Browsing by Author "Neves, Paulo Jorge da Fonseca"
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- Aprender a Pensar CriticamentePublication . Neves, Paulo Jorge da Fonseca; Domingues, José António DuarteO presente trabalho é regulado pelo tempo em que vivemos, marcado por mudanças aceleradas, pela intensificação da interdependência entre pessoas e países e pelo aumento de perigos iminente. O tempo presente exige de todos nós um saber e um pensar exercitados no âmbito de uma reflexão ampla e disponível sobre as condições de nos podermos afirmar como pessoas livres e com autonomia e preparados para vivermos juntos, local ou globalmente. Para esta atitude de discernimento e de reflexão, consideramos que a aprendizagem do pensar crítico é fundamental, como consideramos que o ensino da filosofia no ensino secundário, pela sua natureza iniciática, é o âmbito por excelência para preparar e exercitar o aluno nesta atividade. A crítica, que foi o projeto regulador da ação política durante o século XVIII, pode reverter em dinâmica da ação pedagógica e didática no sentido em que o essencial desta ação consista em ensinar a emitir um juízo que distinga o autêntico e o inautêntico, o verdadeiro e o falso, o correto e o incorreto, o belo e o feio. Reconhece-se, pois, a importância de aprofundarmos a conceção da arte da crítica na tradição kantiana, no projeto da teoria crítica e da pedagogia crítica. Por outro lado, pretende-se mostrar, aqui, que a problemática crítica se torna especialmente inspiradora de programas de aprendizagem do seu princípio, como são os programas de metodologia de análise de texto, debate e pesquisa, que encontramos em Richard Paul, Linda Elder e Gerald Nosich. Pretende-se demonstrar que a arte da crítica reverte favoravelmente em aprendizagem do pensamento num programa didático crítico. O nosso intuito fundamental é enquadrar o programa de filosofia do ensino secundário português de acordo com a pertinência de um aprender a pensar criticamente. Tal é o desafio deste trabalho, que só será efetivo se for assumido e percorrido pelos envolvidos nesse processo, enquanto aprendizagem, o qual implica, desde logo, uma atenção aos elementos, critérios e características subjacentes à atitude de pensar criticamente.
- O projecto educativo de escola como potencial instrumento de inovação social: estudos de caso de três escolas do concelho de SeiaPublication . Neves, Paulo Jorge da Fonseca; Dinis, Anabela do Rosário LeitãoNos tempos em que vivemos, marcados pela expressão “crise” aos mais variados níveis (financeiro, económico, político, social, ético, entre outros), “empreendedorismo” e “inovação” parecem ser palavras de ordem na procura de soluções. E se estes conceitos estão, tradicionalmente, ligados ao sector lucrativo no sentido de iniciativa empresarial e uma constante adaptabilidade de produtos às exigências do mercado, actualmente, eles são também reclamados pelo campo social, transformando e alargando os conceitos com a adjectivação “Social”. O “Empreendedorismo Social”, particularmente na abordagem que enfatiza a “inovação social”, inclui um conjunto de práticas que se podem encontrar em vários contextos (empresarial, organismos públicos, organizações da sociedade civil), mas que têm como denominador comum a criação de valor social e a dimensão de aprendizagem. Tendo em consideração este denominador e num contexto de grandes alterações normativas do Ensino Básico e Secundário em Portugal, afigura-se pertinente a aplicação deste conceitos na análise das suas práticas. Assim, o objectivo deste estudo é investigar práticas de inovação social existentes ou implícitas no contexto escolar, os actores envolvidos (stakeholders) e o seu contributo para o sucesso educativo dos alunos e para o desenvolvimento local. Para tal, numa primeira parte de enquadramento teórico, discutem-se conceitos de Empreendedorimo e Inovação Social em geral para, depois de um enquadramento do sistema escolar pré-universitário em Portugal, discutir a sua aplicação no contexto escolar. Na segunda parte deste trabalho, desenvolve-se um estudo empírico de natureza exploratória e qualitativa a partir de três estudos de caso, assente na administração da técnica de entrevista a alguns agentes educativos das escolas. As escolas escolhidas são três escolas do 2.º e 3.º Ciclos do Ensino Básico do Concelho de Seia: uma numa área predominantemente urbana, outra numa área medianamente urbana e uma terceira numa área rural, com modelos de gestão diferentes - duas delas com um modelo de gestão de escola pública e a outra com um modelo de gestão de escola do ensino particular. Os estudos centram-se no “Projecto Educativo” que se encontra em vigor em cada escola enquanto magno instrumento orientador da respectiva acção e nas práticas consideradas mais inovadoras pelos agentes entrevistados. O caminho percorrido leva-nos, pois, à constatação de semelhanças e de algumas diferenças nas escolas em análise, tendo em conta os agentes envolvidos nas respectivas práticas, o contexto geográfico de cada escola e o respectivo modelo de gestão. Assim, os Projectos Educativos das escolas analisadas evidenciam, mais de forma implícita do que explícita, práticas relevantes de Inovação Social, onde se afirmam critérios de Inovação, Empowerment, Adequabilidade e Utilidade e os actores envolvidos (stakeholders), internos e externos, são diversificados, verificando-se, de um modo geral, uma presença mais alargada de stakeholders na fase de implementação, seguida da fase de elaboração e, por último, da fase de avaliação. As práticas em causa, revelam princípios, objectivos e orientações que pretendem alcançar o sucesso escolar, mas a sua tradução prática e efectiva em sucesso escolar refere-se mais a probabilidades do que a certezas absolutas. Por último, as práticas referidas, em virtude do seu carácter de “inovação social”, apontam para alguns indicadores de impactos a nível do desenvolvimento local. De referir ainda que o território de baixa densidade onde se inserem as escolas analisadas, revela algumas especificidades geográficas que se traduzem em algumas especificidades operativas, com uma incidência, nos territórios menos urbanos, na satisfação prioritária de necessidades mais básicas, em detrimento da satisfação de necessidades mais elevadas. Além disso, as escolas analisadas com um modelo de gestão de Escola Pública revelam tendências mais burocráticas e centradas nos processos, enquanto a escola analisada com um modelo de gestão de Escola Particular revela tendências mais ágeis e centradas nos seus fins. Podemos, assim, dizer que as escolas analisadas, enquanto unidades organizacionais do sistema educativo, e tendo em conta o respectivo Projecto Educativo, o revelam como um instrumento com grande potencial de inovação social em que a visibilidade de tal constatação depende em muito dos agentes ou stakeholders envolvidos. Este carácter dependente dos agentes envolvidos, revela-nos um campo de investigação claramente em aberto, de acordo com a análise a empreender em cada tempo e local, com as respectivas especificidades.