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- Ideação suicida em jovens estudantes do concelho de Santa Cruz da GraciosaPublication . Santos, Daniela Bettencourt; Maia, Luís Alberto Coelho RebeloO suicídio é reconhecidamente um problema de saúde pública a nível mundial, e de acordo com Stheneur (2006) esta é a segunda causa de morte na adolescência nos países ocidentais. Sendo a adolescência um período vulnerável a este comportamento, a avaliação da ideação suicida assume especial relevância. O objetivo principal deste estudo é caracterizar os comportamentos e identificar a presença e gravidade da ideação suicida em jovens estudantes de Santa Cruz da Graciosa, ilha situada no arquipélago dos Açores, com idades compreendidas entre os 13 e os 17 anos, procurando comparar diferentes grupos, em função do género, da idade, do estado civil, da presença de doença física/psicológica e do conhecimento de alguém que tenha pensado/tentado/concretizado o suicídio. Foi avaliada a pertinência do estudo, que assentou essencialmente na carência de estudos nesta temática no Arquipélago dos Açores e na inexistência de qualquer investigação sobre o tema na Ilha Graciosa. Para a recolha dos dados, utilizou-se o inquérito por questionário, autoaplicado (em tempo letivo) e confidencial, conseguindo-se 98 respostas válidas (45.79% do universo válido dos 214 alunos inicialmente identificados, da Escola Básica e Secundária de Santa Cruz da Graciosa), com a colaboração dos respetivos diretores de turma e órgãos do Conselho Executivo daquela entidade e após recolhidos os devidos consentimentos da Direção Regional da Educação e Encarregados de Educação. Os dados foram analisados de forma qualitativa/descritiva, com recurso aos dados estatísticos. Os resultados obtidos permitiram verificar que a maioria dos jovens manifesta ausência de ideação suicida (cerca de 80%), embora os restantes jovens tenham admitido já ter pensado no suicídio como solução para os seus problemas. Esta diferença observou-se ao nível das características sociodemográficas (sexo, idade e “estado civil”), embora em função da existência de doenças ou conhecimento de pessoas próximas que cometeram suicídio não se tenham observado diferenças significativas do ponto de vista descritivo. Constata-se que os jovens do sexo feminino têm maior tendência para desenvolver ideação suicida e que são os jovens de 14 anos que manifestam, igualmente, essa tendência. O mesmo acontece com os jovens que não estão em nenhum relacionamento amoroso. Apesar de cerca de 80% dos jovens inquiridos terem manifestado ausência de ideação suicida, a restante percentagem constitui uma relevância preocupante do ponto de vista clínico, tratando-se, ainda para mais, do tema sensível que se trata. Torna-se, assim, pertinente a realização de mais estudos nesta área, particularmente na região dos Açores, que carece de dados relativos aos comportamentos suicidas na adolescência, temática esta ainda bastante substimada.
