Browsing by Author "Freitas, Andreia Dalila Caldeira de"
Now showing 1 - 1 of 1
Results Per Page
Sort Options
- Depressão e DiabetesPublication . Freitas, Andreia Dalila Caldeira de; Mendes, João Paulo de Sousa CamposMúltiplos estudos têm reportado uma relação bidirecional entre Diabetes Mellitus e Perturbação Depressiva Major. Nas últimas décadas, tem havido um aumento da prevalência destas comorbilidades, que causam efeitos severos na saúde dos doentes. Um dos aspetos mais afetados é a qualidade de vida, que é significativamente inferior em doentes com Diabetes Mellitus e Perturbação Depressiva Major, em comparação com aqueles com Diabetes Mellitus, sem Perturbação Depressiva Major. A Diabetes Mellitus engloba uma série de condições, caracterizadas pela diminuição ou falta de secreção ou ação de insulina, que leva a alterações no metabolismo de hidratos de carbono, lípidos e proteínas, resultando numa hiperglicemia crónica e nas consequências que daí advêm. Estima-se que, a nível mundial, 463 milhões de adultos, entre os 20-79 anos, vivam com o diagnóstico de diabetes e prevê-se que esse número atinja os 578 milhões em 2030. A grande maioria dos casos de diabetes (cerca de 90%) corresponde ao tipo 2. Esta patologia pode ser gerida através da adoção de estilos de vida saudáveis, em conjunto com tratamento medicamentoso. A diabetes tipo 1, apesar de poder ocorrer em qualquer idade, é a mais prevalente na infância e, no presente, não existem medidas preventivas ao seu aparecimento. Por sua vez, a Perturbação Depressiva Major é uma condição psiquiátrica, que se caracteriza pelo humor deprimido, anedonia, adinamia e alterações psicomotoras, cognitivas, ponderais, na qualidade do sono e, eventualmente, ideação suicida. Estimase que, a nível mundial, mais de 300 milhões de pessoas sofram de depressão. Estima-se que a taxa de prevalência de depressão seja três vezes superior, à da população geral, em doentes com diabetes tipo 1, e duas vezes superior nos doentes com diabetes tipo 2. A complexa relação entre diabetes e depressão evidencia uma provável partilha de mecanismos biológicos, cuja compreensão é fundamental para um tratamento eficaz e para a melhoria do prognóstico de ambas as patologias. Deste modo, o tratamento de ambas as patologias deverá ser abordado em simultâneo, o que se revela, por vezes, um grande desafio clínico, tendo em conta que o tratamento de cada uma das condições, pode ter implicações no tratamento da outra. Uma abordagem multidisciplinar, centrada no doente, que combine o rastreio e tratamento para depressão e diabetes, é fundamental na gestão e melhoria clínica destes doentes.
