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- Suplementação com vitamina D no doente com dor crónicaPublication . Ramos, Bruna Ferreira; Oliveira, Maria Elisa Cairrão RodriguesIntrodução: A dor crónica é uma patologia altamente prevalente na população. É responsável por gastos avultados, é uma das maiores causas de incapacidade e funda uma prioridade em saúde. O tratamento adequando da dor crónica constitui um direito humano, e a suplementação com vitamina D tem ganho destaque, neste âmbito. As ações conhecidas da vitamina D dão se por meio do seu recetor, que revela uma expressão ampla nos tecidos. Todavia, preconiza-se que esta exerça mais papéis do que os estabelecidos na literatura. A síntese da vitamina D compreende várias etapas e culmina na conversão de calcidiol em calcitriol, a forma mais ativa da vitamina D, classicamente associada à manutenção da homeostase do cálcio e fósforo, mas que conta já com evidências de participação em processos inflamatórios, oxidativos, imunes e genéticos que podem fornecer sustentação à hipótese de que a suplementação com vitamina D pode ser benéfica no doente com diversas patologias, incluindo na dor crónica. Métodos: A pesquisa de artigos foi feita na base de dados MEDLINE, usando os motores de busca PubMed, Elsevier e Scopus, com associações entre o termo MeSH "Vitamin D" e os termos MeSH "Chronic Pain", "Pain Perception", "Myalgia" e "Arthralgia", utilizando os operadores booleanos “AND” e “OR” nas diversas associações. Limitou-se a pesquisa a artigos disponíveis nos idiomas português, espanhol e inglês, e excluíram-se os artigos de âmbito pediátrico. Resultados: A literatura apresenta estudos efetuados sobre a influência da suplementação com vitamina D na dor cónica isolada, assim como associada a patologias como dor crónica musculoesquelética generalizada, fibromialgia, osteoartrite do joelho, artralgia de etiologia desconhecida, endometriose e dor crónica como efeito adverso de fármacos específicos. A interpretação da bibliografia demostrou que, de acordo com a maioria dos estudos, a suplementação com vitamina D é uma medida eficaz na redução das queixas no doente com dor crónica. Todavia, os estudos são escassos, e heterogéneos quanto às populações estudadas, às co-variáveis inclusas, aos valores-corte para deficiência e insuficiência de vitamina D, assim como em relação à metodologia de suplementação, o que pode justificar a obtenção de resultados contraditórios. Não sendo sensato, atualmente, depositar confiança na suplementação com vitamina D como tratamento de primeira linha na dor crónica, não se descarta que possa haver lugar para a suplementação neste contexto. Conclusão: Os benefícios da suplementação com vitamina D não são transversais, contudo, são amplamente superiores aos riscos. Conclui-se, então, que pode haver lugar para equacionar o uso de suplementação com vitamina D na prática clínica. Cada profissional deve fazer uma ponderação caso a caso, especialmente após estudo exaustivo das possíveis causas, opções terapêuticas, resultados pretendidos e crenças do doente, em relação à sua experiência de dor.
- Síndrome de Ovários Poliquisticos: a relação entre hiperandrogenismo, resistência à insulina e obesidadePublication . Chaves, Diana Sofia Sousa; Oliveira, Maria Elisa Cairrão RodriguesIntrodução: A síndrome de ovários poliquísticos é a patologia endócrina mais comum em mulheres em idade reprodutiva. Apresenta-se como uma doença reprodutiva e endócrina, com impacto multissistémico, caracterizando-se por amenorreia, resistência à insulina, obesidade, hiperandrogenismo, infertilidade e maior predisposição para patologia depressiva e ansiosa. A longo prazo, pode promover o desenvolvimento de Diabetes Mellitus tipo 2, doenças cardiovasculares e cancro do endométrico. A síndrome de ovários poliquísticos não se apresenta de igual forma em todas as mulheres, o que aliado a um desconhecimento da sua etiologia resulta na inexistência de um tratamento curativo aprovado. Por consequência, surge a necessidade de um melhor esclarecimento da complexidade desta síndrome e da interação entre os seus múltiplos fatores, nomeadamente o hiperandrogenismo, a resistência à insulina e a obesidade, procurando possíveis biomarcadores associados. Objetivos: Clarificar e reunir as informações até à data sobre a complexidade da síndrome de ovários poliquísticos; Demonstrar a relação entre hiperandrogenismo, a resistência à insulina e a obesidade e a sua pertinência na génese da síndrome de ovários poliquísticos; Identificar possíveis biomarcadores que possam ajudar num diagnóstico mais sensível e preciso; Expor as opções terapêuticas utilizadas na atualidade na síndrome de ovários poliquísticos; Despertar o interesse da comunidade científica para o esclarecimento etiológico da síndrome de ovários poliquísticos, para que seja possível praticar um tratamento dirigido; Sensibilizar os profissionais de saúde e a comunidade científica para o peso global na qualidade de vida das mulheres com síndrome de ovários poliquísticos. Metodologia: A pesquisa bibliográfica foi realizada através dos motores de busca PubMed, Elsevier, Socus e Web of Sciense. Os artigos científicos foram selecionados de acordo com a sua pertinência em relação ao tema, dando preferência aos publicados nos últimos dez anos. Foram ainda utilizados livros específicos da área de estudo. Conclusão: A síndrome de ovários poliquísticos é uma patologia endócrina e reprodutiva que afeta muitas mulheres, com implicações na saúde física e mental. É multifatorial e poligénica. A desregulação do eixo hipotálamo-hipófise-gónadas e o aumento da atividade enzimática ao nível da glândula suprarrenal podem oferecer uma explicação para o aparecimento desta síndrome. Acrescem fatores genéticos e ambientais que podem determinar ou aumentar a predisposição para o desenvolvimento da mesma. Verificou-se uma estreita relação entre o hiperandrogenismo, a resistência à insulina e a obesidade, existindo um ciclo vicioso potenciador entre eles. Assim, este trabalho permitiu concluir que o hiperandrogenismo é o principal desregulador metabólico e reprodutivo. No entanto, não poderá ser o único fator etiológico, uma vez que mulheres sem hiperandrogenismo desenvolvem a síndrome. Para um diagnóstico mais sensível e específico, a análise dos níveis da hormona anti-mulleriana pode ser inserida nos critérios de diagnóstico e utilizada na prática clínica. Apresento a proposta da criação de um programa integrado de consultas médicas entre as várias especialidades específico para as mulheres com síndrome de ovários poliquísticos. A designação “síndrome de ovários poliquísticos” não abrange a complexidade da síndrome, focando-se apenas nos ovários e na existência de quistos, que são na verdade folículos, e que não estão presentes em todos os fenótipos e, por isso, proponho a sua retificação.
- O efeito materno-fetal da exposição ao bisfenol A: outcomes e consequências a longo prazoPublication . Medeiros, Inês Moura de; Oliveira, Maria Elisa Cairrão RodriguesOs disruptores endócrinos têm a capacidade de interferir na biossíntese, metabolismo e ação de determinadas hormonas, resultando num desvio da homeostase hormonal, com consequências nefastas para a saúde humana. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), disruptores endócrinos (EDC´s) podem ser encontrados em várias substâncias: metais, pesticidas, conservantes e aditivos da comida bem como em produtos de higiene pessoal. Os bisfenóis são usados na produção de polímeros e resinas que são depois aplicados no fabrico de matérias plásticas. Assim, são utilizados em materiais tais como: talheres e garrafas de plástico reutilizáveis, equipamentos desportivos, CDs, DVDs, latas de conserva, biberões, entre outros. Há evidências crescentes do papel dos EDC´s no aparecimento de doenças, principalmente quando a exposição ocorre durante períodos críticos do desenvolvimento, como no início da vida, durante a gravidez e no período pós-natal. Os bisfenóis são capazes de ultrapassar a placenta humana e ser transmitidos da mãe para o feto, bem como através do leite materno para o lactente. As grávidas e crianças são, portanto, as populações mais vulneráveis à exposição destes disruptores. As consequências da exposição destes grupos aos bisfenóis estão sob intensa investigação. Estudos recentes indicam a sua associação a atrasos e malformações no desenvolvimento fetal, bem como o aparecimento de patologias anos mais tarde como cancro, distúrbios metabólicos e até poderão estar ligados a alterações cognitivas. Assim, é de extrema urgência que este problema seja conhecido pela sociedade de forma a poderem ser instituídas medidas preventivas, no sentido de minimizar esta exposição nestes períodos de maior suscetibilidade.
- O efeito da exposição de ftalatos na endometriosePublication . Ribeiro, Bárbara Nicole Meira; Oliveira, Maria Elisa Cairrão RodriguesIntrodução: A endometriose é uma doença ginecológica crónica que afeta cerca de 10% das mulheres em idade reprodutiva e está relacionada principalmente com a dor pélvica e a infertilidade. Sua origem é complexa e envolve fatores imunológicos, hormonais, genéticos e ambientais. O estrogénio tem um papel central na endometriose, e há evidências crescentes de que os disruptores endócrinos (EDC), como os ftalatos, possam contribuir para seu desenvolvimento. Os ftalatos são EDCs amplamente utilizados em produtos de consumo e industriais e têm potencial para contaminar o ambiente. Eles podem entrar no corpo por ingestão, absorção cutânea e inalação, onde são metabolizados e excretados na urina. Devido às suas propriedades estrogénicas, os ftalatos podem alterar os níveis hormonais e afetar tecidos dependentes de estrogénio, como na endometriose. Objetivos: Esta revisão bibliográfica visa determinar se há uma relação causal entre a exposição a ftalatos e o desenvolvimento da endometriose, bem como seus possíveis efeitos na fertilidade, analisando dados epidemiológicos em humanos. Métodos: Para a realização desta dissertação, procedeu-se a uma pesquisa bibliográfica em diferentes bases de dados PubMed, Elsevier, Web of Science, com a seguinte combinação de termos phthalic acid OR phthalate OR phthalates OR phthalate metabolites AND endometriosis OR endometrioses OR endometrioma. Conclusão: A exposição a disruptores endócrinos, como os ftalatos, pode afetar significativamente a saúde reprodutiva feminina e está associada a um custo anual significativo para a União Europeia. Embora existam limitações nos estudos atuais, existe claramente uma associação entre a exposição a ftalatos e a endometriose. Os mecanismos potenciais para este efeito incluem a interferência dos ftalatos em processos celulares, como o estresse oxidativo, enzimas inflamatórias e recetores hormonais. Investigações futuras são importante para travar a progressão e desenvolvimento desta patologia, assim os estudos futuros devem focar na melhoria das metodologias, no aumento dos tamanhos de amostra e na investigação dos mecanismos subjacentes. In suma, estratégias de prevenção, diagnóstico e tratamento da endometriose são prioritárias. Neste sentido, políticas públicas e recomendações para reduzir a exposição a ftalatos e outros disruptores endócrinos devem ser implementada o mais cedo possível.