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- Implicações diagnósticas e prognósticas da positividade do HIF1-alfa nos colangiócitos de doentes com atresia biliarPublication . Leitão, Inês Mendes; Santos, Jorge Luiz dosA atresia biliar é uma doença que se inicia exclusivamente no período neonatal e é a causa mais frequente de colestase neonatal. Consiste numa obstrução parcial ou total das vias biliares extra-hepáticas com posterior destruição progressiva dos ramos biliares intrahepáticos, constituindo uma colangiopatia crónica. Verifica-se uma rápida progressão da fibrose, que se associa à necessidade de transplante hepático nestes doentes. O tratamento é cirúrgico, em que numa primeira abordagem é realizada uma portoenterostomia de Kasai, procedimento que visa restabelecer a drenagem biliar para o intestino. Apesar de alguns doentes terem uma boa resposta à cirurgia de Kasai, a grande maioria acaba por desenvolver complicações como malnutrição e hipertensão portal, sendo o transplante hepático já a única opção terapêutica nesta fase. A etiologia da atresia biliar não é completamente conhecida e a existência de variadas formas clínicas sugere uma multiplicidade de fatores causais. A atresia biliar associada à malformação esplénica (BASM), a forma cística, a forma associada à presença de IgM positiva para citomegalovírus no sangue e a forma isolada são as entidades clínicas descritas, sendo a atresia biliar isolada a mais frequente (70-80% dos casos). Anormalidades imunológicas, ambientais e genéticas foram reconhecidas como agentes envolvidos. Para além destes fatores, tem sido estudada uma associação entre atresia biliar e uma possível colangiopatia isquémica. Anormalidades vasculares e a variação na disponibilidade de oxigénio nas células podem causar uma disfunção da via metabólica antioxidante, levando a um aumento de espécies reativas de oxigénio, que foram também relatadas em doentes com atresia biliar e associadas à sua patogenia. Uma sobre expressão de fatores induzidos por hipoxia em doentes com atresia biliar isolada foi também reportada. Com esta dissertação pretende-se fazer uma revisão narrativa de literatura atualizada, através de uma pesquisa por palavras-chave no motor de busca PubMed, com discussão focada no papel da hipoxia na fisiopatologia da atresia biliar e a importância que a positividade do fator induzido por hipoxia 1-alfa (HIF1-a) poderá ter em questões de diagnóstico e prognóstico.
- Atualização sobre as Colestases Intra-hepáticas Familiares Progressivas e sua relação com a Colestase Intra-hepática da GravidezPublication . Santos, Patrícia Sousa Costa Lima dos; Santos, Jorge Luiz dosIntrodução: A Colestase Intra-hepática Familiar Progressiva (PFIC) é um grupo heterogéneo de doenças hereditárias autossómicas recessivas que têm início no período neonatal. Tem uma incidência estimada de 1:50 000 a 1:100 000 nascimentos. Destacamse três formas clínicas principais, PFIC1, PFIC2, PFIC3. A Colestase Intra-hepática da Gravidez (ICP) é a doença hepática mais comum na gravidez e caracteriza-se por colestase e prurido transitórios. Objetivos: Esta dissertação tem como objetivo a realização de uma revisão bibliográfica sobre as 3 formas clínicas principais de PFIC, e estabelecer a sua relação com a Colestase Intra-hepática da Gravidez. Contribuindo assim para o diagnóstico precoce destas duas entidades. Metodologia: Pesquisa na base de dados da PubMed de artigos sobre as três formas clínicas principais de PFIC nos últimos 5 anos, e de artigos sobre a ICP nos últimos 2 anos. Resultados: Existem três principais formas clínicas, PFIC1, PFIC2, PFIC3, causadas por três genes distintos: FIC1 (gene ATP8B1) para PFIC1; BSEP (gene ABCB11) para PFIC2; e MDR3 (gene ABCB4) para PFIC3, sendo as PFIC 1 e 2, responsáveis por 2/3 dos casos. Em mulheres grávidas, com mutações nos genes implicados nas PFIC’s, pode observar-se uma forma transitória de colestase que se inicia no terceiro trimestre da gravidez, desencadeada por fatores hormonais e ambientais, a ICP. Conclusão: A Colestase Intra-hepática Familiar Progressiva resulta em morbimortalidade elevada, na ausência de transplante hepático. A Colestase Intra-hepática da Gravidez, apesar de resolver espontaneamente após o parto, está associada a complicações fetais severas. Deste modo, estas duas entidades devem ser tidas em consideração aquando de uma apresentação colestática, a fim de atuar de forma precoce e eficaz. A Colestase Intra-hepática da Gravidez envolve os mesmos genes que as três principais formas clínicas de PFICs, mais frequentemente o gene ABCD4, e é um fenótipo que representa um contínuo da mesma doença.
- Chitosan-based injectable in situ forming hydrogels containing dopamine-reduced graphene oxide and resveratrol for breast cancer chemo-photothermal therapyPublication . Melo, Bruna L.; Sousa, Rita Lima; Alves, Cátia; Moreira, André F.; Correia, I.J.; Diogo, Duarte de MeloStrategies combining nanomaterials’ chemotherapy and photothermal therapy hold an enormous potential for improving cancer treatment. Still, the translation of this modality has been hindered by the immunogenicity triggered by some of the polymers used for coating nanomaterials as well as by the nanostructures’ poor tumor uptake after systemic administration. To address this bottleneck, the formulation of injectable polymeric matrices capable of delivering/confining chemotherapeutics and nanomaterials into the tumor site has been gathering a great interest. In this work, ionotropically crosslinked chitosan-based injectable in situ forming hydrogels co-incorporating Dopamine-reduced graphene oxide (DOPA-rGO; photothermal nano-agent) and Resveratrol (RES; chemotherapeutic drug), were prepared for the first time, to be applied in cancer chemo- photothermal therapy. The formulated hydrogels displayed injectability and in situ gelation as well as suitable physicochemical properties and good cytocompatibility. In vitro, the hydrogels’ photothermal therapy (DOPA- rGO@Gel +NIR light) only diminished the breast cancer cells’ viability to 72%. Moreover, cancer cells exposed to the hydrogels’ chemotherapy (RES+DOPA-rGO@Gel) still displayed a viability of 75%. In stark contrast, the hydrogels’ chemo-photothermal therapy (RES+DOPA-rGO@Gel +NIR light) was capable of decreasing cancer cells’ viability to just 31%. Overall, RES+DOPA-rGO@Gel presents an enormous potential for the chemo- photothermal therapy of breast cancer cells.
- Reativação do Vírus Varicela Zoster em doentes sob terapêutica imunomoduladoraPublication . Meleiro, Sara Cristina Gonçalves; Maio, António Gonçalves Candeias da GuerraO vírus Varicela Zoster pertence à família dos Herpesviridae, tendo uma grande prevalência na população mundial. Existem duas possíveis manifestações da infeção – primária (ocorre mais na infância, sob a forma de varicela) ou secundária (denominada zona, associada a idades mais avançadas e à utilização de fármacos imunomoduladores entre outros). Qualquer declínio na imunidade pode resultar na reativação viral, que ocorre pelo facto de o vírus permanecer latente no nervo trigémio e nos gânglios das raízes dorsais. Com esta revisão bibliográfica pretende-se averiguar os riscos associados ao uso de alguns fármacos imunomoduladores, bem como explorar as opções de tratamento e prevenção existentes. Os estudos têm demonstrado um aumento significativo do risco de zona com a utilização de fármacos imunomoduladores como os antagonistas do fator de necrose tumoral, inibidores da Janus Associated Kinases ou os dirigidos às células B. Dos referidos, os antagonistas do fator de necrose tumoral alfa são apontados como os principais responsáveis pela reativação do vírus Varicela Zoster. Dentro dessa classe, o fármaco de maior risco parece ser o infliximab, independente da doença em que é utilizado. Para além dos fármacos imunomoduladores, a corticoterapia, a idade avançada e ser do sexo feminino também parecem contribuir para um aumento desse risco de reativação. No caso particular do uso de corticoides, o aumento de risco ocorre quer de modo isolado quer na associação com o uso concomitante de imunomoduladores. Nem sempre é possível quantificar adequadamente esse risco dado o uso associado de outros fármacos. Atendendo à doença de base para a qual são utilizados estes fármacos, as medidas a tomar podem ser distintas. Na maioria das vezes, é necessária a suspensão do fármaco até resolução do quadro de herpes Zoster, sendo posteriormente reintroduzido. O conhecimento em relação ao impacto destes fármacos ainda é limitado, pelo que é necessário promover novos estudos para melhor conhecimento destes quadros. Mais ainda, a aposta na vacinação é essencial para reduzir o risco e prevenir as complicações associadas à reativação, nomeadamente a nevralgia pós herpética.
- Febre Q: uma zoonose subnotificadaPublication . Saraiva, Carlos Miguel Alves; Maio, António Gonçalves Candeias da GuerraIntrodução: A Febre Q é uma zoonose de distribuição mundial provocada pela bactéria Coxiella burnetii (C.burnetii). Desde 1999, a doença é de notificação obrigatória em Portugal. Embora frequentemente assintomática, a febre Q aguda pode manifestar-se como uma síndrome febril autolimitada ou cursar com manifestações hepáticas ou pulmonares inespecíficas. Após a infeção primária sintomática ou assintomática pode surgir uma infeção focalizada persistente. O surto de febre Q nos Países Baixos entre 2007 e 2010 veio realçar a necessidade de implementar medidas veterinárias preventivas e de vigilância epidemiológica. Objetivo: Esta revisão bibliográfica tem como objetivo investigar e transmitir os conhecimentos atuais sobre a Febre Q, abordando aspetos epidemiológicos, clínicos, diagnósticos e terapêuticos da doença. Métodos: A pesquisa de informação para realização desta revisão bibliográfica foi levada a cabo nas bases de dados PubMed e UpToDate. Foram reunidos ensaios clínicos, metaanálises, estudos observacionais e revisões simples e sistemáticas escritos nos idiomas inglês ou português, publicados de 2005 a dezembro de 2021. Foram igualmente consultadas guidelines e o website do Centers for Disease Control and Prevention (CDC), da Communicable Diseases Network Australia (CDNA) e relatórios epidemiológicos da European Food Safety Authority (EFSA) e da Direção-Geral da Saúde (DGS). Conclusão: Os profissionais de saúde devem também estar sensibilizados para as particularidades desta zoonose. Destaca-se a necessidade de realizar uma história clínica cuidada tanto na suspeita como após confirmação do diagnóstico de febre Q, com vista a esclarecer o contexto epidemiológico e excluir fatores de risco para infeção focalizada persistente. A vigilância e a comunicação dos casos confirmados às entidades de saúde são essenciais na prevenção da doença e permitirão compreender melhor o seu padrão epidemiológico, uma vez que esta é atualmente subnotificada em Portugal.