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- Sexualidade das pessoas idosas institucionalizadas com demênciaPublication . Fonseca, Maria Isabel Ferreira Claro da; Afonso, Rosa Marina Lopes Brás Martins; Oliveira, José António Martinez Souto de; Posada, Feliciano VillarIntrodução A velhice é uma etapa do ciclo vital em relação à qual existem estereótipos sobre várias dimensões, entre as quais a sexualidade, que é, frequentemente, desvalorizada, negada e até ridicularizada, sendo, no entanto, além de um direito, fundamental para o bem-estar e qualidade de vida. As pessoas idosas institucionalizadas, principalmente as que apresentam demência, constituem um grupo com dificuldades acrescidas na vivência e expressão dos seus interesses sexuais devido à redução da autonomia e privacidade e às dificuldades inerentes à patologia. Desta forma, os profissionais assumem um papel importante para evitar a inadequação da conduta sexual e, ao mesmo tempo, promover práticas que satisfaçam as necessidades sexuais. Objetivos Este estudo pretende caracterizar e comparar comportamentos dos profissionais portugueses que trabalham com pessoas idosas institucionalizadas, perante situações de relações sexuais em que um dos utentes tem demência ou quando ambos têm ou não essa condição clínica. Outro propósito da investigação consiste em avaliar a frequência com que os profissionais se deparam com a ocorrência de relações sexuais entre os que cuidam e a periodicidade com que acontecem no seu local de trabalho. Materiais e Métodos Participaram no estudo 538 profissionais de 29 Estruturas Residenciais para Idosos portuguesas. A recolha de dados foi feita entre fevereiro e abril de 2019, com recurso a um questionário em papel, em forma de vinhetas técnicas, desenvolvido por Villar e colaboradores (2017) em Espanha, com posterior tradução e retroversão para a população portuguesa. Os dados foram analisados com o programa Software Package for Social Sciences versão 25.0, recorrendo à estatística descritiva e inferencial, considerando-se o nível de significância de 0.05. Resultados Os resultados revelaram que as relações sexuais são entendidas pelos profissionais como problemáticas, principalmente os casos que envolvem utentes com demência. Nas três situações apresentadas, a reação mais selecionada foi “Comentar o sucedido com a supervisão ou direção”. As práticas restritivas foram mais frequentemente escolhidas quando apenas um utente tem demência. Conclusão A existência de dificuldades e de atitudes negativas perante a sexualidade de utentes com demência sugere a necessidade de se providenciar aos profissionais formações/intervenções/protocolos claros para situações sexuais específicas, de forma a dotálos de conhecimentos e estratégias que permitam que os residentes possam desfrutar da sua sexualidade.