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- Conduta académica dos alunos de Medicina da Universidade da Beira Interior: perceção de estudantes e docentesPublication . Barroca, Maria Inês Mota Pinto; Neto, Isabel Maria FernandesIntrodução: A honestidade académica é um requisito ético para qualquer clínico. Contudo, comportamentos académicos desonestos são praticados em todo o mundo, levando a uma preocupação crescente com a falta de competências neste domínio que se irá refletir no seu futuro profissional. No entanto, pouco se sabe ainda sobre este tema em Portugal, particularmente entre alunos de Medicina. Objetivos: 1) Avaliar a conduta académica dos alunos de Medicina da FCS; 2) Analisar a perspetiva de alunos e docentes quanto à conduta académica dos alunos. Métodos: Foram aplicados questionários, traduzidos e adaptados a partir de estudos anteriores, aos alunos do 1º ao 6º ano e a um grupo de docentes. Foi realizada análise estatística (análise da consistência interna de escalas, estatística descritiva, intervalos de confiança, teste t-Student, teste ANOVA e correlações com o teste de Pearson), tendo sido considerados significativos os valores de p <0,05. Resultados: Na população alvo de 849 estudantes, 580 (68,3%) completaram o questionário. Num grupo selecionado de 36 docentes, 32 completaram o questionário. Verificou-se que os alunos afirmam praticar comportamentos académicos desonestos com pouca frequência, apresentando um valor médio de todos os comportamentos analisados inferior a 3 («algumas vezes»). As atitudes mais frequentes, no entanto, são «Pedir a um colega que assine por si», «Alterar o registo de presenças de uma aula», e «Copiar respostas por um colega durante um exame». Os alunos que praticam mais comportamentos desonestos são do sexo masculino, frequentam um ano curricular mais avançado, têm menor média de curso e estão envolvidos em atividades extracurriculares (p<0,05). As condutas que os alunos consideram como sendo mais graves são as que menos praticam, com uma correlação muito forte negativa de -0,96. As opiniões dos docentes e estudantes quanto à prática e perceção da gravidade de comportamentos desonestos apresentam uma correlação positiva forte (0,81 e 0,90 respetivamente), no entanto os professores consideram que os alunos praticam mais comportamentos desonestos do que os alunos revelam, e classificam-os como mais graves. Conclusão: Verificou-se que o nível de prevalência de comportamentos desonestos que os estudantes de Medicina declaram praticar é muito baixo. Não obstante, é necessário consciencializar os alunos para as consequências da prática de atitudes desonestas no seu desempenho enquanto alunos mas, principalmente, na sua futura atividade profissional, devendo a faculdade adotar as medidas necessárias que facilitem essa tomada de consciência de forma a prevenir a prática de atitudes menos éticas pelos futuros médicos.
