Browsing by Author "Pereira, Ana Carolina Moura"
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- Depressão Perinatal Paterna: fatores de riscoPublication . Pereira, Ana Carolina Moura; Moutinho, José Alberto Fonseca; Morais, Ana Sofia FélixIntrodução | A transição para a parentalidade é um período no qual os homens atravessam vários processos de adaptação, que em certos casos podem conduzir a um desequilíbrio e, por sua vez, à Depressão Perinatal Paterna. Este é um fenómeno de saúde pública que, apesar de clinicamente negligenciado, apresenta uma prevalência estimada entre 8,4% e 10.4%, segundo duas meta-análises, entre os pais durante o período perinatal, merecendo a atenção da sociedade e os profissionais de saúde. Objetivos | Análise descritiva da atual evidência científica sobre a Depressão Perinatal Paterna, identificando a prevalência, fatores de risco e impacto no individuo, sociedade e sistemas de saúde. Metodologia | Para a elaboração desta revisão bibliográfica foi efetuada uma pesquisa, durante os meses de maio a dezembro de 2019, na PubMed e no UpToDate, bem como em livros e normas de orientação da Direção-Geral da Saúde e da Organização Mundial da Saúde. Resultados e Discussão | A Depressão Perinatal Paterna é uma patologia pouco reconhecida e até subdiagnosticada, porém tem merecido o interesse científico no sentido de avaliar os seus fatores de risco. Foram identificados diversos fatores de risco para a Depressão Perinatal Paterna, que podem ser divididos em: individuais; socioculturais; relacionados com a gravidez; psiquiátricos; e hormonais. A concomitância de depressão materna é o principal fator de risco, em que o homem apresenta risco superior, cerca de 50%, de desenvolver Depressão Perinatal Paterna. Além disso, também têm sido estudadas as potenciais consequências da Depressão Perinatal Paterna nas crianças, demonstrando-se que os pais apresentam um papel de grande relevo no desenvolvimento dos filhos e quando os homens experienciam depressão perinatal as suas crianças revelam consequências negativas no desenvolvimento físico, cognitivo, emocional e comportamental. Estes indícios, por sua vez, assinalam a necessidade de trazer a Depressão Perinatal Paterna para o centro da discussão e tomar medidas que possibilitem a prevenção, rastreio, diagnóstico e tratamento adequados. Conclusão | Tendo em conta a prevalência da Depressão Perinatal Paterna, justifica-se a existência de medidas que promovam o aumento da consciencialização da comunidade médica e o reconhecimento precoce desta entidade clínica. Estas medidas devem passar pela reformulação de políticas de saúde pública e implementação dos questionários de rastreio da Depressão Perinatal Paterna e divulgação de informações relativas à prevalência, aos fatores de risco e às possíveis consequências da Depressão Perinatal Paterna, através dos diversos meios disponíveis (panfletos, cartazes, anúncios televisivos, via telemóvel ou sessões presenciais) com vista a alcançar a população masculina.