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- Revisão sistemática da contribuição das tecnologias para o processo de humanização, durante a Pandemia COVID-19Publication . Almeida, Mariana Moura dos Santos; Abejas, Abel GarciaIntrodução: Devido à Pandemia COVID-19, aos doentes internados nos hospitais foilhes retirado o direito de receber visitas dos seus familiares. Tornou-se fundamental colmatar a falta de contacto físico através da utilização das tecnologias como forma de comunicação. Assim, de modo a compreender a contribuição das tecnologias para o processo de humanização, é importante avaliar, sob a forma de uma revisão sistemática, a informação publicada nos estudos já realizados. Objetivo: Avaliar a contribuição das tecnologias de informação e comunicação para o processo de humanização, durante o período de restrição de visitas a doentes internados, devido à Pandemia COVID-19. Métodos: Foi realizada uma revisão sistemática da literatura com síntese narrativa com pesquisa na base de dados PubMed/MEDLINE de modo a encontrar artigos, publicados no ano de 2020, que respondessem à pergunta investigadora. Todos os títulos e abstracts encontrados foram sistematicamente avaliados. Aqueles que foram considerados relevantes foram posteriormente lidos na íntegra para confrontação com os critérios de inclusão e de exclusão. Para cada um dos estudos foi realizada a extração de dados num formulário específico. Foram utilizados os critérios de Hawker et al para avaliar a qualidade dos artigos incluídos. Como outcomes considerou-se a contribuição para a humanização dos cuidados de saúde. Também foram incluídas para discussão notícias relativas a projetos implementados em hospitais portugueses. Resultados: 14 estudos cumpriram os critérios de inclusão. Notou-se uma grande heterogeneidade na origem destes estudos, sendo que foram realizados em 8 países diferentes. Sete temas foram encontrados a partir da análise dos artigos: Contacto físico e presença familiar; Importância das tecnologias de informação e comunicação; Projetos de humanização dos cuidados de saúde; Humanizar uma chamada de voz/vídeochamada; Perspetiva do doente; Perspetiva do familiar e Perspetiva dos profissionais de saúde. Os outcomes foram muito positivos em todos os artigos, no entanto algumas propostas de melhoria foram salientadas. Discussão: Estar presente, fisicamente ou à distância, é essencial para o bem-estar do doente, da sua família e da equipa médica. Contudo, os projetos implementados devem ser planeados e deve haver responsabilidade profissional no seu cumprimento. A sua execução deverá ser realizada por uma equipa multidisciplinar com formação. O risco de uma passagem de informação inconsistente aos familiares pode deixá-los ainda mais ansiosos, pelo que deve haver rigor na implementação e execução destes projetos. Conclusão: As tecnologias de informação e comunicação comprovaram ser um aliado no processo de humanização dos cuidados de saúde. Com um planeamento e cumprimento adequado destes novos projetos de comunicação haverá uma grande aplicabilidade num período pós-Pandemia.
- O exercício da autonomia através das diretivas antecipadas de vontade: barreiras e limitaçõesPublication . Camarinha, Ana Salomé da Rocha; Abejas, Abel GarciaIntrodução: A primeira proposta de diretiva antecipada de vontade surgiu nos Estados Unidos da América, em 1967. Em Portugal, após largos anos de discussão pública, este instrumento ganhou estatuto legal com a Lei n.º 25/2012. Ao abrigo desta lei, é através das diretivas antecipadas de vontade que o indivíduo “manifesta antecipadamente a sua vontade consciente, livre e esclarecida, no que concerne aos cuidados de saúde que deseja receber, ou não deseja receber, no caso de, por qualquer razão, se encontrar incapaz de expressar a sua vontade pessoal e autonomamente”. As diretivas antecipadas são, por isso, uma materialização do princípio da autonomia no que concerne aos cuidados de saúde. Numa era em que se advoga pelo primado do respeito pela autonomia, constata-se que apenas 0,4% da população portuguesa tem uma diretiva antecipada de vontade formalizada no Registo Nacional do Testamento Vital. Objetivos: (1) Identificar as principais barreiras e limitações à criação e aplicação das diretivas antecipadas de vontade; (2) compreender as razões que justificam a baixa adesão às diretivas antecipadas de vontade e (3) contextualizar as barreiras e limitações identificadas no enquadramento nacional. Métodos: Para a realização desta revisão sistemática de literatura com síntese narrativa fez-se pesquisa eletrónica na base de dados PubMed, conjugando os termos MeSH e as keywords associados aos dois domínios em estudo – “diretivas antecipadas de vontade” e “barreiras e limitações”. Foram incluídos 33 estudos com resultados que permitiram identificar barreiras e limitações às diretivas antecipadas de vontade. Os outcomes foram analisados nas perspetivas do indivíduo e dos profissionais. Resultados: Para o indivíduo as principais barreiras relacionam-se com as suas crenças e atitudes, nomeadamente incerteza sobre as suas preferências, fuga ao pensamento sobre a morte, e incompatibilidade com a sua cultura, religião ou espiritualidade. São também barreiras a iliteracia em saúde, aspetos sociodemográficos e a condição de saúde. Os indivíduos encontram ainda limitações ao nível familiar e na relação médico-doente. Para os profissionais, muitas limitações devem-se à sua falta de conhecimento sobre este instrumento e às suas atitudes e crenças face ao mesmo. Outras barreiras relacionam-se com a incerteza do prognóstico, dúvida sobre a sua responsabilidade neste processo e aspetos da relação com o doente e seus familiares. Conclusão: Pelo impacto que têm sobre o indivíduo e sobre os profissionais que dele cuidam, as barreiras identificadas comprometem o propósito das diretivas antecipadas de vontade, fragilizando o princípio da autonomia que está na sua génese.
- Eutanásia em Idade PediátricaPublication . Silva, Inês Beles Dias Sousa e; Abejas, Abel GarciaIntrodução: A eutanásia em menores tem sido uma questão debatida nos últimos tempos, após a sua legalização na Bélgica, em 2014. Em Portugal, a sua discussão tem sido constante, sendo essencial compreender qual a opinião dos médicos, que lidam com crianças em situações de fim de vida, face à despenalização da eutanásia e se consideram os cuidados paliativos pediátricos como alternativa. De facto, a criança é um ser vulnerável, pelo que levanta questões éticas que devem ser abordadas e refletidas. Materiais e Métodos: Este é um estudo transversal, descritivo, qualitativo e quantitativo, com base na aplicação de um questionário anónimo a todos os médicos da área da pediatria, neonatologia e cirurgia pediátrica, do distrito do Porto. O questionário avalia a opinião dos médicos face à problemática da despenalização da eutanásia, o nível de formação destes médicos em cuidados paliativos e a sua opinião quanto ao investimento nesta área. Posteriormente, realizou-se uma análise dos dados obtidos. Resultados: O estudo incluiu 131 médicos, sendo que 80,9% são do sexo feminino e 73,3% afirmam ter crenças religiosas. Conclui-se que 32,8% dos médicos são a favor da despenalização da eutanásia em menores, 95,4% dos médicos considera os cuidados paliativos pediátricos como alternativa à eutanásia, mas apenas 17,6% afirma ter formação nesta área. Por fim, 90,1% da amostra considera que o investimento dos cuidados paliativos pediátricos em Portugal é deficiente. Conclusão: É essencial investir nos cuidados paliativos pediátricos. A formação dos médicos nesta área deve ser obrigatória, de forma a capacitá-los para situações de fim de vida em menores. Para além disso, é necessário investir na paliação em Portugal, através da integração total desta área no Sistema Nacional de Saúde e mediante recursos financeiros, que atualmente estão reduzidos.
- Texture Analysis of T1-weighted Turbo Spin-Echo MRI for the Diagnosis and Follow-up of Collagen VI-related MyopathyPublication . Rodrigues, Rafael; Gómez-García de La Banda, Marta; Tordjman, Mickael; Gómez-Andrés, David; Quijano-Roy, Susana; Carlier, Robert-Yves; Pinheiro, Antonio M. G.Muscle texture analysis in Magnetic Resonance Imaging (MRI) has revealed a good correlation with typical histological changes resulting from neuromuscular disorders. In this research, we assess the effectiveness of several features in describing intramuscular texture alterations in cases of Collagen VI-related myopathy. A T1-weighted Turbo Spin-Echo MRI dataset was used (Nsubj = 26), consisting of thigh scans from subjects diagnosed with Ullrich Congenital Muscular Dystrophy or Bethlem Myopathy, with different severity levels, as well as healthy subjects. A total of 355 texture features were studied, including attributes derived from the Gray-Level Co-occurrence Matrix, the Run-Length Matrix, Wavelet and Gabor filters. The extracted features were ranked using the Support Vector Machine Recursive Feature Elimination (SVM-RFE) algorithm with Correlation Bias Reduction, prior to cross-validated classification with a Gaussian kernel SVM.
- Innovation and the circular economy: A systematic literature reviewPublication . Suchek, Nathalia; Fernandes, Cristina; Kraus, Sascha; Filser, Matthias; Sjögrén, HelenaThe circular economy emerged as an alternative model to the linear system, which now appears to be reaching its physical limitations. To transition to a circular economy, companies must not only be aware of but also engage in more sustainable practices. For such a transition, companies must rethink and innovate their business models and the ways they propose value to their clients while simultaneously considering environmental and social facets. This systematic literature review sought to map out from the company perspective the key topics interrelated with innovation and the circular economy, describing the internal and external factors to consider in such transition processes. Key lines of research were identified, and suggestions for future research and for facilitating movement toward a circular economy are provided. This work contributes to deepening the literature by identifying the priority areas concerning the circular economy and encouraging future research that meets international standards of excellence.
- Autonomia em fim de vida: eutanásiaPublication . Gomes, Ana Rute Monteiro da Fonseca Oliveira; Abejas, Abel GarciaIntrodução: A eutanásia constitui um problema ético. A educação médica e experiência clínica influenciam a capacidade deliberativa. À semelhança da Europa, a aceitação social da eutanásia tem aumentado em Portugal. Importa compreender a atitude dos médicos do futuro relativamente à eutanásia uma vez que a sua prática clínica poderá ser confrontada com eventuais alterações da legislação. Objetivo: Observar a compreensão dos estudantes em questões de fim de vida relacionadas com a eutanásia, comparando entre dois grupos – em início e no final da formação pré-graduada, respetivamente. Material e métodos: Este é um estudo descritivo e transversal. A população alvo constitui os alunos do 1º e 6º ano do Mestrado Integrado em Medicina da Universidade da Beira Interior ao ano letivo 2019/20; composta por 330 alunos. Por metodologia Delphi, contrui-se um questionário de 7 perguntas. Questionou-se se o caso Vincent Lambert se tratava de eutanásia. Pesquisou-se a concordância relativamente à remoção das medidas de suporte de vida. Sondou-se a opinião sobre o impacto dos estágios curriculares e formação em ética na preparação para gerir decisões de fim de vida. Posteriormente, procedeu-se à análise estatística, através do programa Statistical Package for Social Sciences® versão 26, utilizando-se o teste Qui-quadrado, teste Mann-Whitney e teste exato de Fisher. Resultados: Dos 101 alunos que integraram o estudo, a maioria (65,3%) considerou o caso eutanásia, opção concordante entre os dois anos (p=0,398), classificada mais frequentemente como passiva (63,1%). A maioria dos participantes (61,4%) manifestou-se a favor da remoção das medidas de suporte de vida, sobretudo os alunos de 1º ano (71,2% contra 51,0% do 6º ano, p=0,038). Os alunos finalistas mostraram-se mais discordantes (65,3%) da capacidade formativa do estágio na preparação para gerir dilemas de fim de vida. Os alunos de 1ºe 6º ano revelaram-se satisfeitos com a capacitação adquirida pela formação curricular em ética (61,5% e 59,2%, respetivamente). Conclusão: A maioria dos alunos em estudo considera o caso apresentado como eutanásia, revelando que não distinguem moralmente entre eutanásia e ortotanásia. Recomenda-se a dinamização de estratégicas formativas com um enfoque mais prático no ensino da ética médica.