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- Parto Vaginal após Cesariana: a experiência do CHUCBPublication . Teodoro, Ana Maria Grilo; Rodrigues, Nélia Lamberta PereiraPara mulheres com uma primeira cesariana, uma tentativa bem-sucedida de trabalho de parto oferece várias vantagens distintas e consistentemente reprodutíveis em comparação com uma cesariana eletiva de repetição, incluindo menos histerectomias, menos eventos tromboembólicos, menores taxas de transfusão sanguínea e menor tempo de internamento. No entanto, quando a tentativa de parto após a cesariana falha, a cesariana de emergência está associada a aumento de rutura uterina, histerectomia, lesão operatória, transfusão de sangue, endometrite e maior permanência hospitalar. Este trabalho de investigação tem como principal objetivo avaliar a taxa de sucesso do parto vaginal após cesariana (PVAC) no Centro Hospitalar Universitário da Cova da Beira (CHUCB) entre os anos de 2016 e 2020, avaliando alguns dos fatores que contribuem para o sucesso e/ou insucesso do mesmo. Após a sua realização, concluiu-se que a taxa de PVAC no CHUCB foi de 35,7%, no período estudado. Foram observadas elevadas taxas de episiotomia e laceração nos partos vaginais estudados, que não se traduziram num maior número de complicações major, nomeadamente lesões perineais graves. A rutura uterina é a complicação mais temida de uma prova de trabalho de parto após cesariana (PTPAC). No CHUCB existiu apenas um registo de rutura uterina por uma PTPAC malsucedida. Ainda assim, o PVAC associou-se a uma menor taxa de complicações graves e menor período de internamento, que o parto por cesariana após cesariana (PCAC). Relativamente às mortes fetais, verificou-se uma taxa inferior à de outros trabalhos semelhantes e sem relação com o tipo de parto. O corrente projeto de investigação traz alguma evidência que pode ser útil para a formulação de novos protocolos ou algoritmos de decisão no momento do parto, numa mulher com uma cesariana prévia.
- Violência Obstétrica- inquietações e desconstruçõesPublication . Teixeira, Carolina Sofia Vilela; Meyer, Fernanda Taliberti Pereto“Violência obstétrica” é um conceito ainda em discussão nos diferentes segmentos sociais, desde a opinião pública, passando pelos especialistas da saúde e também pelas instâncias políticas. Segundo a OMS e a OM, ao invés de “violência obstétrica”, devem-se adotar os termos: “maus-tratos”, “desrespeito”, “abuso” e “negligência”, pois apresentam uma maior abrangência e adaptabilidade à realidade de países como Portugal. A investigação científico-médica atravessa agora o percurso de definição dos indicadores que permitam analisar com rigor o que são os maus-tratos, abusos e desrespeito, em matéria de cuidados maternos. A existência de relatos devastadores de experiências negativas vivenciadas por mulheres durante a gravidez e, em particular, no parto, é também uma realidade portuguesa. As intervenções e cuidados não consentidos são o desrespeito mais apontado. O consentimento esclarecido e informado é um requisito sem o qual a boa prática médica em geral e, portanto, também a obstétrica, não se pode concretizar. Contudo, em situações de urgência, este pode não ser necessário. Na atualidade portuguesa, discute-se a possível necessidade de criminalizar práticas médicas consideradas violentas pelas mulheres grávidas durante a gravidez e/ou no trabalho de parto; no que diz respeito a esta situação, e tendo em conta os factos e achados desta monografia, conclui-se negativamente, por duas ordens de razões: primeiro, porque discordamos do próprio conceito de VO por desadequação aos cuidados de saúde maternos praticados em Portugal; segundamente, pela redundância, sendo que já existe em Portugal um quadro penal, rigoroso e suficientemente abrangente, dirigido aos crimes contra a integridade física, contra a liberdade pessoal e contra a liberdade e autodeterminação sexual. Com o seguinte trabalho pretende-se desconstruir uma certa perspetiva, amplamente difundida, da defesa do conceito de “Violência Obstétrica”; analisar a necessidade da obtenção do consentimento esclarecido e informado na origem dos procedimentos médicos e debater sobre a necessidade de criminalizar, no contexto português, a “Violência Obstétrica” e tudo aquilo que este termo abrange. A elaboração desta monografia teve por base literatura disponibilizada pela Organização Mundial da Saúde, DGS, Ordem dos Médicos, Ordem dos Enfermeiros, Ordem dos Advogados e do Colégio da Especialidade de Ginecologia e Obstetrícia. Foi também utilizada legislação disponibilizada em Diário de República: Código Deontológico, Código Penal e Código Civil; páginas web, como a da Entidade Reguladora da Saúde, a de Associações portuguesas que defendem os direitos humanos das mulheres, a base de dados PORDATA e projetos de informação digital. Na pesquisa documental, recorreu-se a bancos da plataforma PubMed e da revista científica Lancet, através dos termos de pesquisa “obstetric violence”, “woman”, “childbirth”, “quality of care”, “respectful maternity care”. Consideraram-se artigos em inglês, publicados entre 2013 e 2022, selecionados em concordância com os objetivos delineados para a monografia.
- Estudo do sono numa população diabética-casuística de 2 anosPublication . Brito, Inês Margarida Oliveira Fernandes Neves de; Silva, Rosa Maria Santos da; Nunes, Sara Monteiro Morgado DiasIntrodução: A prevalência da Síndrome de Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS) tem aumentado, em Portugal e no mundo em geral. De acordo com o Observatório Nacional de Diabetes de 2023, o número de pessoas com a doença aumentou 20%, em sete anos, e Portugal integra o top 3 da Europa em termos de prevalência. Na última década, a diabetes mellitus tipo 2 (DM2) sofreu um aumento de 16,3%, em Portugal. Considerada já uma epidemia mundial, partilha vários fatores de risco com a SAOS, estando muitas vezes presentes num mesmo doente. Quando presentes, em simultâneo incrementam a morbimortalidade por doenças cardiovasculares. Objetivos: Pretende-se demonstrar a correlação entre SAOS e DM2; conhecer as características clínicas dos doentes submetidos ao estudo do sono; identificar outros fatores de risco associados a estas patologias e nomear perspetivas de investigação futura. Métodos: Foi realizado um estudo retrospetivo, que incidiu sobre uma amostra de 488 doentes submetidos a estudos do sono, no Hospital Amato Lusitano, nos anos 2019 e 2020. Desta população, estabeleceram-se dois grupos: doentes diabéticos com apneia do sono e doentes não diabéticos com apneia do sono (grupo controlo). A colheita dos dados, foi feita a partir dos: registos da ICD10; processos clínicos informatizados dos doentes e relatórios dos estudos do sono. A análise estatística, foi feita com recurso ao SPSS Statistics 25. Primeiro procedeu-se à caracterização da amostra, através de técnicas de estatística descritiva. Posteriormente, recorreu-se a técnicas de estatística inferencial, como o Teste do Qui Quadrado, Teste Exato de Fisher e Teste de Kruskal-Wallis. Resultados: Do total de doentes em estudo, 94,88% têm apneia do tipo obstrutivo; 3,07% do tipo central e 2,05% do tipo misto. A amostra é, maioritariamente, composta por indivíduos do sexo masculino. A média de idades é de 58,5 no grupo controlo e 62,4 anos no grupo de doentes diabéticos. O excesso de peso/obesidade está muito presente na amostra, afetando 96,2% dos doentes diabéticos e 89,7% do grupo controlo. Das comorbilidades estudadas as mais prevalentes são: a hipertensão arterial, a dislipidemia e o status ex-fumador. Conclusão: A DM2 e a SAOS relacionam-se entre si. O excesso de peso/obesidade afeta a maioria dos doentes com SAOS. O diagnóstico de SAOS é feito, principalmente nos primeiros 10 anos de DM2. Estes têm maior necessidade de ventilação não invasiva.
- O Impacto das Novas Terapêuticas no Mieloma MúltiploPublication . Castelhano, João Carlos Rua; Afonso, Sofia Isabel SousaIntrodução: O mieloma múltiplo é a segunda neoplasia hematológica mais comum nos países desenvolvidos e a sua incidência é maior na faixa etária entre os 65 e os 75 anos. Caracteriza-se pela proliferação monoclonal de plasmócitos, dando origem a lesões de órgão-alvo, conhecidas por CRAB: hipercalcemia, lesão renal, anemia e lesões osteolíticas. O paradigma em relação ao tratamento aplicado nesta neoplasia tem mudado de forma drástica ao longo dos últimos anos e espera-se que nos próximos anos ainda evolua mais. Objetivo: Perceber de que forma os tratamentos evoluíram ao longo dos anos e o impacto que tiveram no prognóstico dos doentes, principalmente ao nível da sobrevida global e da sobrevivência livre de progressão, é o objetivo primordial deste trabalho. Método: Como metodologia para a realização desta monografia foi utilizado o motor de busca PubMed, e foram, igualmente, retirados alguns artigos do Blood Cancer Journal. Foram impostos limites temporais na pesquisa, à exceção dos artigos referenciados no capítulo “Abordagem Histórica, os quais não obedeceram a nenhum limite temporal. A prioridade foram sempre os artigos mais recentes e apenas em língua inglesa. Desenvolvimento: O mieloma múltiplo é resultado da evolução de uma gamapatia monoclonal de significado indeterminado devido à influência de alterações genéticas e epigenéticas adquiridas ao longo do tempo. É uma neoplasia de difícil diagnóstico, porque pode ser confundida clinicamente com muitas outras entidades, daí que o prognóstico do doente também dependa muito da fase em que é diagnosticada. Historicamente, o mieloma múltiplo foi uma doença que durante muitas décadas foi de difícil controlo, porque através dos tratamentos utilizados não se obtinham taxas de resposta satisfatórias. Só a partir da década de 90 do século passado, com a aplicação do transplante autólogo de progenitores hematopoiéticos e anos mais tarde com o surgimento dos imunomoduladores, dos inibidores do proteossoma e dos anticorpos monoclonais, é que foi possível melhorar muito o prognóstico dos doentes, tanto a nível da sobrevida global média que aumentou de 3 para 8 a 10 anos, nas últimas duas décadas, como a nível da qualidade de vida, devido às remissões mais duradouras que os doentes experienciam. Conclusão: O mieloma múltiplo é atualmente considerado uma doença crónica devido ao impacto altamente positivo que as novas terapêuticas têm apresentado ao nível da sobrevida global e da sobrevida livre de progressão. No entanto, sabe-se que as recaídas são inevitáveis e que a doença desenvolve resistências contra o tratamento. Por isso há ainda muito para investigar, principalmente na área da imunoterapia, que pode constituir a chave para a cura e/ou prevenção do mieloma múltiplo.
- A influência das hormonas sexuais femininas no perfil clínico da Esclerose MúltiplaPublication . Faria, Catarina Raquel Coelho; Meyer, Jayson William; Pérez, Francisco José AlvarezIntrodução: A Esclerose Múltipla é uma doença infamatória crónica que afeta o sistema nervoso central, causando desmielinização e perda axonal. Tal como outras doenças autoimunes, afeta mais mulheres que homens e existem disparidades na progressão e na atividade inflamatória. Pressupõe-se, assim, que o início e o curso da Esclerose Múltipla possivelmente são influenciados pelas hormonas sexuais. Objetivos: Análise dos mecanismos pelos quais as hormonas sexuais femininas influenciam a Esclerose Múltipla e abordagem dos perfis clínicos resultantes dessa influência. Materiais e Métodos: A informação utilizada foi recolhida de livros de texto e de artigos obtidos na PubMed®. Fator de impacto, número de citações e data de publicação foram considerados. Apenas foram incluídos artigos publicados na última década. A acessibilidade e o idioma não foram limitação. Resultados: Na puberdade, com a exposição a hormonas sexuais, as recidivas aumentam nas raparigas durante a perimenarca. Uma menarca precoce aumenta o risco e o início precoce da doença. Na gravidez, hormonas produzidas pela placenta, como estriol e progesterona, influenciam o sistema imunológico e a taxa de recaída anual diminui. Verifica-se um aumento da taxa de recidiva nos primeiros 3 a 6 meses após o parto, devido à queda abrupta dos níveis de estrogénio e progesterona. Na menopausa, dada a privação de esteroides gonadais, as manifestações exacerbam os sintomas da Esclerose Múltipla e a progressão da incapacidade persiste. Conclusão: As observações atuais refletem a complexa interação de fatores genéticos, hormonais e ambientais na Esclerose Múltipla. Há evidências crescentes de que as hormonas sexuais influenciam esta doença. Deste modo, podem eventualmente contribuir para o desenvolvimento de novos tratamentos.