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- Síndromes de Hipotensão OrtostáticaPublication . Sousa, Rosa Liliana Carneiro de; Rodrigues, Manuel de CarvalhoO termo ortostase deriva das palavras gregas “orthós” e “stásis” e significa estar na posição ereta. Para ser possível manter a ortostase são necessários mecanismos que permitam o retorno venoso suficiente e sustentado para o coração, caso contrário ocorre queda na pressão arterial, podendo resultar em hipotensão. Estes mecanismos têm-se desenvolvido ao longo do tempo, mas continuam pouco compreendidos. Sabe-se que para a manutenção da ortostase é preciso haver interação complexa entre vias autorreguladoras cardiovasculares, autonómicas e neuroendócrinas, bem como manobras físicas subconscientes que reduzem a capacidade venosa e aumentam a resistência vascular periférica levando ao aumento do retorno venoso. Como etiologia a hipotensão ortostática pode ter causas primárias e secundárias, sendo a insuficiência autonómica pura e a atrofia sistémica múltipla exemplos de causas primárias e a hipovolémia e a iatrogenia/medicação exemplos de causas secundárias. A doença dos barorrecetores inclui-se nas causas secundárias de hipotensão ortostática. A Hipotensão Ortostática pode ser aguda ou crónica, sintomática ou assintomática. Dado que a Hipotensão Ortostática é um sinal e não um sintoma de doença, não é considerada uma entidade patológica e inclui-se nas síndromes de intolerância ortostática, cujos sintomas, tais como visão turva, náuseas, fadiga, fraqueza, palpitações, dores de cabeça entre outros, são semelhantes entre si, no entanto diferem no mecanismo de origem. Estes sintomas são provocados pela hipoperfusão cerebral e por excesso de atividade simpática. Aquando da avaliação da Hipotensão Ortostática é importante ter em consideração os diversos diagnósticos diferenciais que possam levar à queda da pressão arterial, como a existência hipovolémia, medicação, distúrbios autonómicos primários e secundários e sincope vasovagal. A Hipotensão Ortostática é multifatorial e tem maior incidência e prevalência na população idosa, sendo que raramente é encontrada de forma isolada. Ao longo dos últimos anos têm-se desenvolvido estudos que associaram a prevalência deste sinal a um aumento de risco de todas as causas de morte, incidência de doença coronária cardíaca e enfarte. Tendo em conta tudo isto, esta dissertação tem como fim o estudo das síndromes de hipotensão ortostática, focando a sua prevalência na população idosa e a sua influência na morbilidade desta faixa etária. Além disso, também se destaca a hipotensão associada à doença dos barorrecetores.
- Medição do diâmetro pupilar binocular na pseudofaquia em função da distância ao objetoPublication . Gomes, Renato André da Silva; Fiadeiro, Paulo Torrão; Serra, Pedro Miguel Fernandes da NaveIntrodução: A pseudofaquia é uma condição na qual um indivíduo foi submetido a uma cirurgia para remoção do cristalino, sendo este substituído por uma lente intraocular de câmara posterior. No entanto, os olhos pseudofáquicos perdem a capacidade de acomodar devido ao facto da lente intraocular não alterar a sua curvatura como resposta à ação do músculo ciliar ao contrário do que acontece com o cristalino, especialmente em indivíduos mais jovens. Contudo, existem alguns indivíduos pseudofáquicos que apresentam bons níveis de visão de perto após o implante de lentes intraoculares monofocais, fenómeno este chamado de pseudoacomodação, e assume-se que o diâmetro pupilar é uma das principais características responsáveis. Objetivo: O objetivo deste estudo consistiu em medir, analisar e modelar a variação do diâmetro pupilar em função da distância ao estímulo visual (vergência do estímulo) num grupo de indivíduos pseudofáquicos implantados bilateralmente com uma lente intraocular monofocal. Métodos: Participaram neste estudo 59 indivíduos pseudofáquicos com erro refrativo não compensado, com idades compreendidas entre os 40 e os 90 anos, que foram recrutados durante um exame ocular de rotina. Os diâmetros pupilares de ambos os olhos foram medidos através de um sistema de Eye-Tracker binocular durante a observação de um estímulo visual (cruz de Malta) às distâncias de observação de 300, 100, 66, 50, 40 e 33 cm e que correspondem às vergências de 0.33, 1.00, 1.50, 2.00, 2.50, 3.00 D. Estas medições foram realizadas com a área iluminada na retina constante e o fluxo luminoso no plano corneal também constante. Resultados: Um estudo comparativo entre os dois olhos (OD e OS) demonstrou que não existem diferenças estatisticamente significativas entre os diâmetros pupilares de longe (p = 0.430) e que a variação dos diâmetros pupilares ocorre de igual forma nos dois olhos (p = 0.997). Analisando o OD de todos os participantes, verificou-se um diâmetro pupilar médio de 4.44 mm para a vergência de 0.33 D e um diâmetro pupilar médio de 3.84 mm para a vergência de 3.00 D, mostrando assim uma miose de cerca 0.60 mm com o aumento da vergência. Uma análise de agrupamento hierárquico revelou a existência de 3 grupos na amostra. O grupo 1 apresenta diâmetro pupilar médio pequeno (4.09 mm) com uma miose média pequena ( -0.18 mm/D), o grupo 2 apresenta diâmetro pupilar médio grande (5.47 mm) com miose média grande (-0.58 mm/D), e por sua vez o grupo 3 apresenta diâmetro pupilar médio grande (5.89 mm) com uma miose quase inexistente (-0.11 mm/D). Foi também encontrada uma curva de ajuste linear (declive e ordenada na origem) para cada grupo de participantes que modela a resposta de cada grupo à vergência do estímulo visual. Conclusões: Concluiu-se que os diâmetros pupilares variam de forma significativa com o aumento da vergência do estímulo visual (p < 0.001). Através da análise por grupos, verifica-se que a grande proporção dos participantes está inserida no grupo 1, sendo que este se caracteriza por ter diâmetros pupilares pequenos combinados com uma miose igualmente pequena resultante do aumento da vergência do estímulo visual. Concluiu-se ainda que um modelo de regressão linear pode ser usado para descrever a variação do diâmetro pupilar em função da vergência do estímulo visual. Isto possibilita assim uma forma simples de estimar o diâmetro pupilar para distâncias de observação comuns, o que é importante uma vez que as relações existentes entre o diâmetro pupilar e a posição do estímulo visual podem ser usadas para prever o desempenho visual de olhos pseudofáquicos.
- Qualidade de vida nos ostomizadosPublication . Real, Luciana Maria Morais; Pastor Borgoñón, Guillermo JoséIntrodução: Estoma é abertura de uma víscera oca com o exterior. Os estomas criados cirurgicamente, denominam-se de ostomias. O utente portador de uma ostomia de eliminação intestinal, manifesta um misto de emoções resultante do enorme impacto físico e emocional, que, quer a doença, quer o seu tratamento (ostomia) impõem na sua vida, desencadeando alterações profundas no seu EU, nos estilos de vida, nas relações familiares e sociais, na sua imagem corporal e na autoestima. Os principais objetivos deste trabalho consistem em: 1. Definir os diferentes tipos de ostomia, a sua fisiologia, indicação, construção e complicações; 2. Conceptualizar e identificar formas de avaliação da Qualidade de vida; 3. Identificar e analisar os fatores determinantes da qualidade de vida da pessoa ostomizada; 4. Analisar o impacto da estomaterapia na adaptação ao estoma; 5. Avaliar a perceção que a pessoa ostomizada tem sobre a sua qualidade de vida; 6. Caracterizar o ostomizado do CHCB. Metodologia: O trabalho dividiu-se em duas partes, sendo que numa primeira fase, foi feita uma revisão de literatura, utilizando as seguintes bases de dados para recolha de informação, pubmed, scielo, LILACS, clinicalkey, OWM, ResearchGate. Na segunda parte, foi realizada uma entrevista aos estomaterapeutas do CHCB com o intuito, de compreender como se processa a consulta de estomaterapia e identificar os fatores determinantes da qualidade de vida do ostomizado que frequenta estas consultas.
- Valor do Prognóstico a Longo Prazo da Pré-Eclâmpsia no Risco CardiovascularPublication . Saraiva, Daniela Patrícia Ribeiro; Rodrigues, Manuel de CarvalhoHá evidências crescentes de que a pré-eclâmpsia, a principal causa de morbimortalidade materna e perinatal, possa também ser um fator de risco para eventos cardiovasculares no futuro. A presente revisão sistemática da literatura tem como objetivo compreender se a pré-eclâmpsia influencia o risco cardiovascular da mulher a longo prazo. Metodologia: A pesquisa de literatura foi efetuada na base de dados MEDLINE, utilizando como interface a PubMed, incluindo estudos coorte prospetivos, retrospetivos e revisões sistemáticas com meta-análises publicados nos últimos dez anos, nos idiomas Inglês e Português, publicados em jornais e revistas científicas. Resultados primários: eventos cardíacos fatais ou não fatais, doença cerebrovascular fatal ou não fatal, doença arterial periférica, tromboembolismo, doença renal e hipertensão arterial, diagnosticados apenas depois de 6 semanas após o parto, com um follow-up médio de pelo menos 5 anos e controlados para fatores de confusão. Resultados: Dezanove artigos cumpriram os critérios de inclusão. Mulheres com história de pré-eclâmpsia apresentaram um aumento do risco de desenvolver, a longo prazo, hipertensão arterial (2-4 vezes superior), doença renal (3-4 vezes superior) e doença cardiovascular (2 vezes superior), quando comparadas com mulheres com gravidezes não complicadas. O risco de desenvolver hipertensão, doença cardiovascular e doença renal relaciona-se com a gravidade da pré-eclâmpsia, o seu período de início, a sua recorrência e a gravidez em que a pré-eclâmpsia surge. Conclusão: Os resultados desta revisão sistemática sugerem que a pré-eclâmpsia é um importante fator de risco de desenvolvimento prematuro de doença cardiovascular. Apesar da existência desta associação, permanece incerto se a pré-eclâmpsia é um agente causal de lesão endotelial sistémica que, a longo prazo, se manifesta sob a forma de doença cardiovascular ou se é uma manifestação clínica de fatores de risco cardiovasculares pré-existentes, que apenas se manifestam num período de stress como o da gravidez, revelando um fenótipo de doença cardiovascular subjacente. Os resultados desta revisão sistemática salientam a importância da identificação e seguimento de mulheres com história de pré-eclâmpsia. São necessários mais estudos que determinem o papel especifico da pré-eclâmpsia como fator de risco independente de doença cardiovascular no futuro; avaliem o papel dos marcadores inflamatórios, envolvidos na fisiopatologia da pré-eclâmpsia, no desenvolvimento a longo prazo de lesão endotelial; determinem a efetividade dos protocolos de seguimento e o papel de estratégias preventivas na melhoria dos resultados cardiovasculares.
- Comportamento do Consumidor de MúsicaPublication . Guerra, Cíntia Helena Aguilar; Paço, Arminda Maria Finisterra doO presente trabalho, tal como o título indica, visa compreender o comportamento do consumidor de música de forma a ajudar os artistas a chegarem mais facilmente ao seu público. Iniciou-se o trabalho com uma breve contextualização focando em temas como a indústria musical e o comportamento do consumidor de música. Através de questionários online foi possível concluir que o mercado está cada vez mais a caminhar para o consumo de música digital, quer seja através de downloads ou utilizando plataformas de streaming. Relativamente à pesquisa de informação e acompanhamento de artistas, as redes sociais são a ferramenta de comunicação dominante, visto que permite uma maior interação entre o público e o artista. Os serviços de streaming mais procurados são os gratuitos; não obstante, os consumidores estão dispostos a gastar em média 5€ por mês para terem acesso à música.
- Funções mentais e perfil da dor numa população idosa institucionalizada na região da Beira InteriorPublication . Jesus, Mariana Soares de; Valbom, José Manuel MartinsIntrodução: O envelhecimento é um fenómeno global da segunda metade do século XX e inicio do XXI. Neste contexto, as demências aumentam com a idade, a promoção de um envelhecimento saudável é importante para diminuir o impacto das demências, tanto a nível individual, como a nível social. Paralelamente, a dor crónica é um sintoma comum entre as pessoas idosas e pode ter um forte impacto na sua qualidade de vida. Objetivos: Descrever o perfil das funções mentais e da dor numa população de idosos institucionalizada na região da Beira Interior Sul. Os objetivos específicos são: (1) descrever as características sociodemográficas da população; (2) descrever a prevalência de défices cognitivos e da dor; (3) propor estratégias de prevenção do défice cognitivo e do controlo da dor. Materiais e Métodos: Idosos com 65 ou mais anos que frequentam 3 IPSS (centro de dia ou residentes do “lar”) da Beira Interior Sul, foram convidados a responder a um inquérito constituído por dados sociodemográficos e questões sobre a severidade e intensidade da dor na sua vida quotidiana. Foram ainda avaliadas as funções mentais (Mini Mental State Examination), incluindo a orientação e memória, seguindo a Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde. Resultados: Dos 80 idosos participantes, as idades variam entre os 66 e os 103 anos (média: 83 anos ± 7,7), são maioritariamente mulheres (n: 60; 75%), e metade são analfabetos. Há um défice cognitivo em metade dos inquiridos (n: 42; 53%). Paralelamente, há uma grande prevalência de dor, nomeadamente nos membros e tronco. Contudo, a dor máxima sentida enquadra-se na categoria “dor leve” em ¾ dos inquiridos. A maioria dos participantes faz tratamentos/fármacos para atenuar a dor. A maioria dos idosos refere que a dor afeta as suas diferentes atividades diárias de forma leve. Conclusões: A população estudada é composta maioritariamente por indivíduos com défice cognitivo ligeiro, o que sugere a sua deteção precoce para se evitarem poder complicações e repercussões tanto a nível individual, como social. A maioria dos idosos institucionalizados na região da Beira Interior Sul sofre frequentemente de dor leve, que não condiciona de sobremaneira o seu quotidiano.