Browsing by Issue Date, starting with "2017-6-26"
Now showing 1 - 4 of 4
Results Per Page
Sort Options
- Correlação entre rastreio bioquímico, translucência nucal aumentada, amniocentese e desfecho perinatal no CHCBPublication . Dias, Flávia Cristina Nogueira; Rodrigues, Nélia Lamberta PereiraIntrodução: O diagnóstico pré-natal tem vindo a crescer em acessibilidade, sendo a amniocentese, um procedimento de diagnóstico invasivo, frequentemente realizado. No entanto, a necessidade de recorrer a um exame diagnóstico deve ser avaliada através de métodos de rastreio pré-natais. O rastreio bioquímico de 1º trimestre que combina a idade materna, a espessura da translucência nucal fetal e dois marcadores bioquímicos do soro materno, a gonadotrofina coriónica humana-ß e a proteína plasmática A associada à gravidez é amplamente usado na prática clínica atual e apresenta uma taxa de deteção de 85% para a trissomia 21. O objetivo do estudo foi averiguar se num grupo de mulheres com alteração do rastreio bioquímico de 1º trimestre, se verificaria um aumento das complicações ocorridas durante as gestações e do número de desfechos clínicos adversos. Materiais e Métodos: Estudo observacional, descritivo, transversal e retrospetivo no Centro Hospitalar Cova da Beira, das grávidas seguidas em consulta de Diagnóstico Pré-Natal após deteção de rastreio bioquímico alterado, entre janeiro de 2010 e dezembro de 2015, tendo por base a análise de processos clínicos. Foi, igualmente, pedida a colaboração do Gabinete de Planeamento e Controlo de Gestão, para obtenção do número total de rastreios bioquímicos realizados durante o período supracitado e o número de mulheres que realizaram interrupções médicas da gravidez ou tiveram crianças com anomalias cromossómicas, permitindo calcular a sensibilidade e a especificidade do teste de rastreio bioquímico. As variáveis estudadas na amostra selecionada incluíram a idade materna, a idade gestacional, a medição ecográfica de translucência nucal, o resultado de amniocentese, a ocorrência de desfechos adversos durante a gestação, antecedentes pessoais e familiares das grávidas, o tipo de parto e a presença ou ausência de patologia nas crianças. A análise estatística foi realizada com recurso ao SPSS Statistics 20.0® para Microsoft Windows®, com a aplicação do teste Chi-quadrado e do teste exato de Fisher, para o estudo de correlações entre duas variáveis. Resultados: Entre janeiro de 2010 e dezembro de 2015, 2088 grávidas realizaram o rastreio bioquímico do 1º trimestre, 137 mulheres com resultado anómalo e 1951 mulheres com resultado normal, com um total de 3 falsos negativos e 133 falsos positivos, uma sensibilidade de 57,14% e especificidade de 93,65%. Quanto à amostra de 137 grávidas com alteração do rastreio bioquímico, a média de idades maternas era de 32,7 anos, e a média da idade gestacional à data da primeira consulta de Diagnóstico Pré-Natal era de 16 semanas e 3 dias. 30 mulheres (21,9%) apresentavam aumento da translucência nucal no controlo ecográfico de 1º trimestre. A todas as mulheres foi proposta a realização de amniocentese, sendo que 12 mulheres não realizaram o procedimento. Das grávidas que realizaram amniocentese, 119 tinham fetos com cariótipos normais, 4 apresentaram cariótipos condizentes com trissomia 21 e 2 apresentaram alterações de cariótipo sem significado especificado. 81 gestações decorreram sem qualquer intercorrência e 4 terminaram com recurso a Interrupção Médica da Gravidez. Quanto às crianças, 37 apresentaram algum tipo de alteração, sendo as anomalias identificadas variadas, não permitindo associações estatisticamente significativas. As várias correlações testadas não apresentaram significância estatística. Discussão: No Centro Hospitalar Cova da Beira, a aplicação do rastreio bioquímico de 1º trimestre apresentou uma sensibilidade mais baixa, quando comparada àquela descrita na literatura. Na amostra de grávidas com alteração de rastreio bioquímico não foi possível encontrar correlações estatisticamente significativas entre os resultados do rastreio bioquímico, a translucência nucal, o resultado da amniocentese, a ocorrência de desfechos adversos na gravidez, o tipo de parto e a presença ou não de patologia nos recém-nascidos. No entanto, o diagnóstico pré-natal dá aos progenitores a hipótese de tomarem decisões informadas, devendo ser oferecido a todas as grávidas que apresentem critérios para tal, tendo em mente que se trata de uma área em evolução com o surgimento de novos testes e novas possibilidades.
- O valor prognóstico da relação neutrófilos/linfócitos e plaquetas/linfócitos na Apendicite AgudaPublication . Rocha, Luís Carlos Afonso; Vaz, Pedro Renato Sousa da Silva; Borges, SílviaIntrodução: A apendicite aguda (AA) é a causa mais comum de intervenção cirúrgica urgente e é um dos principais diagnósticos diferenciais de abdómen agudo em qualquer idade. O diagnóstico de AA é essencialmente clínico, constituído pelos sinais clássicos e sintomas típicos. Não raramente, o diagnóstico de AA torna-se um desafio com apresentações atípicas, principalmente nos extremos etários. Um diagnóstico precoce é fundamental para um correto tratamento da AA. Não existe nenhum um marcador que discrimine a AA de outras causas de dor abdominal e os marcadores serológicos mais utilizados são a leucocitose, a neutrofilia, a elevação da proteína C-reativa (PCR) e o hematócrito. Quando se analisa a literatura em relação à avaliação do prognóstico da AA verifica-se que são poucos os estudos que o definem e o avaliam. Objetivo: O principal objetivo é a avaliação da relação neutrófilos/linfócitos (N/L) e plaquetas/linfócitos (P/L) como ferramenta prognóstica da AA. Métodos: Estudo retrospetivo, observacional de doentes submetidos a apendicectomia de urgência na Unidade Local de Saúde de Castelo Branco no ano de 2015, baseado na análise dos processos clínicos. A análise dos dados estatísticos foi elaborada no software SPSS-21.0®. Resultados: Quarenta (42.1%) doentes tiveram AA não complicada e 55 (57.9%) apresentaram AA complicada. A relação N/L apresentou melhor acuidade (0.77 (0.68-0.87)) para a gravidade da AA, seguida pela PCR (0.71(0.59-0.81)), relação P/L (0.67(0.56-0.77)) e EA (0.66 (0.56-0.77)). Para um cut-off de 6.6 a relação N/L apresentou uma sensibilidade de 75% e especificidade de 69.1%, enquanto a relação P/L, para um cut-off de 150 apresentou uma sensibilidade e especificidade de 80% e 54.5%, respetivamente. Conclusão: A relação N/L pode ser uma importante ferramenta de prognóstico da AA e a relação P/L também pode ser usada como marcador de prognóstico, embora com menor acuidade do que a relação N/L.
- Planeamento de Recursos Humanos em Saúde Médicos no SNSPublication . Fernandes, André Alçada; Sousa, Miguel Castelo Branco Craveiro deIntrodução: O acesso universal a cuidados de saúde apenas pode ser alcançado se for garantido que, a cada momento, estão disponíveis todos os recursos necessários, o que apenas é possível com um adequado planeamento. Com base no estudo de modelos semelhantes de outros países, analisou-se, em diferentes cenários, a adequabilidade futura do número global de médicos no Serviço Nacional de Saúde português; refletiu-se, numa perspetiva económica, acerca do impacto da variação do número de médicos; e analisou-se a problemática da distribuição e retenção, condicionantes de um planeamento adequado. Métodos: No Modelo da Oferta projetou-se o número de médicos com base nas estimativas de entradas no Internato Médico e saídas por aposentação, rescisão de contrato e morte. Num Cenário Base, assumiu-se a manutenção do atual número de rescisão de contrato, num Cenário Otimista metade deste valor e no Cenário de Máximo Potencial a ausência de rescisões. Foram considerados dois Modelos para estimar as Necessidades. No Modelo de Benchmarking foi considerado o rácio médico-habitante médico dos países da OCDE como o número ideal de médicos atualmente. No Modelo do Diferencial Estimado assumiu-se, em dois cenários distintos, um défice atual de 5% e 10%. Em ambos os modelos o número de médicos considerado desejável atualmente foi projetado no tempo com base na evolução populacional prevista. Resultados: Quando considerado o Cenário Base da Oferta verifica-se, em 2030, um número expectável de 29.811 médicos, aproximadamente 111% do inicial. Tal projeção é insuficiente para igualar a projeção de necessidades com base no Modelo de Benchmarking em qualquer cenário considerado, sendo, no entanto, suficiente para cobrir as projeções de um atual défice de 10% em 3 de 4 cenários do Modelo do Diferencial Estimado. Quando considerado o Cenário Otimista da Oferta verifica-se, em 2030, um número expectável de 34.449 médicos, aproximadamente 128% do inicial. Tal projeção excede as necessidades no Modelo do Diferencial Estimado em todos os 8 cenários considerados e no Modelo de Benchmarking em 3 dos 4 cenários. Conclusões: Apesar da diminuição populacional, o fenómeno de envelhecimento poderá, ainda que de forma modesta, aumentar as necessidades quantitativas de médicos. Contudo, Portugal tem instalada uma capacidade formativa para, globalmente, gerar um número de especialistas suficiente para exceder as necessidades em todos os cenários considerados. Mesmo mantendo a proporção de rescisões anuais atual, Portugal disporá em 2030 de médicos suficientes no serviço público para cobrir as necessidades previsíveis, considerando um défice estimado atual de 5-10% destes profissionais.
- Fatores Prognósticos no Cancro da MamaPublication . Pereira, Daniela Silva Marques; Gonçalves, António Humberto Sena; Lobo, Andreia Filipa LiberatoIntrodução: A determinação do prognóstico na altura do diagnóstico de cancro da mama é essencial para um ótimo acompanhamento do doente. Concomitantemente com os fatores prognósticos tradicionais, o valor prognóstico dos marcadores tumorais tem sido investigado. Os marcadores mais utilizados no cancro da mama são o Ca 15.3 e o CEA e apesar de alguns estudos sugerirem que os níveis séricos destes marcadores facultam informações prognósticas significativas, sua utilidade permanece controversa. Objetivos: Determinar se o doseamento sérico dos marcadores tumorais Ca 15.3 e CEA na altura do diagnóstico tem valor prognóstico na recorrência em 5 anos do cancro da mama, numa população de utentes do género feminino, do serviço de Ginecologia do Centro Hospitalar Cova da Beira, com diagnóstico de cancro da mama. Material e Métodos: Estudo de investigação de carácter descritivo, transversal, com direção retrospetiva. Para a sua realização foram consultados os processos clínicos das utentes com diagnóstico de cancro da mama, do serviço de Ginecologia do Centro Hospitalar Cova da Beira, entre 1 de janeiro de 2005 e 31 de dezembro de 2010. Para a análise estatística recorreu-se ao programa informático Microsoft Excel 2016 e ao software SPSS -Statistical Package for Social Sciences ® (versão 23.0). Resultados: A amostra foi constituída por 80 mulheres, com idade mediana de 66,5 anos. 85% das mulheres tinham carcinomas ductais invasivos. Relativamente à classificação TNM, o T mais frequentes foi o T2 (46,3%) e o N mais frequente foi o N0 (56,3%). No que diz respeito ao estadiamento, 45% das mulheres encontravam-se no estadio II. 25% das mulheres apresentavam o Ca 15.3 elevado na altura do diagnóstico, e a mesma percentagem apresentava CEA elevado. Apenas 10% tinham os dois marcadores elevados. Houve recorrência da doença em 21,2% dos casos. 13 mulheres tiveram recorrência à distância, sendo a localização mais frequente o osso. A relação entre o tamanho do tumor e a recorrência da doença à distância foi estatisticamente significativa (p<0,009). Não se obteve significância estatística ao relacionar o Ca 15.3 e o CEA com recorrência da doença, nem com a localização das recorrências. Houve uma relação estatisticamente significativa entre a metastização óssea e ambos os marcadores estarem elevados (p< 0,048) e entre metastização ovárica e o marcador Ca 15.3 estar aumentado (p<0,017). Conclusão: Com base nos resultados obtidos, não podemos considerar os níveis pré-operatórios dos marcadores tumorais Ca 15.3 e CEA como fatores prognósticos de recorrência de cancro da mama.