Browsing by Author "Rodrigues, Fabiel G."
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- Estudo acústico da igreja monástica cisterciense em PortugalPublication . Rodrigues, Fabiel G.; Lanzinha, João; Martins, Ana Maria TavaresA acústica é um elemento importante na impressão geral que o edificado transmite às pessoas no exercer das suas funções. No caso da igreja o desempenho acústico e a sua adequabilidade são complexas, já que existe dualidade entre a adequação à música e à palavra [Henriques, 2016]. Por outro lado, é também um elemento mutável, influenciado pela ideologia de culto, pela cultura e pela história [Desarnaulds, 2002]. No caso português este tipo de edifícios foi influenciado pela Ordem de Cister. Esta é vista como detentora empírica de conhecimento do comportamento acústico dos espaços religiosos [González, 2014]. A avaliação acústica das suas igrejas monásticas permite compreender a evolução da acústica neste tipo de espaços país. Com a independência da igreja enquanto edifício de utilização pública ocorreu a evolução das suas caraterísticas construtivas em relação com a evolução da liturgia nela praticada. Como resultado, o comportamento acústico das igrejas é complexo e acompanha uma crescente complexidade litúrgica onde tanto a palavra como a música são essenciais [Queiroz de Sant’Ana & Trombetta Zannin, 2001]. A nível histórico, no caso cristão, a evolução da igreja enquanto edifício ocorre a partir do modelo basilical romano, inicialmente em planta de cruz latina, tetos baixos em madeira e abside abobadada. Esta tipologia favorecia a difusão sonora. Posteriormente, durante a idade média, os espaços seriam abobadados com pedra e adquiririam maior volumetria. Esta evolução, favorece o uso do cântico em prol da palavra, que perde inteligibilidade nestes espaços [Da Silva, 2008]. A inteligibilidade da palavra vai readquirindo importância a partir do século XVI, com a Reforma protestante e a Contrarreforma Católica até ao século XX, com o Concílio do Vaticano II [Queiroz de Sant’Ana & Trombetta Zannin, 2011]. O estudo do comportamento acústico das permite estabelecer valores que aptos ao ambiente musical e à inteligibilidade da palavra. Tem-se estabelecido métodos de avaliação específica para o comportamento acústico em Igrejas, facilitando a obtenção de dados fieis à realidade [Martellotta et al., 2009]. A avaliação do comportamento acústico em igrejas, à semelhança do que sucede em outros edifícios, requer medições in situ segundo a ISO 3382-2. A comparação dos valores obtidos com literatura especializada permite avaliar a adequação do comportamento acústico, no entanto, no caso da igreja a dualidade entre música e palavra implica valores divergentes entre si [Martellotta et al., 2009]. Considera-se importante o levantamento de índices como o Tempo de Reverberação (TR), o Tempo de Decaimento Curto (EDT), Tempo Central (Ts), a Definição (D50), a Claridade (C50 e C80), a Intensidade ou Força (G), o Bass Ratio (BR) e a Inteligibilidade da Palavra (STI). Além da medição in situ das caraterísticas acústicas na igreja complementa-se a avaliação com uma análise do conforto acústico, na Europa segundo a ISO R-1996, que avalia o Noise Ratio (NR) e estipula a sua adequação à função. A caraterização do património acústico neste tipo de espaços resulta da evolução da cerimónia religiosa e das exigências acústicas das mesmas ao longo da história [Álvarez-Morales, Zamarreño, Girón, & Galindo, 2014]. No caso de igrejas monásticas esta premissa é importante, já existe influências próprias da Ordem em que se inserem, mas também de evoluções litúrgicas inerentes ao culto cristão. Por exemplo, na Idade Média o uso de cântico Cantochão, do Gregoriano, e do órgão [González, 2014] implicam um campo sonoro diferente do que existe em igrejas de períodos posteriores. Da avaliação acústica destes espaços em Portugal espera-se espaços com alguma reverberação, aptos ao uso do cântico coral e órgão, em consonância com alguns estudos já efetuados [Lanzinha, Nepomuceno, Martins, Reis, & Alves, 2015; Magrini & Magrini, 2005]. Outros exemplos distinguem-se devido à influencia de regionalismos e contextos históricos posteriores [Martins, 2011], pelo que o estudo permitirá entender a evolução da liturgia na igreja e na Ordem de Cister no período em que esta existiu no país.
- Inspeção e avaliação da acústica em património religiosoPublication . Rodrigues, Fabiel G.; Lanzinha, João; Martins, Ana Maria TavaresO estudo da acústica em edificado é um tema complexo, uma vez que correlaciona parâmetros objetivos, como o Tempo de Reverberação (TR), com parâmetros subjetivos como o Envolvimento. Estes parâmetros definem a impressão geral da acústica no edifício e a sua adequação a determinada utilização. No entanto, a acústica correlaciona-se também com outros fatores importantes, intrínsecos à conceção do espaço. A análise acústica, se aplicada a locais de culto religioso, é bastante complexa, já que é condicionada não só pelas necessidades arquitetónicas, mas também de outras como a prática da liturgia. Esta questão é mais notória no caso da igreja católica, dado existir a necessidade de compatibilidade acústica para a inteligibilidade da palavra, devido à importância do sermão na liturgia; mas também à música e canto, que integram a cerimónia religiosa. Neste sentido, aborda-se a caraterização acústica destes espaços, com o objetivo de estabelecer bases para investigação científica futura neste domínio.
- Metodologia e técnicas de medição acústica em igrejasPublication . Rodrigues, Fabiel G.; Lanzinha, João; Martins, Ana Maria TavaresA avaliação do som em espaços fechados implica a caraterização dos fenómenos decorrentes da propagação som. Neste sentido, a adequação da acústica em determinado edifício remete para o conforto humano na utilização do espaço avaliado [Tadeu & Mateus, 2001]. A determinação deste conforto acarreta o levantamento de dados que permitem concluir a qualidade acústica através de parâmetros objetivos e subjetivos [Carvalho & Morgado, 1997]. Os parâmetros acústicos objetivos remetem para dados obtidos da medição do tempo e de energia na produção de som no espaço, permitindo caraterizar o seu desenvolvimento [Pereira, 2010]; enquanto os parâmetros subjetivos remetem para a preferência do Homem de determinadas condições acústicas em prol de outras, relacionando parâmetros arquitetónicos e parâmetros objetivos a questões de caráter sociocultural, e caraterísticas específicas do Homem. No caso dos parâmetros objetivos existem metodologias estabelecidas para o levantamento de dados e o seu cruzamento com pesquisas similares. Pode destacar-se neste âmbito a caraterização do ruído de fundo, com o intuito de determinar o conforto acústico do espaço segundo a função que desempenha; e o levantamento de caraterísticas do campo sonoro do espaço, com o sentido de estabelecer a sua adequação à função. As metodologias para efetuar estes levantamentos estabelecem-se em normalizações como a ISO R-1996, no caso do conforto acústico [Plc, 2011]; ou da ISO 3382-2 no que respeita às caraterísticas do campo sonoro de um espaço. Para avaliar a inteligibilidade da palavra através de medições objetivas existem outras normalizações aplicáveis, como a IEC 60268-16, no caso de se efetuar através do Speech Transmission Index (STI), a ISO/TR 4870, caso se use testes fonéticos, ou a ANSI S 3.5, caso se utilize o Artiulation Index (AI) [SFPE, 2002]. A determinação de parâmetros subjetivos implica a utilização de auditores em testes onde se recorre a análises estatísticas para auferir conclusões [Morgado, 1996]. A igreja é um dos edifícios onde e desempenho acústico é fundamental a adequação destes espaços ao seu uso. Como resultado, o levantamento de caraterísticas acústicas nestes edifícios tem adquirido importância tanto no sentido de avaliar as suas caraterísticas no contexto histórico-cultural, e do qual existem alguns estudos [Lanzinha et al., 2015; Lanzinha et al., 2016]; como para garantir o bom desempenho e adequabilidade da mesma às necessidades acústicas [Queiroz de Sant’Ana & Trombetta Zannin, 2011]. Por outro lado, devido às especificidades deste tipo de edifício, têm sido propostas metodologias específicas de levantamento de dados acústicos na igreja, sem descurar os parâmetros estabelecidos pelas normalizações existentes [Martellotta, Cirillo, Carbonari, & Ricciardi, 2009]. Têm também sido propostas metodologias de avaliação acústicas alternativas, podendo destacar-se, exemplificativamente o uso índices únicos [Carvalho & Loureiro, 2008]. A avaliação do comportamento acústico da igreja é fundamental no sentido de garantir o conforto e bem-estar do Homem nestes espaços, sem descurar a espiritualidade inerente à função exercida na mesma.
- Portuguese Cistercian Churches - An acoustic legacyPublication . Rodrigues, Fabiel G.; Lanzinha, João; Martins, Ana Maria TavaresThe Cistercian Order (11th century) stands out as an apologist of the simplicity and austerity of the space. According to the Order of Cîteaux, only with an austere space, without any distractions, the true spiritual contemplation is achieved. This Order was an aggregator and consolidator pole during the Christian Reconquest. Thus, as it happens with other Religious Orders, Cîteaux has a vast heritage legacy. This heritage is witness, not only of the historical, but also social, political, and spiritual evolution. This legacy resumes the key principles to an austere liturgy, which requirements, in the beginning, are based on the simplicity of worship and of the connection between man and God. Later, these requirements allowed the development of the liturgy itself and its relation with the believers. Consequently, it can be concisely established an empirical approach between the Cistercian churches and the acoustics conditioning of these spaces. This outcome is fundamental in order to understand the connection between liturgy and the conception of the Cistercian churches as well as the constructed space and its history. So, an analysis of these principles is essential to establish the relation between acoustic and religious buildings design throughout history. It is also a mean of understanding the knowledge of acoustics principles that the Cistercian Order bequeathed to Portugal. This paper presents an empirical approach on Cistercian monastic churches acoustics. These spaces are the place where the greatest acoustic efforts are concentrated and it is also the space where the liturgy reaches greater importance. On the other hand, Portugal is a country which has an important Cistercian legacy over several periods of history. Consequently, the portuguese Cistercian monastic churches are representative of the development of the liturgy, the design of spaces and of the acoustic requirements of their churches since the 12th century until the 21st century and it is of great importance to implement this study.