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- Autoeficácia e outros fatores relacionados com o comportamento tabágico nos jovens (3º ciclo e secundário)Publication . Pena, Diana Rocha; Vitória, Paulo dos Santos DuarteIntrodução: O consumo de tabaco representa um problema de saúde global e atual. A iniciação deste comportamento ocorre principalmente na adolescência. Modelos, como é o caso do Comportamento Planeado, do ASE e do I-Change, defendem que a perceção do controlo de um comportamento pode ser entendida através da combinação entre a autoeficácia e o locus de controlo. A autoeficácia é medida através da perceção da capacidade para resistir fumar em diversas situações. De acordo com estes modelos, a perceção do controlo e a autoeficácia são variáveis com efeito direto no comportamento (além do efeito mediado pela intenção). Objetivo: Explorar fatores relacionados com o comportamento tabágico nos jovens, em especial a autoeficácia para não fumar. Design e Método: Estudo de natureza observacional, quantitativa, transversal, correlacional. Será explorada a relação entre o comportamento tabágico (variável dependente) e variáveis demográficas (idade, sexo, nível socioeconómico, comportamento dos pais, …) e a variável sociocognitiva autoeficácia para não fumar (variável independente). O estudo baseia-se numa amostra representativa de alunos do 3º ciclo e ensino secundário, pertencentes a escolas de Portugal Continental selecionados aleatoriamente. Resultados: A amostra é constituída por 3961 jovens, representativa dos estudantes do 3º Ciclo e Ensino Secundário de Portugal continental, com idades compreendidas entre os 12 e os 27 anos (M=15.38). No total, participaram 31 escolas de Portugal Continental. Verifica-se uma maioria de participantes do sexo feminino (58.6%), e residentes na zona Norte (42.7%) e do 3ª Ciclo (57.7%). A maioria dos participantes afirma nunca ter fumado (61.2%), enquanto 10.5% fuma regularmente (pelo menos um cigarro por semana). A maioria dos jovens não demonstra ter intenção de fumar no futuro (78%). A prevalência dos jovens que já fumaram revela-se superior em jovens mais velhos, e da região do Alentejo e Algarve. Observam-se diferenças significativas entre os jovens que nunca fumaram e os que já fumaram, na intenção de fumar no futuro (os que nunca fumaram demonstram ter menor intenção de fumar no futuro) e na autoeficácia para não fumar (os primeiros apresentam valores significativamente superiores aos segundos em todos os seus fatores e itens). Os itens “Quando os teus/tuas amigos(as) te oferecem um cigarro”, “Quando te sentes nervoso(a)” e “Quando vais sair o/a(s) teus amigos(as)” destacam-se por ter valores mais baixos. A influência dos pares também se revelou uma variável de impacto, especialmente ter um melhor amigo/a que fuma. Discussão e Conclusões: Os resultados indicam que a maioria dos participantes nunca fumou, nem demonstra intenção de fumar no futuro. No entanto, uma parte considerável dos jovens desta idade já iniciou o comportamento tabágico e alguns já fumam regularmente. Estes resultados reforçam a necessidade de desenvolver programas de prevenção do tabagismo dirigidos a este grupo. A autoeficácia para não fumar revela valores superiores no subgrupo que já fumou em todos os seus fatores e itens. Estes resultados confirmam a importância da autoeficácia na compreensão do comportamento tabágico dos jovens portugueses e a relevância de integrar esta variável nos programas de prevenção do tabagismo.
