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- O Efeito dos ftalatos na Saúde ReprodutivaPublication . Mesquita, Inês Résio; Oliveira, Maria Elisa Cairrão RodriguesIntrodução: Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), todos os anos são produzidos cerca de 400 milhões de toneladas de plástico, e consequentemente tem existido uma crescente preocupação com o seu impacto na saúde humana. Várias classes de substâncias são usadas como constituintes do plástico. Os ftalatos são um constituinte do plástico usado para o tornar mais maleável, estando presente em várias classes de produtos do consumidor. Os ftalatos comportam-se como um disruptor endócrino (EDC), ou seja, têm a capacidade de interferir na biossíntese, metabolismo e ação hormonal, resultando num desvio da normal homeostase hormonal. Alguns ftalatos foram considerados categoria IB como substâncias tóxicas para a reprodução e consequentemente têm sofrido algumas restrições a nível da indústria. No entanto, a sua exposição permanece de forma ubíqua na população. Os ftalatos conseguem interferir na homeostase normal dos estrogénios e androgénios, bem como no eixo hipotálamo-pituitária-gonadas (HPG), que consequentemente podem provocar efeitos adversos no desenvolvimento e na reprodução em homens e mulheres. Alguns desses efeitos já foram caracterizados em estudos epidemiológicos e experimentais em humanos e animais. Apesar de estes não serem consistentes, alguns autores relacionam a exposição aos ftalatos com a puberdade precoce, insuficiência ovariana primaria (IOP), endometriose, problemas relacionados com a gravidez e fertilização in vitro (IVF), malformações no período fetal e alterações da espermatogénese. Paralelamente ao aumento crescente da produção de químicos sintéticos com propriedades de disrupção endócrina, a fertilidade humana tem sofrido um declínio nas últimas décadas. Desta forma, tendo em conta os efeitos dos ftalatos no sistema reprodutivo humano é importante clarificar o seu papel na infertilidade. Metodologia: Para a realização deste trabalho, efetuou-se a pesquisa na internet de artigos científicos relacionados com o tema utilizando como motores de busca o PubMed, Google e Google Scholar, Elseivier, Springer. Objetivos: Verificar os efeitos dos ftalatos na saúde reprodutiva; averiguar a possível relação entre a crescente produção dos ftalatos e o aumento da infertilidade verificada nas últimas décadas. Conclusão: A exposição humana a ftalatos pode ter implicações na saúde reprodutiva quer do sexo masculino quer feminino, com potenciais consequências na fertilidade. No entanto, é necessário a realização de mais estudos em humanos que esclareçam esta associação, bem como da quantificação do risco exposicional.
- Estudo do efeito do Diclofenac e do Paracetamol na artéria aorta do ratoPublication . Costa, Sara Maria Antunes Rebelo da; Oliveira, Maria Elisa Cairrão RodriguesIntrodução: Os disruptores são compostos naturais ou sintéticos que podem perturbar a homeostasia do sistema endócrino em humanos e animais. Há alguns medicamentos definidos como possíveis disruptores endócrinos. O diclofenac (DCF) é um antiinflamatório não esteroide (AINE) enquanto que o paracetamol (PAR) é um fármaco analgésico e antipirético, sendo dos medicamentos mais utilizados a nível mundial. Recentemente, alguns estudos sugeriram que o paracetamol e o diclofenac podem ter um potencial disruptor endócrino interferindo na homeostasia hormonal sexual. No entanto, seu efeito vascular enquanto disruptor endócrino nunca foi estudado. Objetivo: Assim, o objetivo deste estudo é investigar os efeitos do paracetamol e do diclofenac nas células do músculo liso da aorta do rato, sem endotélio, a fim de analisar seus potenciais efeitos não genómicos independentes do endotélio. Material e Métodos: Utilizando a técnica padrão de banho de órgãos, contraíram-se os anéis aórticos de ratos sem endotélio com noradrenalina (NA) a 1µM e cloreto de potássio (KCl) a 60mM. Os efeitos do paracetamol e do diclofenac foram analisados em diferentes concentrações crescentes. Resultados: Os resultados preliminares demonstraram que o paracetamol induz um relaxamento da aorta, sendo este efeito vasorelaxante maior nas artérias previamente contraídas com NA do que com KCl. No que concerne ao diclofenac, os resultados demonstram uma menor atividade vasorrelaxante que o paracetamol. O efeito vasorelaxante significativo máximo foi observado nas artérias contraídas com KCl. Por outro lado, os resultados sugerem que o diclofenac não apresenta um efeito relaxante significativo nas aortas de ratos contraídas com NA. Discussão e Conclusão: Os dois fármacos induzem a um relaxamento nas células do músculo liso vascular de rato sendo necessários mais estudos para esclarecer o seu modo de ação vascular. Estes efeitos parecem ser similares aos do estrogénio a nível vascular o que poderá corroborar os trabalhos de investigação que apontam estes fármacos como tendo uma ação disruptora endócrina estrogénica.