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- Revisão Sistemática: Hidratação Artificial na idade pediátrica em Fim de VidaPublication . Ouzounova, Zarena Ventzislavova; Abejas, Abel GarciaIntrodução: Cuidar de crianças em fim de vida pressupõe dificuldades inimagináveis. Torna-se imperativo tomar uma decisão, idealmente, partilhada entre os pais e profissionais de saúde e centrada na família de forma a encontrar a melhor conduta possível. A hidratação artificial é considerada um tratamento médico que poderá ser descontinuado nestes momentos. No entanto, existem múltiplos fatores e barreiras que influenciam qualquer escolha. Algumas serão abordadas nesta revisão sistemática. Objetivo: Analisar as barreiras e dilemas éticos na toma de decisão sobre não iniciar/retirar hidratação artificial na idade pediátrica e estudar a influência nos pais e profissionais de saúde envolvidos. Métodos: Foi realizada uma revisão sistemática da literatura com síntese narrativa com pesquisa nas bases de dados PubMed/MEDLINE, SCOPUS e Science Direct de modo a encontrar artigos que respondessem à pergunta investigadora. Esta pesquisa abrangeu todos artigos publicados entre 1973 e 2021. Todos os títulos e abstracts encontrados foram sistematicamente avaliados. Nesta pesquisa foram incluídos artigos com dados originais escritos em inglês, português ou espanhol. Os estudos considerados pertinentes foram lidos na íntegra e posteriormente confrontados com os critérios de inclusão e exclusão. Para cada artigo foi realizado um formulário para extração de dados. Foram utilizados os critérios de Hawker et al para avaliar a qualidade dos artigos incluídos. Como outcome foram consideradas as barreiras à toma de decisão sobre hidratação artificial em idade pediátrica. Para a discussão foram incluídos artigos variados para complementar os achados. Resultados: Foram encontrados 12 estudos que cumpriam todos os critérios de inclusão. Existe uma heterogeneidade quanto às datas de publicação dos estudos, bem como a origem qualitativa e quantitativa dos mesmos. A maioria dos artigos provém dos EUA. A partir da análise dos artigos foram expostos 13 temas/barreiras: toma de decisão, comunicação, diferentes práticas em diferentes hospitais, qualidade de vida, futilidade, incerteza no prognóstico, características dos profissionais de saúde, características dos pais, características das crianças, autoridade e direito parental, princípio de melhor interesse para a criança, hidratação artificial: terapêutica ou conforto e aspetos legais. Discussão: É importante interligar todas as barreiras que vão surgindo quando se tomam decisões de fim de vida. A hidratação artificial é um tratamento médico que deve ser sempre oferecido quando há claro benefício e ponderar não iniciar/retirar quando tal não se verifica. Contudo, a hidratação artificial traz consigo um valor sentimental, emocional e simbólico. Neste estudo aborda-se a idade pediátrica na qual uma decisão se torna ainda mais complexa. Os pais responsáveis por tomar uma decisão podem sentir que falharam em fornecer um bem essencial ou, por outro lado, podem não desejar de continuar a ver o seu filho sofrer e optar por retirar este tratamento de suporte. No entanto, para além dos pais, também os profissionais de saúde têm valores e crenças que muitas vezes condicionam a sua prática clínica e geram conflitos. Conclui-se que é extremamente necessário criar uma ligação de confiança forte através da comunicação, educar e estudar minuciosamente cada caso individual tendo como pilar o princípio de melhor interesse para a criança. Ademais, fatores como incerteza no prognóstico, qualidade de vida e futilidade médica complicam ainda mais este processo. Conclusão: Inevitavelmente surgem conflitos na prática clínica, principalmente quando se trata de um tema tão complexo numa idade tão frágil. Melhorar o reconhecimento de tais barreiras e trabalhar em equipa é fundamental numa tentativa de prestar os melhores cuidados e conforto a uma criança e ajudar no processo de luto dos seus pais.
- O Ensino de Medicina de Catástrofe para Estudantes de MedicinaPublication . Reis, João Miguel Costa; Sá, Juliana Marilia Pereira de; Norte, Gustavo PratasIntrodução: Os eventos de catástrofe são sérios problemas de saúde pública que podem resultar em perdas humanas significativas. A medicina de catástrofe apresenta-se como uma resposta ao grande número de vítimas, à pressão do tempo e ao número reduzido de recursos disponíveis, que caracteriza estes fenómenos, de forma a evitar uma sobrecarga dos serviços de saúde. O que exige profissionais experientes e capacitados para atuar de forma eficaz, e por isso, várias instituições têm reforçado o alerta para a inclusão, no currículo das escolas médicas, de programas centrados nesta área. Objetivo: Rever a literatura publicada sobre o ensino de medicina de catástrofe a estudantes de medicina, incluindo os métodos pedagógicos utilizados, análise da eficácia das metodologias de ensino no conhecimento e atitudes dos alunos e da respetiva avaliação dos programas. Métodos: Esta revisão foi realizada com base nas guidelines e recomendações para revisões sistemáticas do PRISMA (Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta- Analyses). A pesquisa bibliográfica foi realizada na base de dados PubMed de artigos em inglês, português ou espanhol, datados entre janeiro de 2010 e setembro de 2021. Utilizaram-se as seguintes palavras-chave: “disaster medicine” AND “medical students” AND “medical education” AND “medical school”. Foram selecionados artigos que cumpriam os seguintes critérios de inclusão: avaliar a importância do ensino de medicina de catástrofe a estudantes de medicina e a implementação de métodos pedagógicos. O principal outcome analisado foi o nível de conhecimento. Outros outcomes analisados foram as atitudes e a satisfação com a intervenção. Resultados: De acordo com os artigos revistos são vários os métodos apresentados para prestar a formação em medicina de catástrofe, entre métodos mais passivos, como exposição de aulas teóricas, e métodos mais ativos, como simulações. A evolução do nível de conhecimento e as atitudes dos estudantes relativamente a esta temática é positiva, independentemente do método pedagógico utilizado. No entanto, não está comprovada a retenção das competências adquiridas e não é avaliado o impacto desta formação na gestão e atuação em catástrofes. Conclusão: A medicina de catástrofe é assumida como uma área da medicina essencial para responder a eventos de catástrofe, e tem potencial para se tornar numa matéria constante a ser ensinada nas escolas médicas, sendo que vários métodos pedagógicos são apresentados. Tendo em conta os resultados desta revisão concluímos que os métodos de aprendizagem avaliados aumentam o nível de conhecimento dos estudantes e contribuem para a confiança dos alunos nas suas capacidades práticas. No entanto, são necessários mais estudos e harmonização dos métodos de ensino, com vista à integração desta temática na educação de estudantes de medicina.
