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- Alopecia AreataPublication . Craveiro, Ana Pedro Cunha; Alonso, Neide Sandra Pereira; Mendes, Rita Maria de Almeida BouceiroA Alopecia Areata constitui uma condição clínica auto-imune, multifatorial, de etiologia desconhecida, responsável por perda capilar não-cicatricial. Afeta crianças e adultos, sem preferência racial ou por género e tem um curso imprevisível, que, na grande maioria das vezes, não é modificado pelos tratamentos atuais. Estudos mostram que pacientes com Alopecia Areata possuem maior risco de ansiedade, atopia, vitiligo, patologia da tiróide e outras condições auto-imunes. Contudo, a carência de estudos aleatorizados e controlados sobre a doença, aliada às inúmeras interrogações que lhe estão associadas, têm contribuído para que a abordagem da Alopecia Areata continue a ser um desafio. A corticoterapia tem sido a modalidade de tratamento mais usada, mas o seu espetro de atuação parece redutor nalgumas formas da doença. Por outro lado, e apesar do seu grave impacto psicológico, a Alopecia Areata não comporta consequências diretas na saúde geral, pelo que esperar por uma eventual remissão espontânea poderá ser uma opção sensata nalguns casos. Desta forma, o presente trabalho visa conhecer as caraterísticas epidemiológicas e clínicas da Alopecia Areata, comorbilidades frequentemente associadas e principais limitações das atuais possibilidades terapêuticas. Igualmente com este intuito, e como forma de aproximar o racional teórico da prática clínica, é apresentado um resumo organizado de casos clínicos de Alopecia Areata diagnosticados e acompanhados no serviço de Dermatologia do Centro Hospitalar Cova da Beira, entre 2014 e 2016.
- Opinião dos utilizadores de telemedicina “Aldeia inteligente de montanha"Publication . Saraiva, André Joaquim Pinto dos Santos; Sousa, Miguel Castelo Branco Craveiro deNos últimos anos, por todo o mundo, a telemedicina tem vindo a ganhar ímpeto, levando à aceitação desta, como uma ferramenta essencial da medicina, tanto pelos trabalhadores da área da saúde como pelos utentes. Tem havido um número considerável de estudos cujos resultados mostram os benefícios dos programas de telemedicina, não apenas na redução de custos; diminuindo o número de exacerbações e admissões hospitalares, mas também na melhoria dos “outcomes”, com os utentes a terem uma melhor compreensão sobre a sua doença e de que forma a podem controlar. Este estudo baseia-se num programa de telemonitorização que está a ser levado a cabo na aldeia do Sabugueiro, em Portugal. Esta aldeia é uma das primeiras “Aldeia inteligente de montanha” no mundo. Para além de ter o conceito de Internet das coisas aplicada às suas infraestruturas, esta apresenta também um componente de telemonitorização, onde tensão arterial, glicémia capilar e peso de uma parte da população são monitorizados, tanto em indivíduos saudáveis como doentes. Alterações nestes parâmetros são muito prevalentes na nossa sociedade, sendo responsáveis por uma grande parte dos gastos do sistema nacional de saúde, representando fatores de risco importantes para eventos cardiovasculares que são a principal causa de morte no nosso país. Por essa razão, a abordagem adequada destes problemas é de vital importância para que se consiga uma redução no seu impacto económico, na morbilidade e na mortalidade. Contudo, a implementação deste programa tem encontrado alguma resistência e dificuldades. Por essa razão, os principais objetivos deste trabalho focam-se em perceber o que pode melhorar a adesão de um utente a um sistema de telemonitorização; quais as suas principais dificuldades e quando é que estes programas são considerados de maior utilidade. De forma a alcançar este objetivo, foi distribuído um inquérito pelos participantes. Com este estudo foi possível concluir que, apesar de todas as limitações, houve uma adesão significativa ao programa de telemonitorização, com o número de medições realizadas a aumentarem significativamente após o início do programa. Os utentes estão satisfeitos com o feedback, consideram ter havido um impacto positivo no seu estado de saúde e estão motivados a continuar. Para além disso, a grande maioria considera que este programa é útil, principalmente quando as pessoas não conseguem deslocar-se aos cuidados de saúde, encontrando-se muito satisfeita com esta iniciativa. Por outro lado, como principal dificuldade referem a incapacidade que muitos dos utentes têm de realizar as medições de forma autónoma.
- Revisão sistemática da eficácia terapêutica dos bifosfonatos em adultos com Síndrome Doloroso Regional Complexo tipo 1Publication . Afonso, Pedro Miguel Azevedo; Patto, Maria da Assunção Morais e Cunha Vaz; Pinto, NunoIntrodução: o Síndrome Doloroso Regional Complexo (SDRC) é um quadro doloroso crónico que afecta predominantemente as extremidades e cursa com alterações sensitivas, autonómicas, motoras e tróficas. Os subtipos I e II reflectem, respectivamente, a ausência ou presença de lesão nervosa periférica associada. O conhecimento da patofisiologia é incompleto, mas podem estar envolvidos fenómenos de sensibilização, disfunção vasomotora, inflamação neurogénica e neuroplasticidade patológica. O diagnóstico é clínico e o tratamento é multidisciplinar, sendo que não existe até agora nenhum tratamento farmacológico específico ou tido como primeira linha. Objectivo: avaliar a eficácia dos bifosfonatos orais e/ou intravenosos na redução da dor e outros sintomas em adultos com SDRC tipo I. Métodos: nesta revisão sistemática da literatura incluímos ensaios aleatorizados controlados que comparassem o efeito da administração oral e/ou intravenosa de bifosfonatos com a administração de placebo. Fizemos pesquisas na PubMed/MEDLINE, EMBASE, Scopus, Scielo, Índex RMP, DARE e ClinicalTrials.gov para encontrar estudos publicados entre 1970 e Fevereiro de 2017 sobre a utilização de bifosfonatos no tratamento do SDRC tipo I. Todos os títulos e abstracts foram avaliados de forma independente por dois revisores e a extração de dados dos artigos elegíveis também foi feita de forma independente com recurso a um formulário de extração de dados. O risco de viés das publicações foi avaliado com a “Cochrane collaboration’s tool for assessing risk of bias”. A dor foi o outcome primário a avaliar. No final da análise dos estudos e da avaliação dos outcomes considerados, procedeu-se à síntese narrativa dos resultados encontrados. Resultados: identificámos cinco estudos aleatorizados, duplamente cegos e controlados com placebo que cumpriam os nossos critérios de inclusão. Estes estudos reuniram um total de 201 doentes e estudaram a utilização de Alendronato, Pamidronato, Clodronato ou Neridronato no tratamento de adultos com SDRC tipo I. Todos eles encontraram reduções estatisticamente significativas nos níveis de dor registados através da Escala Visual Analógica (EVA) dos doentes tratados com um bifosfonato. A diferença entre o grupo tratado com bifosfonatos e o grupo placebo também foi estatisticamente significativa em todos eles. A utilização de bifosfonatos teve um impacto positivo na redução da impotência funcional e na recuperação da densidade mineral óssea. Não ficou provado o efeito benéfico na redução do edema. Discussão: as intervenções foram consideradas eficazes na redução da dor quando, em comparação com os valores obtidos inicialmente, se registaram reduções relativas >50% ou reduções absolutas >3cm na EVA, após o período de dupla-ocultação. A análise isolada de cada um dos RCT’s aponta para um efeito positivo dos bifosfonatos sobre a dor, apesar de nem todos terem sido considerados eficazes. Em relação aos restantes outcomes avaliados, os bifosfonatos contribuíram para uma melhoria estatisticamente significativa na maior parte deles. Conclusões: os bifosfonatos têm um efeito positivo de redução da dor e também na impotência funcional e densidade mineral óssea. Encontrámos evidência de eficácia na redução da dor com a administração intravenosa (IV) de Clodronato, Alendronato e Neridronato.
- What’s the importance of portable tele-monitoring devices in patient therapeutic adherence?Publication . Rodrigues, Orlando Pimenta; Sousa, Miguel Castelo Branco Craveiro de; Gaspar, Pedro Miguel de Figueiredo Dinis OliveiraIn the United Kingdom, it’s estimated that the National Health System spends every year almost $121 million in unused drugs. The hospital admission costs attributed to patients not taking their prescribed medicine properly was estimated to be between $44m and $240m per year. In the United States of America, medication non-adherence is estimated in $100 to $300 billions of avoidable healthcare costs annually, representing 3–10% of total United States healthcare costs. Studies show that improving medication adherence may have a greater influence on the health of the population than the discovery of any new therapy. Effective medicines are available for many conditions. Yet patients are non-adherent 50% of the time, reaching its critical point in certain disease states, such as asymptomatic conditions like hypertension, in which the incidence may approach 80%. Each disease has its special challenges. To answer the non-adherence problem, we must understand that people under certain disease states, are not aware of the danger when they unconsciously neglect the treatment and stop taking the prescribed medication. With the technological boom over the recent years, we were flooded with gadgets and devices that allow us to do practically everything in our everyday life, and the rise of tele-monitoring devices is going to be a reality, not only to monitor bio-signals but to help us with medication compliance. The objective of this dissertation is to gather information to establish what are the main strengths of nowadays technology to assemble the best integrated monitoring and control device, for therapeutic adherence. Our proposal is to create a therapeutic adherence monitoring device that consists in a smart blister coupled to a device which has the capacity to collect (from other medical devices) and send data (medicine taking time, blood pressure and oximetry) to a cloud every day. This allows the clinician to know, with high certain, if the patient is taking his medicine exactly how it has prescribed as well as the schedule of the same. Concluding, therapeutic non-adherence is a public health problem that leads to high economical and health losses. Nevertheless, we find that the technological devices fit within the lifestyle of the average person and present themselves as a solution.
- Necessidade e aceitação de dispositivos para o controlo da adesão à terapêutica medicamentosaPublication . Costa, Tiago José Guimarães Carvalho; Sousa, Miguel Castelo Branco Craveiro deA não adesão à terapêutica medicamentosa, tem um grande impacto na progressão de diversas patologias e também na economia dos países. É essencial perceber a atual realidade deste problema no nosso país e apurar a necessidade da introdução de novos dispositivos que possam ser a resposta para esta questão. Com este trabalho pretendeu-se conhecer a perceção dos médicos da região da Beira Interior face ao impacto da não adesão terapêutica, e a necessidade de obter o controlo da mesma em meio clínico. Neste contexto, optou-se por uma abordagem quantitativa baseada em inquérito por questionário. Os dados foram obtidos a partir de amostras constituídas por médicos nos diversos graus de carreira do CHCB, ULSG e da ULSCB. Entre Janeiro e Março de 2017 foram preenchidos 47 inquéritos e os dados foram posteriormente analisados estatisticamente. Os resultados obtidos revelaram que, na opinião dos médicos inquiridos, a monitorização da adesão às terapêuticas médicas é importante na maioria das patologias nas mais diversas especialidades. Estimou-se ainda que apenas 50 a 75% dos pacientes cumprem a terapêutica exatamente como prescrita. Da análise do impacto da não adesão à terapêutica médica concluiu-se que este é elevado, tanto a nível da evolução do estado clínico do paciente, na progressão de doenças crónicas, criação de multirresistências bacterianas e nas economias dos países. Percebeu-se ainda que existe uma necessidade pensar em novas soluções e, talvez,de introduzir dispositivos de controlo da adesão terapêutica e de um serviço que o conecte com os hospitais de modo a aumentar a adesão por parte dos pacientes e assim reduzir os impactos negativos que a não adesão envolve. Este trabalho, além de avaliar a perceção dos médicos sobre o assunto, pretende contribuir, em primeiro lugar, para a exposição de um problema atual de grande relevo, a não adesão à terapêutica medicamentosa, e, em segundo lugar, para o apuramento da necessidade da sua resolução através dos meios tecnológicos hoje disponíveis, com a finalidade de contribuir para a diminuição de gastos em saúde e, acima de tudo, para a melhoria do estado clínico dos pacientes.
- A Tecnologia ao serviço da saúdePublication . Mendes, André Fernandes Elias Gonçalves; Sousa, Miguel Castelo Branco Craveiro deO desenvolvimento tecnológico a que assistimos fornece-nos variadas formas inovadoras de exercer medicina. No atual contexto do país somos desafiados a fazer cada vez mais com menos recursos. A Telemedicina define-se sucintamente como a aplicação das tecnologias de informação ao ramo da saúde e afirma-se como um meio de prática clínica com grande importância em qualquer serviço nacional de saúde se adaptado de acordo com as necessidades, podendo ter aplicações que vão desde a partilha de informação, realização de consultas, permitindo a colaboração de profissionais à distância, melhorando a distribuição e facilitando o acesso aos cuidados de saúde. Tratando-se de um conceito relativamente recente é pertinente perceber se a população conhece os diferentes aspetos do tema, que opinião têm sobre este, quais as suas necessidades percebidas em saúde e se estas poderiam ser resolvidas através da aplicação da telemedicina e por fim, quais os critérios que pensam ser necessários e quais as maiores preocupações para que seja possível a adesão por parte da população. Este estudo foi realizado através de um inquérito distribuído aos utentes da Consulta Externa do Centro Hospitalar Cova da Beira, após preenchimento de um consentimento informado, durante três dias do mês de Fevereiro de 2017. O trabalho contou com 63 participantes. Quanto aos resultados, sobre o conhecimento, a maioria da população conhece este conceito, o que acontece também com a Teleconsulta. Em relação á Telerradiologia, a maior parte dos utentes refere não saber do que se trata. A principal função referida foi a diminuição do tempo de espera em algumas especialidades. A maior parte da população concorda com a aplicação das tecnologias à saúde e recorre poucas vezes aos cuidados de saúde, sendo o serviço mais utilizado a Consulta Externa. Quanto á adesão a maioria ainda prefere uma consulta presencial mas também não se importavam se as suas consultas fossem substituídas por Teleconsultas. Concluindo, a população reconhece a importância da Telemedicina e, apesar da maioria conhecer o conceito, ainda há muito trabalho a realizar na educação da população. A maioria das pessoas recorre preferencialmente ao serviço de consultas externas e apesar da maioria não se importar com a mudança para Teleconsultas, estes ainda referem preferir uma consulta presencial.
- UrbLog - Prototype 3: Joint System Concept ProposalPublication . Santos, João Pedro Silva; Silva, Jorge Miguel dos Reis; Gamboa, Pedro VieiraWithin UrbLog project, this dissertation first goal involves the development of a joint system concept to apply on the tubular internal structure of a hybrid airship prototype – Prototype 3. Such concept aims the application of additive manufacturing technologies, taking advantage of all benefits associated to this type of fabrication. Resorting then to the fused filament fabrication (one of the most common type of additive manufacturing technology), and after the development of several ideas using computer aided design software, a functional joint system concept was presented. The clamping mechanism capacity of the developed joint was validated by means of a suspension test. Taking into account a possible application of additive manufacturing technology, more specifically the fused filament fabrication, on Prototype 3 structure, it is necessary to conduct studies on the commercially available materials and on the different printing settings. Therefore, the following dissertation also aimed the execution of flexural and tensile trials to analyse both the mechanical properties of parts printed with three different materials – PLA, ABS, and Carbonfil-, and the impact of the infill printing setting (or in other words evaluate the impact of an internal mass reduction). The obtained results showed that all three materials produce parts with quite distinct characteristics. While PLA parts present the highest strength values, Carbonfil and ABS printed samples are respectively the stiffer and the most ductile. The internal mass reduction study was performed by comparing the mechanical properties of test samples with 100% and 50% infill percentages. For all materials, such reduction led to a decrease on both the stiffness and strength of the printed parts. Regarding, for example the tensile and flexural strength, 50% infill parts showed a reduction of respectively 34% and 19% when comparing with the completely solid samples. It was also observed within this trial, that the infill impact on parts strength is superior comparing with the specific modulus, and that such impact increases along the applied load.
- Comportamento tabágico, experimentação de cigarros eletrónicos e atitudes de controlo de tabagismo dos Estudantes de Medicina da Universidade da Beira InteriorPublication . Soares, Rosa Margarida de Pina; Ravara, Sofia BeloIntrodução: O marketing agressivo dos cigarros eletrónicos (e-cigarette) é uma ameaça ao controlo do tabaco. A educação médica deverá privilegiar a promoção da saúde dos estudantes, realçando o papel crucial dos médicos no controlo do tabagismo, na sensibilização para os riscos associados ao consumo e no tratamento dos fumadores. Objetivos: Avaliar o comportamento tabágico, a experimentação de e-cigarette, e as atitudes de controlo de tabagismo dos estudantes dos primeiros e últimos anos do Mestrado Integrado de Medicina da Universidade da Beira Interior e compará-los com um estudo realizado em 2012. Metodologia: Estudo transversal baseado na aplicação de um questionário de autopreenchimento, em contexto de tutoria, com amostragem de conveniência. Realizou-se uma análise descritiva, inferencial e regressão logística. Resultados: Participantes: 460 estudantes; idade média de 22±3 anos; 72% raparigas. A prevalência de fumadores foi: 36,5% nos rapazes; 16,2% nas raparigas, p<0,001, sendo frequente o consumo ocasional e elevada a experimentação de múltiplos produtos de tabaco. Não foram observadas diferenças significativas de consumo entre os estudantes dos primeiros e últimos anos, nem entre os estudantes dos anos 2012 e 2016. A taxa de experimentação de e-cigarette foi de 9,6%, sendo maior nos rapazes e nos filhos de pais com instrução superior. A maioria concorda que os e-cigarette prejudicam a saúde e com a sua proibição em espaços fechados, discordando da sua eficácia como método de cessação tabágica. Cerca de 90% dos estudantes afirmam que a proibição de fumar é cumprida na FCS e nos serviços de saúde; metade concordam com o alargamento desta lei a todo o campus universitário. 51% refere estar exposto ao fumo ambiental do tabaco (FAT) na FCS; 27% manifesta consistentemente o seu desagrado por essa exposição. Verificou-se uma associação entre ser fumador e ter atitudes mais permissivas em relação ao tabagismo e à exposição ao FAT. Conclusão: A prevalência de tabagismo é alta entre os estudantes de medicina da FCS, sobretudo no sexo masculino, sendo frequente o consumo ocasional e elevada a experimentação de múltiplos produtos. Não foram observadas diferenças significativas de consumo entre os estudantes dos primeiros e últimos anos do curso, nem entre os estudantes do ano 2012 e 2016. A frequência do Mestrado de Medicina não promove a cessação tabágica dos estudantes, nem a prevenção do comportamento tabágico entre os jovens médicos, alertando para a necessidade de uma estratégia abrangente de prevenção e controlo de tabaco em Portugal e envolvendo as Faculdades de Medicina.
- Agenda para a Saúde – mOrganizerPublication . Marques, João Mário Carvalho de Oliveira; Sousa, Miguel Castelo Branco Craveiro deIntrodução: A não adesão terapêutica é um problema real, crescente e atual, com impacto na saúde do paciente e na eficiência dos processos terapêuticos. A sua elevada prevalência reflete-se numa maior procura dos serviços de saúde e num maior gasto económico pelo aumento das prescrições e consultas médicas que, de outra forma, seriam desnecessárias e evitáveis caso ocorresse uma gestão mais eficiente dos recursos. Objetivos: Criação de uma aplicação informática móvel (mOrganizer), exemplificativa de um conceito que servirá como ponte entre o paciente e o sistema informático SClínico (sistema informático desenvolvido pelos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde que visa ser a aplicação transversal a todos os prestadores de cuidados de saúde do Sistema Nacional de Saúde Português na gestão dos processos clínicos). Metodologia: Para o desenvolvimento da aplicação móvel mOrganizer foi necessário utilizar os programas: AndroidStudio, JAVA e JSON. Para efeitos de armazenamento de base de dados recorreu-se a phpMyAdmin, php e HTML para implementar a aplicação WEB. Resultados: A aplicação permite o acesso e a organização do plano terapêutico de acordo com as recomendações médicas, de forma simples e clara, com o recurso à emissão de alertas caso estes sejam desejados. Nesta ‘Agenda de Saúde’ é ainda possível ao utente ter informação acerca da marcação das suas consultas médicas e de enfermagem, do agendamento de análises clínicas ou restantes métodos complementares de diagnóstico, da calendarização das suas vacinações, entre outros aspetos. Para o profissional de saúde, esta aplicação servirá como salvaguarda de que as informações transmitidas ao utente não serão esquecidas ou deturpadas tão facilmente, assegurando-lhe um acesso fácil a essa mesma informação sempre que necessitar. Conclusão: Após o estudo das ofertas de aplicações móveis na área de saúde percebeu-se rapidamente a necessidade de uma ferramenta com estas características para ser mais um argumento contra a não adesão. Concluímos que este modelo tem um valor acrescido na gestão da saúde de cada paciente ao diminuir o viés de interpretação e de esquecimento que possa existir face às recomendações do médico. Com esta aplicação, espera-se alcançar um melhor acompanhamento dos nossos utentes promovendo o seu empowerment, capacitando-os para um papel mais ativo e preponderante numa gestão mais eficiente da sua saúde e numa maior e mais próxima interação com o seu médico.
- Uso de opióides na dor crónica não oncológicaPublication . Azevedo, Alda Sofia Condez Anes de; Santos, Vitor Manuel dosIntrodução: A dor crónica é um problema atual de saúde pública com altos custos individuais e sociais e que afeta uma percentagem considerável da população portuguesa. As principais causas de dor crónica são as patologias do foro osteoarticular e musculosquelético, que são particularmente frequentes nos cuidados de saúde primários. Os opióides são um pilar importante no tratamento da dor crónica não oncológica moderada a forte. No entanto, existe ainda alguma resistência à prescrição de opióides, o que pode levar ao subtratamento da dor e à diminuição da qualidade de vida dos pacientes. Os objetivos desta dissertação são, através de uma revisão bibliográfica da literatura, perceber as crenças e atitudes dos médicos relativamente ao uso de opióides e identificar as razões que levam ao receio de os prescrever. O foco será nos cuidados de saúde primários, por serem os médicos de família os principais responsáveis pelo tratamento da dor crónica. Pretende-se também desmitificar algumas ideias incorretas que ainda existem relativamente à utilização de opióides no tratamento da dor crónica não oncológica. Metodologia: Foi feita uma pesquisa bibliográfica na base de dados Pubmed, na revista DOR e nas plataformas online da Direção-Geral da Saúde, European Pain Federation e International Association for the Study of Pain. Os termos da pesquisa foram uma associação das palavras-chaves: “chronic pain”, “opioids”, “chronic non-cancer pain” e “primary health care”, “opióides”, “dor crónica” e “dor crónica não oncológica”. Foram excluídos os estudos que se focassem em especialidades que não os cuidados de saúde primários e que abordassem apenas dor crónica de etiologia oncológica. Resultados: Nos últimos anos tem-se verificado um aumento global no consumo de opióides. No entanto, apesar das várias guidelines e recomendações existentes, ainda se observa uma grande relutância no uso de opióides para a dor crónica não oncológica, tanto por parte dos médicos, como dos pacientes. As principais razões referidas pelos médicos para a sua resistência na prescrição de opióides são a possível ocorrência de comportamentos abusivos e de adição, e a falta de formação e experiência prática. Esta insuficiente formação parece ser um problema que vem já da formação pré-graduada, pois a maioria das escolas médicas europeias tem um tempo insuficiente dedicado ao ensino sobre a dor no seu currículo. Discussão e conclusão: É urgente o investimento na educação pré e pós graduada relativamente à dor crónica e o seu tratamento, com especial destaque para a prescrição de opióides. Existe ainda evidência fraca relativamente à eficácia e segurança do uso de opióides a longo prazo, sendo assim necessários mais estudos realizados a longo prazo.