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- Caraterização clínica de mulheres centenárias portuguesas: análise e discussão da maternidade enquanto fator de longevidadePublication . Pereira, Joana Filipa Lopes Brandão; Afonso, Rosa Marina Lopes Brás Martins; Moutinho, José Alberto FonsecaIntrodução: Em Portugal, à semelhança de outros países, além do envelhecimento da população e do aumento da longevidade, destaca-se o crescimento do número de centenários. O estudo deste grupo etário de longevidade excecional reveste-se de especial interesse para a identificação de fatores preditores de durabilidade. O grupo dos centenários é maioritariamente constituído por mulheres, o que, entre outros fatores, tem vindo a ser associado a fatores reprodutivos tais como a idade a que teve primeiro e último filho, e o número de filhos. Um maior número de filhos, uma idade materna tardia tanto no primeiro como no último filho estão associados a maior longevidade. Este estudo pretende descrever em termos sociodemográficos as mulheres centenárias Portuguesas e investigar a relação entre a maternidade e estado de saúde, saúde mental, perceção de saúde e longevidade. Métodos: Trata-se de um estudo observacional e descritivo, realizado no âmbito do PT100 Centenários do Porto, que é o primeiro estudo de base populacional português de caracterização da população centenária, e do seu estudo satélite PT100 Centenários da Beira Interior. Foi utilizado o protocolo de recolha de dados do projeto PT100 - Estudo dos Centenários do Porto que, numa perspetiva multidimensional, permite avaliar e caracterizar o centenário em termos sociodemográficos, clínicos, psicossociais e hábitos de vida do centenário, cuidador(es) e contexto. Resultados: Participaram no estudo 209 mulheres centenárias, 125 da área metropolitana do Porto e 84 da Beira Interior, com uma média de idade 101,2 (DP=1,6). Os resultados revelam que se trata de um grupo muito heterogéneo apesar de, globalmente, na grande maioria se destacar o baixo rendimento económico. A maioria das mulheres (41,2%) teve de 2 a 4 filhos, teve o primeiro filho com idade inferior a 25 anos (46,6%) e o último filho com uma idade superior a 34 anos (69,4%). Os problemas de saúde com mais relevo são os relativos à audição, visão e incontinência urinária. As análises das questões relativas à maternidade revelaram algumas diferenças, no entanto não forma encontradas diferenças estatisticamente significativas, entre a maternidade e estado de saúde, saúde mental, perceção de saúde e longevidade. Conclusões: Nesta amostra, não se constata que a maternidade seja um fator relacionado com a longevidade. Este estudo não contém possíveis dados relevantes, nomeadamente clínicos, e dados relativos à menarca e menopausa, que serão importantes explorar noutros estudos sobre a longevidade.
- Caracterização de uma doença rara-Esclerose Sistémica- numa Unidade de ReumatologiaPublication . Oliveira, Margarida Antunes de; Abreu, Pedro Miguel Martins de AzevedoIntrodução: A Esclerose Sistémica é uma patologia rara caracterizada por alterações imunológicas, vasculares e fibróticas da pele e de órgãos internos. É uma doença de origem autoimune, que pode ter um curso crónico e progressivo e que apresenta taxas de incapacidade significativas. Métodos: Realização de um estudo transversal, retrospetivo e de caráter observacional de doentes com o diagnóstico de Esclerose Sistémica (ICD9 – 7101), seguidos na Unidade de Reumatologia do Hospital Amato Lusitano (Castelo Branco). Foram avaliadas as seguintes variáveis: características epidemiológicas da amostra, idade do diagnóstico e o tempo até ao diagnóstico, as diferentes classificações em subgrupos, o padrão de anticorpos e parâmetros laboratoriais para a inflamação, a manifestação inicial, as manifestações cutâneas, vasculares e articulares e a terapêutica em curso. Após a colheita de todos os dados foi realizada uma análise descritiva, justificável pela reduzida amostra do estudo. Resultados: A amostra era constituída por 24 doentes (10 com a forma cutânea limitada, 6 com a forma cutânea difusa, 7 com Pré-esclerodermia e 1 com Esclerose Sistémica sem escleroderma). 22 pacientes eram do sexo feminino. A média de idade do diagnóstico foi de 55,5 anos. O padrão de anticorpos era liderado pelos anticorpos anti-nucleares (95,7%), sendo que destes, os anticorpos anti-centrómero e anti-Scl-70 apresentavam-se como mais prevalentes no perfil imunológico da doença. As manifestações clínicas estudadas nesta amostra foram o envolvimento cutâneo, vascular e articular. A manifestação mais comum foi o fenómeno de Raynaud (75%), seguida do espessamento cutâneo (45,8%) e do envolvimento articular (41,7%). Como primeira manifestação da doença, existiu também uma predominância do fenómeno de Raynaud, sendo este o sintoma inicial em mais de metade dos pacientes (66,7%). A terapêutica vasodilatadora foi a mais frequentemente usada (62,5%), nomeadamente a Pentoxifilina (41,7%). O tratamento “imunossupressor” foi prescrito a 29,1% dos pacientes desta amostra e a maioria destes realizava Hidroxicloroquina, atendendo ao envolvimento articular. Os corticosteróides e os anti-inflamatórios não esteróides foram usados em ½ e ¼ dos indivíduos da amostra, respetivamente. Conclusão: Verificou-se que cada vez é mais importante prestar atenção a característicaschave como: um perfil de auto-anticorpos específico ou o aparecimento isolado do fenómeno de Raynaud, para que seja mais fácil fazer o diagnóstico precoce de doentes com Esclerose Sistémica. Também o tratamento destes doentes assenta na gestão das diferentes manifestações, pelo que a escolha da prescrição medicamentosa se baseava não só nas recomendações atuais, mas também na experiência do clínico.
- Internamento hospitalar de pessoas com demênciaPublication . Fontaínhas, Joana Maria Correia; Afonso, Rosa Marina Lopes Brás Martins; Patto, Maria da Assunção Morais e Cunha VazIntrodução: Uma maior esperança média de vida é acompanhada pelo aumento do número de pessoas idosas. Dado o aumento da prevalência de demência com o envelhecimento, pode associar-se um acréscimo no número de pessoas com esta patologia. A nível global, surgem cerca de 10 milhões de novos casos de demência por ano, na proporção de um caso a cada 3 segundos. As pessoas idosas com demência têm maior probabilidade de serem internadas por quedas e infeções, quando comparadas com indivíduos da mesma idade e para a mesma patologia. Contudo, os serviços de internamento nem sempre estão preparados para responder adequadamente às necessidades destes pacientes. O presente estudo pretende realizar uma revisão integrada da literatura sobre a hospitalização de pessoas com demência, sistematizando os principais problemas, conteúdos e resultados sobre a temática. Metodologia: Revisão integrada da literatura sobre o internamento hospitalar de pessoas com demência. A pesquisa foi efetuada nas seguintes bases de dados eletrónicas: PubMed, Scopus e Web of Science entre 28 de novembro de 2019 e 24 de janeiro de 2020. Não foram empregues quaisquer filtros ou restrições no processo. Resultados: Foram encontrados 12 artigos sobre a hospitalização de idosos com demência. Estes estudos sugeriram maiores taxas de admissão hospitalar em idosos com demência comparativamente com idosos sem demência. Os principais motivos de admissão foram: patologias infeciosas, cardiovasculares e quedas. Os indivíduos com demência apresentaram períodos de internamento mais longos, maior taxa de mortalidade e maior probabilidade de institucionalização após o internamento, comparativamente aos idosos internados sem défice cognitivo. As principais complicações no decorrer do internamento foram delirium, infeções hospitalares e quedas. Fraturas e traumatismos causados por quedas foram frequentes causas de internamento e são relevantes uma vez que têm impacto na funcionalidade do indivíduo. Como resultado da hospitalização pode decorrer agravamento da deterioração cognitiva, especialmente se ocorrer o desenvolvimento de delirium. Os resultados alertam para o impacto negativo do internamento desta população e para o alto risco de mortalidade e institucionalização após este evento. Conclusão: De um modo geral, o internamento de pessoas idosas com demência é um evento negativo na vida destes doentes, tendo importantes repercussões na sua qualidade de vida, dependência e mortalidade. Torna-se relevante preparar estes internamentos, através de protocolos de atuação in situ. Verifica-se que são indispensáveis mais estudos sobre esta temática com a finalidade de entender concretamente como se pode prevenir resultados adversos e aumentar a qualidade de vida desta população.
- Consumo de Analgésicos e Anti-inflamatórios não Esteróides numa Unidade de ReumatologiaPublication . Fernandes, Patrícia Alexandra Carrão; Abreu, Pedro Miguel Martins de Azevedo; Rocha, Ana Carolina dos Santos SilvaIntrodução: A dor é um sintoma preponderante na clínica reumatológica, chegando a ser a razão principal de o doente procurar um médico. Ela tem um impacto significativo na vida das pessoas afetadas com repercussões a nível físico, psicológico, social e económico. Deste modo, o tratamento e controlo adequado da dor é um dever dos médicos e dos profissionais de saúde e um direito dos doentes que dela sofrem. No entanto, o tratamento por vezes é difícil, especialmente quando se trata de dor crónica. Assim, é importante fazer o estudo da medicação usada na dor, não só pelo seu valor epidemiológico e evolutivo, mas também para conhecer alternativas à medicação antiálgica convencional. Objetivos: Este estudo foi desenvolvido com o propósito de avaliar o consumo de analgésicos e anti-inflamatórios não esteróides, numa amostra de doentes seguidos na Unidade de Reumatologia de ULS Castelo Branco, EPE. Material e métodos: Realizou-se um estudo observacional retrospetivo com 462 doentes seguidos na Consulta de Reumatologia, que decorreu no período de 1 de Janeiro de 2018 a 31 de Maio de 2018. Os dados foram recolhidos a partir de processos clínicos, utilizando-se o software IBM SPSS Statistics® 25 e Phyton 3.7 para a análise estatística dos dados. Resultados: Os doentes observados eram maioritariamente do sexo feminino (71%) e com uma idade média de 63,66 anos. Verificou-se que a maioria dos doentes (56,70%) tinham um Índice de Massa Corporal acima do normal e viviam principalmente em zonas rurais (61,90%). No que diz respeito às patologias, a mais prevalente na amostra foi a Artrite Reumatóide (20,20%), embora as Doenças do Tecido Conjuntivo (10,60%), as Espondiloartropatias (10,20%), a Osteoartrose (10,20%) e a Fibromialgia (9,70%) também tenham tido uma prevalência significativa. Em relação à medicação, verificámos que os anti-inflamatórios não esteróides foram os fármacos mais consumidos, sendo que são mais os doentes que tomam estes fármacos do que aqueles que não os tomam, numa percentagem de 52,16%. O naproxeno foi o antiinflamatório não esteróide mais utilizado (18,40%) e os inibidores seletivos da ciclo-oxigenase 2 eram tomados por 9,50% dos doentes. Verificou-se, ainda, que apenas 17,75% dos doentes tomavam opióides, dos quais 7,79% eram opióides fortes e 9,96% eram opióides fracos. Conclusões: Os anti-inflamatórios não esteróides são os fármacos mais consumidos nas várias patologias reumáticas, sendo o naproxeno o mais utilizado. Os opióides são pouco usados, ainda assim, verificou-se que a Fibromialgia e a Artrite Reumatóide são as patologias em que se prescrevem mais opióides, havendo uma predominância na utilização do tramadol.
- Depressão e ansiedade associados ao diagnóstico de diabetes gestacional na gravidezPublication . Dinis, Cláudia Isabel Matos; Simões, José Augusto Rodrigues; Caetano, Inês Rosendo Carvalho e SilvaIntrodução: Em 2011, foram introduzidos os novos critérios de diagnóstico para a diabetes gestacional em Portugal. Constatou-se, desde então, uma duplicação da sua incidência, sem se verificar uma melhoria dos seus eventos perinatais adversos. Apesar de um adequado controlo glicémico ter como objetivo diminuir as complicações maternas e perinatais, este parece ter também impacto na saúde mental das gestantes. A literatura existente acerca da relação entre depressão, ansiedade e diabetes gestacional é controversa. No entanto, de acordo com a nossa pesquisa, não foram encontrados estudos publicados em Portugal que investigassem esta relação. Objetivo: Pretende-se investigar a relação entre o risco de depressão e ansiedade em grávidas diagnosticadas com diabetes gestacional, comparando-o com o de grávidas sem diabetes gestacional, nas regiões Norte e Centro de Portugal. Materiais e métodos: Realizou-se um estudo de coorte com grávidas no terceiro trimestre de gestação que se dirigiram à consulta de obstetrícia do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, Centro Hospitalar Tondela Viseu e Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, abrangendo as suas duas maternidades: Maternidade Bissaya Barreto e Maternidade Daniel de Matos. As colheitas de dados decorreram de 1 de setembro de 2018 a 31 de janeiro de 2020 com recurso a um questionário que permitiu uma avaliação sociodemográfica, obstétrica e dos antecedentes médicos pessoais. Para a caracterização dos níveis de depressão e ansiedade, aplicou-se a versão reduzida da escala de rastreio de depressão pós-parto (ERDP-24) e a escala de rastreio de ansiedade perinatal (ERAP), respetivamente. Procedeu-se a uma análise descritiva e inferencial para comparar os grupos com e sem diabetes gestacional em relação ao risco de depressão e ansiedade. Resultados: O estudo incluiu 154 grávidas com diabetes gestacional e 329 sem diabetes gestacional. O risco de depressão (p=0,163), de ansiedade patológica (p=0,661) e a gravidade dos sintomas de ansiedade (p=0,990) não se relacionaram significativamente com a diabetes gestacional. Conclusão: Os resultados obtidos demonstraram a inexistência de uma associação entre depressão e ansiedade na gravidez com o diagnóstico de diabetes gestacional. Em investigações futuras, sugere-se a análise de amostras maiores que englobem gestantes seguidas nos cuidados de saúde primários e, por isso, com um número mais reduzido de complicações. Adicionalmente, recomenda-se a substituição de escalas de rastreio por diagnósticos clínicos e a inclusão de maior representatividade de alguns subgrupos, como grávidas com níveis socioeconómicos mais baixos ou com insulinoterapia.
- Perceção do Médico de Família da Depressão PerinatalPublication . Silva, Inês Filipa Martins; Simões, José Augusto Rodrigues; Caetano, Inês Rosendo Carvalho e SilvaIntrodução: A depressão perinatal possui elevada prevalência e graves consequências associadas, mas continua a ser subdiagnosticada. Desta forma, é um problema de saúde pública com grande impacto psicossocial e torna-se necessário desenvolver mecanismos que auxiliem os médicos de família a melhor detetar esta situação. Este subdiagnóstico pode ocorrer devido a fatores relacionados com as puérperas ou pode surgir por causas relacionadas com o médico. Face a esta dificuldade de diagnóstico surgiu a necessidade de realizar rastreio desta patologia. O Programa Nacional de Vigilância da Gravidez de Baixo Risco recomenda o rastreio de depressão pós-parto através da Edinburgh Postpartum Depression Screening Scale, no entanto, estão disponíveis outras escalas como a Postpartum Depression Screening Scale. Objetivos: O principal objetivo do trabalho é aferir a perceção dos médicos de família do risco de depressão e ansiedade perinatal, comparando a avaliação efetuada pelo médico e o resultado obtido através de escalas de risco. Adicionalmente, pretende-se identificar a prevalência da depressão perinatal e ansiedade nas puérperas estudadas, identificar a prevalência de risco de depressão perinatal e ansiedade aferido por escala nas mesmas mulheres, comparar estas prevalências e avaliar a orientação farmacológica e psicológica da mulher com diagnóstico de depressão perinatal ou ansiedade. Materiais e métodos: Estudo observacional, multicêntrico e descritivo, entre fevereiro e julho de 2019. Obtiveram-se 47 questionários válidos de puérperas e dos seus médicos de família com aplicação da Postpartum Depression Screening Scale (PDSS) e Perinatal Anxiety Screening Scale (PASS). O questionário do médico avaliou a perceção subjetiva de sintomas depressivos e ansiosos, breve caracterização e eventual intervenção. Resultados: De acordo com as escalas verificou-se uma prevalência de depressão de 44,7% e de 42,6% de ansiedade. No que diz respeito à perceção do médico, 19,1% foram consideradas deprimidas e 40,4% ansiosas. Analisando a perceção do médico sobre a depressão sabe-se que identifica de forma coincidente com a escala em 61,7% dos casos, existe possível subdiagnóstico em 31,9% e sobrediagnóstico em 6,4%. Relativamente à ansiedade obteve-se que 72,3% teriam diagnóstico correto, 14,9% subdiagnóstico e 12,8% sobrediagnóstico. Relativamente à atuação médica, todos os casos identificados com depressão foram alvo de ação. Discussão e conclusão: Perante os resultados obtidos torna-se essencial reforçar junto dos médicos de família que a análise subjetiva pode ser falível pelo que a associação de escalas de risco poderá ser benéfica, e estudos para perceber este benefício, em Portugal, devem ser conduzidos.