indivíduo.
