Browsing by Author "Neto, Catarina Isabel Alves"
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- O Impacto do Período de Reflexão na Interrupção Voluntária da GravidezPublication . Neto, Catarina Isabel Alves; Santos, Vítor Hugo Jesus; Branco, Miguel CasteloIntrodução: Em Portugal, a interrupção da gravidez é legalmente permitida em diversas circunstâncias, incluindo risco para a vida da mulher, anomalias fetais e gravidez resultante de crime contra a liberdade sexual. A legislação atual estipula que, em casos de interrupção por opção da mulher até às 10 semanas de gestação, é obrigatório um período de reflexão de pelo menos 3 dias. Além disso, em alguns países, são impostos períodos de espera obrigatórios entre a solicitação e a realização do aborto, acompanhados muitas vezes por aconselhamento e exames ecográficos. Enquanto defensores argumentam que esses períodos proporcionam tempo para a toma de uma decisão informada, evidências sugerem que podem impor encargos desnecessários e dificultar o acesso ao aborto. Métodos: Para a realização deste trabalho, efetuou-se a pesquisa na internet de artigos científicos relacionados com o tema utilizando como motores de busca o PubMed e Google Scholar. Objetivo: Fazer uma revisão da literatura atual acerca dos impactos dos períodos de espera obrigatórios na tomada de decisão sobre a interrupção voluntária da gravidez. Conclusão: Os períodos de espera obrigatórios, concebidos para facilitar decisões informadas sobre a interrupção voluntária da gravidez e reduzir o arrependimento pósaborto, não demonstram aumento significativo da certeza decisória das mulheres que escolhem o procedimento. Esses períodos impactam negativamente o acesso aos cuidados de saúde, especialmente para mulheres de baixo nível socioeconômico e em áreas rurais, devido a barreiras financeiras e geográficas. Embora alguns estudos apontem para oportunidade de reflexão durante esses períodos, a maioria das mulheres não reconhece benefícios significativos e relata angústia e desafios logísticos. Além disso, os efeitos na continuação da gravidez são heterogéneos, podendo resultar em atrasos e aumento do número de abortos no segundo trimestre, destacando a complexidade dessas políticas restritivas.