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- Stresse Ocupacional e Risco Cardiovascular numa população de funcionários de lares de idosos na Cova da BeiraPublication . Duarte, Filipa Martins; Silva, Maria Eugénia Santos; Tjeng, RicardoIntrodução: O stresse é o segundo problema de saúde mais comum na Europa relacionado com o trabalho, tendo a capacidade de aumentar o risco de doenças cardiovasculares. Estas são a principal causa de morte em Portugal e na Europa, com uma base multifatorial e com uma importante interação entre os diferentes fatores de risco. Tendo em conta o envelhecimento populacional, o aumento da procura de vagas em lares de idosos e a falta de estudos nos funcionários deste setor, torna-se crucial estudar esta população. Métodos: Estudo analítico e transversal, no qual foram selecionados 216 funcionários, de 7 lares de idosos na Cova da Beira. Foi aplicado um questionário constituído por três partes, com o objetivo de caracterizar a população, avaliar o risco cardiovascular e o nível de stresse ocupacional, aplicando o Systematic Coronary Risk Evaluation e a Job Stress Scale. Resultados: Da amostra de funcionários, 92.1% são do sexo feminino e 73.7% têm idade inferior a 50 anos. Obteve-se uma percentagem de não-fumadores de 80,1%, contudo cerca de 70% dos participantes são sedentários e 42.6% têm peso superior ao normal. A maioria dos funcionários são auxiliares. Em relação aos antecedentes pessoais, a hipercolesterolémia e a hipertensão arterial são as patologias mais prevalentes. No que diz respeito ao risco cardiovascular, 27.3% apresenta um nível alto ou muito alto. Cerca de 93% dos participantes estão sujeitos a um nível aumentado de stresse no trabalho. No grupo de funcionários com idade igual ou superior a 40 anos, verificou-se relação entre o risco cardiovascular e o índice de massa corporal, e entre o risco cardiovascular e a tipologia de horário fixo. Não se verificou relação entre stresse ocupacional e risco cardiovascular, ou entre o mesmo risco e o apoio social. Conclusões: No grupo de funcionários com idade igual ou superior a 40 anos, verificou-se relação entre o risco cardiovascular e o índice de massa corporal, salientando o efeito negativo do excesso de peso no aparelho cardiovascular. No mesmo grupo, verificou-se relação entre o risco cardiovascular e a tipologia de horário fixo, contrariando os achados de estudos realizados em trabalhadores por turnos. Dada a multiplicidade de fatores que podem influenciar a resposta ao stresse e o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, torna-se compreensível a grande variabilidade de respostas individuais. Deste modo, torna-se importante identificar os fatores de risco presentes, promovendo uma alteração daqueles que são modificáveis.
- Abordagem diagnóstica da Embolia PulmonarPublication . Matos, Ana Rita Fernandes; Branco, Vítor Alexandre Pereira GonçalvesIntrodução: O tromboembolismo venoso, que engloba a embolia pulmonar e a trombose venosa profunda, é um diagnóstico muito prevalente na prática clínica e é considerado a terceira doença cardiovascular ameaçadora de vida mais frequente nos Estados Unidos da América. Os dados epidemiológicos sobre esta patologia são escassos, uma vez que a embolia pulmonar é, frequentemente, silenciosa, tem uma apresentação clínica inespecífica ou pode ocorrer de modo repentino e fatal. Os idosos representam um grupo no qual a realização deste diagnóstico é complexa, uma vez que a apresentação clássica da embolia pulmonar pode não estar presente e por apresentarem uma maior probabilidade de terem patologias concomitantes, principalmente cardiovasculares, que mimetizam a apresentação clínica da embolia pulmonar. O objetivo deste trabalho consiste no estudo e caracterização de um grupo de pacientes com embolia pulmonar e verificação da existência de possível relação entre a idade e a apresentação clínica da embolia pulmonar. Métodos: Realizou-se um estudo retrospetivo dos pacientes internados no Centro Hospitalar Cova da Beira, entre 1 de janeiro de 2010 e 31 de dezembro de 2012, com o diagnóstico de embolia pulmonar. Este estudo baseou-se na consulta dos processos clínicos destes indivíduos e recolha e análise dos dados relativos à sua idade, género, sinais e sintomas apresentados, fatores de risco presentes e resultados dos exames complementares de diagnóstico. Resultados: Os 151 pacientes com embolia pulmonar estudados apresentaram uma média de idades de 71,1 anos e uma mediana de 76 anos e foi evidente um predomínio do género feminino (60%). Os sintomas mais frequentemente observados, apresentados isoladamente ou de forma combinada, foram a dispneia, a toracalgia, a síncope/pré-síncope e a tosse. Os sinais clínicos mais comuns foram a taquicardia, a taquipneia e os sinais de trombose venosa profunda. Foi descrita a presença de fatores de risco em 90% dos pacientes, tendo sido os mais prevalentes a idade superior a 75 anos, a presença de insuficiências cardíaca e/ou respiratória, a existência de varizes, a ocorrência de tromboembolismo venoso prévio e o repouso no leito durante pelo menos 3 dias consecutivos no último mês. Cerca de 7,3% dos pacientes apresentaram embolia pulmonar de alto risco. Dos 37 pacientes aos quais a concentração sérica do péptido natriurético cerebral foi medida, cerca de 80% apresentaram valores superiores a 100 pg/mL. Dos 120 pacientes nos quais se verificou o registo dos valores das troponinas, estes encontraram-se elevados em 17 pacientes (14,2%) e duvidosos em 58 indivíduos (48,3%). Na maioria das gasometrias realizadas, pelo menos um valor dos parâmetros analisados (pressão parcial de dióxido de carbono e saturação de oxigénio) foi anormal. Todos os pacientes apresentaram valores de D-dímeros acima de 500 ng/mL. Cerca de 85% das ecocardiografias realizadas mostraram alterações, sendo a insuficiência tricúspide, a hipertensão pulmonar e a dilatação das cavidades direitas as mais prevalentes. Verificaram-se diferenças estatisticamente significativas entre os grupos jovem e idoso no que diz respeito à presença de dispneia, toracalgia, insuficiências cardíaca e/ou respiratória e aos valores dos D-dímeros. O grupo idoso apresentou uma prevalência superior de dispneia e de insuficiências cardíaca e/ou respiratória e apresentaram níveis substancialmente superiores de D-dímeros. A toracalgia, por sua vez, foi mais comum no grupo jovem. Conclusão: A apresentação clínica da embolia pulmonar é inespecífica, uma vez que os sintomas e os sinais apresentados e os resultados das análises sanguíneas podem ocorrer em inúmeras patologias. Além disso, os fatores de risco acompanhantes, na maioria das vezes, são moderados ou minor. Os idosos apresentam algumas diferenças na forma como a embolia pulmonar é manifestada e na prevalência de patologias cardiopulmonares concomitantes.
- Tratamento do Cancro da Mama Metastático com Receptores Hormonais positivos e HER-2 positivoPublication . Cabral, Catarina Isabel Carvalho; Moutinho, José Alberto FonsecaO cancro da mama representa a neoplasia com maior incidência no sexo feminino a nível mundial. Apresenta características heterogéneas, constituindo vários subtipos: receptores de estrogénio positivos/luminal-like A e B, basal-like, HER-2 positivo e o normal breast-like. As características dos marcadores moleculares do cancro da mama são o auxílio fundamental para a diferenciação entre os vários subtipos moleculares. Esses marcadores são os receptores de estrogénio e progesterona, o receptor HER-2, o antigénio Ki67, o gene TP53 e os genes de susceptibilidade do cancro da mama (BRCA1 e BRCA2). O cancro da mama metastizado (estadio IV) define-se pela invasão do tumor para territórios para além da mama, parede torácica e gânglios linfáticos regionais. A terapêutica desta entidade é sempre controversa. A Direcção Geral da Saúde publicou a norma 028/2012 com o intuito de fornecer normas de orientação para os profissionais de saúde nos melhores esquemas terapêuticos. Com receptores hormonais positivos e HER-2 positivo, a terapêutica endócrina, a quimioterapia e a terapêutica biológica são os esquemas a preferir. Com o intuito da melhor compreensão da norma portuguesa, foram avaliadas várias recomendações internacionais para comparação. A análise detalhada dessas recomendações revelou que as melhores combinações de terapêuticas são a terapêutica endócrina, consoante o status hormonal, com tamoxifeno e inibidores da aromatase, em combinação com a terapêutica biológica, com trastuzumab ou lapatinib, nos casos em que a quimioterapia não se encontra indicada. Aquando da indicação para a quimioterapia, esta deve ser combinada com a terapêutica biológica. Os melhores esquemas de quimioterapia contêm taxanos após a progressão com antraciclinas, e a monoterapia em sequência é preferencial. A combinação de agentes citotóxicos fica indicada nos casos de progressão em monoterapia e doença rapidamente progressiva e ameaçadora à vida, combinando-se taxanos e antraciclinas com agentes como a ciclofosfamida, fluoracilo, capecitabina, gemcitabina, vinorelbina, entre outros. Os bifosfonatos e a radioterapia encontram-se reservados para as metástases ósseas e a radioterapia holocraneana e a rádiocirurgia esterotáxica para as metástases cerebrais. Encontram-se similaridades entre a norma portuguesa e as recomendações internacionais. No entanto, existem discrepâncias principalmente nas recomendações sobre quimioterapia e terapêutica biológica. Vários agentes são sugeridos pela norma portuguesa, mas esta não apresenta esquemas definidos que poderiam ser os mais apropriados para este subtipo, revelando a insuficiência desta norma. Sugere-se a readaptação dos algoritmos adequados a cada subtipo molecular de cancro da mama metastático.
- Os opioides endógenos no efeito placebo analgésicoPublication . Martins, Helder Carvalho; Macedo, Susana AbreuO placebo é um agente que potencia, no organismo, o benefício dum procedimento, sendo que o efeito placebo decorre da sua atividade. Em Medicina, diz-se que há efeito placebo, quando um sujeito responde com melhoria a uma substância ou ação, que se sabe não ter qualquer efeito terapêutico para a condição específica a ser tratada. Assim, ele poderá ser um aliado do médico e do paciente, para serem atingidas as metas terapêuticas pretendidas. Dos diferentes tipos de efeito placebo, o analgésico é dos mais extensamente estudado. A compreensão das suas características psicobiológicas poderá, no futuro, ajudar a desenvolver estratégias terapêuticas de combate a um dos maiores flagelos da sociedade: a dor. Existem muitos processos neuroquímicos envolvidos no desenvolvimento do efeito placebo analgésico. Neste estudo de revisão serão abordados os papéis centrais que têm os opioides endógenos nesse fenómeno. Posteriormente, iremos discutir a relação existente entre os opioides endógenos e o efeito placebo analgésico. A sua compreensão será apresentada mediante a análise de estudos farmacológicos e imagiológicos, dando especial destaque aos mecanismos neurofisiológicos supra-espinhais.
