Browsing by Issue Date, starting with "2020-06-30"
Now showing 1 - 3 of 3
Results Per Page
Sort Options
- Reações adversas aos corticosteroidesPublication . Gonçalves, Cristel da Silva; Santos, Jorge Luiz dos; Monteiro, Cristina Sofia de JesusIntrodução: Os corticosteroides são uma classe de fármacos amplamente utilizada no tratamento de diversas doenças e com efeito em diferentes sistemas orgânicos. Apesar do seu benefício clínico, existem riscos associados à sua utilização, especialmente em contexto de regime terapêutico prolongado e/ou doses altas, ou seja, reações adversas dose e tempo dependentes. A ocorrência destes eventos adversos tem impacto na qualidade de vida e adesão ao tratamento, e devem constituir um permanente alerta para a subsequente notificação dos mesmos. Tal atividade de Farmacovigilância permite uma constante monitorização póscomercialização dos medicamentos, neste caso corticosteroides, e também uma contínua revisão do seu perfil de segurança. Este estudo tem como objetivo a caraterização das reações adversas a corticosteroides notificadas ao Sistema Português de Farmacovigilância durante 10 anos. Material e Métodos: Estudo retrospetivo, observacional e descritivo acerca das notificações de reações adversas decorrentes da utilização de corticosteroides, tendo como base os dados do Sistema Português de Farmacovigilância durante um período de 10 anos (2009-2018). As notificações que apresentavam pelo menos um corticosteroide suspeito, excluindo as duplicadas e anuladas, foram analisadas em termos de dados demográficos e caraterísticas dos eventos adversos. Resultados e Discussão: Foram incluídas no estudo 569 notificações com pelo menos um corticosteroide suspeito, das quais 59,1% relativas a doentes com idade compreendida entre os 19 e os 64 anos. Não se verificou uma predominância significativa de sexo, com 55% do sexo feminino. A tendência de notificação aumentou ao longo dos anos, registando-se o maior número de casos no ano de 2018, 29,5%. Entre os três grupos de profissionais de saúde (enfermeiros, farmacêuticos e médicos), os médicos foram os que mais notificaram. Quanto à gravidade, 89,1% das notificações foram classificadas como graves, e o corticosteroide mais comumente descrito como suspeito foi a prednisolona, 65,6%. O grupo do sistema de classificação de órgãos primários reportado em 37,8% dos eventos adversos foi Infeções e Infestações. Apesar da gravidade da maioria das notificações, 42,7% evoluiu para cura, registando-se 9,3% mortes. O estudo de causalidade por parte da autoridade reguladora não foi realizado em 84,4% dos casos notificados. Conclusão: Assim sendo, apesar de um aumento de notificações de reações adversas aos corticosteroides é necessária uma consciencialização crescente para a sinalização destas situações. Para além disso, são necessários mais estudos de causalidade entre corticosteroide suspeito e evento adverso para que possam ser retiradas conclusões com maior evidência. Atendendo aos resultados obtidos, são fundamentais programas de ensino acerca da importância da Farmacovigilância.
- TaskControl – Controlo de TarefasPublication . Boino, Guilherme Calado; Araújo, Pedro José GuerraA população Portuguesa encontra-se envelhecida, colocando desafios ao seu acompanhamento por parte dos cuidadores. É uma realidade que o estilo de vida moderno cada vez menos permite dar atenção aos mais idosos, quer por falta de tempo no dia-a-dia, quer devido à distância a que os cuidadores se encontram da pessoa idosa.[Car16]. Nos últimos anos, o mundo da informática tem evoluído exponencialmente, tendo em conta que a maioria da população utiliza dispositivos digitais e soluções informatizadas, soluções estas que são muito úteis no quotidiano. Tendo em conta o uso em larga escala dos dispositivos digitais, o uso de um sistema para a monitorização de tarefas torna-se uma grande ajuda para cuidadores e idosos. Hoje em dia já se verifica a existência de sistemas que ajudam em algumas das tarefas que ao longo deste trabalho nos predispomos a resolver, mas efectuam tarefas isoladas ou encontramse vocacionados para utilizadores mais jovens. Ao longo deste trabalho são descritos exemplos já existentes de aparelhos pequenos e confortáveis para o utilizador, mas pouco adequados para pessoas com dificuldade em lidar com dispositivos digitais, como é o caso da maioria dos idosos. O sistema que foi desenvolvido neste trabalho, pretende corrigir as falhas apresentadas. Um sistema fácil de utilizar e intuitivo, de forma a facilitar a sua utilização por parte de uma pessoa idosa. Também é característica deste aparelho, disponibilizar variadas tarefas em simultâneo ou individualmente, sendo assim desnecessário o recurso a vários sistemas distintos. As tarefas disponibilizadas pelo sistema desenvolvido foram divididas em dois módulos. Num módulo, sistema de alerta e toma de medicação e sistema de medição de sinais vitais. Noutro módulo, verificação e controlo de gastos energéticos (água, luz e gás), verificação e controlo de rega automática e controlo de temperatura de interior (permite ligar/desligar um aquecedor quando necessário). Outra utilidade do sistema, passa por permitir ao cuidador perceber se existe alguma anomalia no dia-a-dia do idoso, de forma a saber alguma das tarefas habituais está a ser realizada a uma hora diferente do esperado. Após a criação dos módulos descritos anteriormente, foram efectuados testes de forma a verificar a utilidade e a funcionalidade de cada um dos módulos de forma isolada. Durante a criação deste sistema não existiu um contacto directo com os idosos, no entanto, os testes foram realizados levando em conta dificuldades que nós consideramos prováveis que estas pessoas apresentem.
- Desempenho de algoritmos preditores de eventos cardiovasculares numa coorte portuguesa de artrite reumatóide num hospital distritalPublication . Ribeiro, Daniela Inácio; Ferreira, Joana Catarina Fonseca; Pessoa, Cláudia Cristiana de Carvalho VazIntrodução: A Artrite Reumatóide é uma doença inflamatória, sistémica e crónica que afeta 0,5 a 1% da população mundial. Os doentes com artrite reumatóide apresentam alto risco cardiovascular - sendo esta a sua principal causa de morte - atribuível a fatores de risco cardiovasculares clássicos e a fatores de risco associados à patologia (inflamação crónica, desregulação do sistema imunitário, atividade e severidade da doença, terapêutica da doença, entre outras). Segundo recomendações da The European League Against Rheumatism, todos os doentes devem realizar uma avaliação do seu risco cardiovascular, no entanto não existem escalas de avaliação específicas da artrite reumatóide – uma vez que a patologia é, por si só, um fator de risco independente - dificultando o seu cumprimento na prática clínica e colocando em causa o controlo das manifestações cardíacas. Objetivos: Calcular e comparar o risco cardiovascular obtido através do modelo Systematic Coronary Risk Evaluation, com o que é obtido através de outras calculadoras – Framingham Risk Score e o algoritmo desenvolvido pelo American College of Cardiology com a American Heart Association – em dois grupos de doentes com artrite reumatóide: grupo 1 (sem história de evento cardiovascular) e grupo 2 (com história de evento cardiovascular), concluindo qual o que melhor prediz o risco cardiovascular nos doentes com esta patologia. Métodos: Estudo observacional transversal decorrido entre Setembro de 2019 e Janeiro de 2020, onde foram incluídos doentes que cumpriam os critérios de classificação de Artrite Reumatóide American College of Rheumatology / European League Against Rheumatism 2010 seguidos na consulta de Reumatologia da Unidade Local de Saúde da Guarda. Os registos clínicos destes doentes, incluídos na base de dados nacional reuma.pt, foram consultados e foram recolhidas as seguintes variáveis: idade, sexo, índice de massa corporal, hábitos tabágicos, história de hipertensão arterial e de dislipidémia, história de diabetes mellitus, duração da doença, fator reumatóide, anticorpos anti péptido citrulinado cíclico, disease activity score 28 joints na última consulta, manifestações extra-articulares, história prévia de eventos cardiovasculares, medicação modificadora da doença e a medicação relacionada com fatores clássicos de risco. Foi realizado o cálculo do risco cardiovascular individual, usando as diferentes calculadoras e em ambos os grupos de doentes, e através de testes de capacidade discriminativa (usando a Receiver Operating Characteristic curve) e de sensibilidade e especificidade obteve-se uma comparação entre os diferentes modelos estudados. Resultados: Foram incluídos no estudo 107 doentes. O estudo da capacidade discriminativa revelou resultados razoáveis para todos os cinco modelos avaliados, com áreas sob a curva entre 0,73 e 0,88. Na análise da sensibilidade e especificidade verificou-se que a calculadora Systematic Coronary Risk Evaluation não identificou como sendo de alto risco nenhum dos doentes que registou um evento cardiovascular, no entanto apresentou uma especificidade de 94%. Os melhores índices foram obtidos pelo algoritmo aprovado pela American College of Cardiology em conjunto com a American Heart Association. Conclusões: Através deste estudo comprovam-se as limitações das calculadoras de risco cardiovascular desenhadas para a população geral quando aplicadas aos doentes com artrite reumatóide, já que não consideram os fatores de risco específicos da doença como fatores de risco cardiovasculares independentes, subestimando o risco nesta população. Em conclusão, a avaliação do risco cardiovascular é de extrema importância e não existe ainda uma calculadora ideal, sensível e específica, e de fácil aplicação na prática clínica.