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- Suspeita de Oclusão da Veia Central de retina, Adaptação de uma Lente mini escleral em Queratocone, Insuficiência de ConvergênciaPublication . Silva, Carla Figueiredo; Sequeira, Carla Alexandre Filipe; Soares, Ivo Miguel da Fonseca GravitoCom o intuito de demonstrar os conhecimentos adquiridos ao longo do estágio, foi elaborado um relatório com três casos de áreas distintas. O primeiro caso sobre a área de patologia ocular refere-se à suspeita de Oclusão da Veia Central da Retina (OVCR). A OVCR tem maior prevalência em idosos, afetando ambos os sexos, todas as etnias e normalmente é unilateral. O diagnóstico diferencial é essencial para o seu tratamento. Os tratamentos com maior sucesso são a aspirina, anticoagulação sistémica, hemodiluição isovolêmica e plasmaférese. O segundo caso a ser abordado sobre a área de contactologia, é adaptação de lente de contacto mini-escleral em queratocone. O queratocone é uma patologia da córnea, não inflamatória, que se caracteriza por uma ectasia progressiva, tornando a córnea mais fina e com a forma de cone. Quase sempre, é uma condição bilateral e assimétrica. O queratocone pode progredir até aos 40 anos de idade, afeta ambos os sexos e todas as etnias. Está classificado por diferentes estágios. Relativamente à sua forma, pode-se classificar em queratocone mamilar, oval e queratoglobus. O tratamento não cirúrgico pode ser feito através de lentes oftálmicas e/ou lentes de contacto. O último caso é sobre a área de Visão Binocular (VB), retrata um caso de insuficiência de convergência (IC). A IC é um distúrbio visual binocular no qual a convergência para um objeto próximo é reduzida. Caracteriza-se por um ponto próximo de convergência afastado (PPC), por uma exoforia maior ao perto do que ao longe, por uma acomodação e Convergência Acomodativa (A/CA) baixa e por medidas diretas ou indiretas de Vergências Fusionais Positivas (VFP) baixas. O tratamento sequencial passa por ergonomia e higiene visual, correção ótica da ametropia, terapia visual, e por fim prescrição de prismas.
- Perceção de adolescentes do ensino secundário de uma região da Beira Interior sobre ContraceçãoPublication . Santos, Maria Rodrigues dos; Moutinho, José Alberto Fonseca; Nunes, Sara Monteiro Morgado Diasntrodução: Apesar da possibilidade de acesso a informação fidedigna, quer através dos programas escolares de educação sexual, quer através do aconselhamento contracetivo no Serviço Nacional de Saúde, a falta de conhecimentos dos adolescentes sobre contraceção em Portugal é significativa. O número de gravidezes na adolescência, apesar de em decrescendo, continua a ser problemático, assim como os comportamentos sexuais de risco a que se sujeitam, constituindo um problema de saúde pública. Objetivo: Com este estudo, pretende-se averiguar as fontes de informação e nível de conhecimento dos adolescentes sobre contraceção, caracterizar as suas práticas mais comuns e apurar se existem diferenças entre sexos. Pretende-se propor uma abordagem diferente da educação sexual escolar, em parceria com profissionais de saúde qualificados, visando melhorar o conhecimento global e o uso adequado de contraceção por jovens. Materiais e Métodos: Foi desenvolvido um estudo observacional, transversal, através de um questionário, a jovens do ensino secundário de três escolas da cidade da Covilhã, região da Beira Interior. Foi aprovado pela Direção Geral de Educação e pela Comissão de Ética da Universidade da Beira interior. O questionário, desenvolvido pelos autores, era constituído por três secções com perguntas de escolha múltipla, “Sim/Não” e de resposta aberta. Para a análise estatística foi utilizado o SPSS (Statistical Package for Social Sciences) versão 28. Resultados: Foram obtidas 266 respostas válidas ao questionário. A amostra era constituída por 65,4% participantes do sexo feminino e 34,6% do sexo masculino com uma média de idade de 16,18±1,10 anos. Avaliando os conhecimentos sobre contraceção, verificou-se que sobre todos os contracetivos questionados se observou algum grau de conhecimento, tendo sido o Preservativo masculino o mais conhecido (97,3%), seguindose o Preservativo feminino (91,6%) e a Contraceção de emergência (81,4%). A principal fonte de informação contracetiva foi a internet (77,2%), seguida pelas aulas (72,6%). Apesar de apenas 12,2% ter referido ter consultas para esclarecimento de dúvidas e 33,6% consultas de planeamento familiar, a maioria dos que frequentaram ficou satisfeita e voltaria. As vantagens dos métodos hormonais mais reconhecidas foram os benefícios não contracetivos, como o controlo do ciclo (80,4%) e do fluxo menstrual (70,6%), enquanto os efeitos secundários (71,6%) e a dificuldade de obtenção (89,9%) foram as principais desvantagens reportadas. 95,2% reconhece a necessidade de consultar um médico antes de iniciar a utilização destes métodos. Relativamente ao preservativo, as vantagens mais apresentadas foram a eficácia contracetiva (68,1%) e a prevenção de Infeções sexualmente transmissíveis (64,6%), enquanto as desvantagens foram o risco de rotura (60,6%) e a diminuição do prazer sexual (27,8%). O principal motivo para utilizarem a contraceção foi a prevenção de gravidez (60,3%) e o local de obtenção mais frequente foi o centro de saúde/hospital (58%). O método hormonal mais usado foi a pílula hormonal combinada (75,4%) e o seu uso foi incentivado principalmente pelo parceiro (93%) e profissional de saúde (66,7%). Quanto à sexualidade, 28,9% dos inquiridos eram sexualmente ativos, com uma idade média de início da atividade sexual de 14,97±1,41 anos. O preservativo masculino foi o método de eleição na primeira relação sexual (76,6%), seguido da “Dupla contraceção” (17,2%). O facto de não terem pensado no assunto foi o principal motivo para não terem usado contraceção. Apesar de 76,5% considerar que o preservativo deve ser usado em todas as relações sexuais, apenas 46,7% o faz, sendo o parceiro habitual o principal motivo para não o fazerem (62,5%). A maioria dos jovens teve apenas 1 parceiro sexual, no entanto 33,8% revelou ter tido mais que 1 (média 2,8±1,08). A contraceção de emergência já foi utilizada por 20,4% das jovens. 5,6% das raparigas já esteve grávida. Quanto a comportamentos sexuais de risco, 47,4% dos jovens teria uma relação sexual com alguém que se negasse a usar preservativo, 37,8% fê-lo após consumo de álcool/drogas e, desses, 21,9% considerou que isso influenciou a sua atitude preventiva. Discussão: Neste estudo e de acordo com a evidência científica, os jovens demonstraram ainda um conhecimento deficitário sobre contraceção. Por vezes baseiam as suas escolhas em informações erradas, contribuindo para práticas sexuais inseguras. Há ainda diferenças entre sexos relativamente aos conhecimentos e práticas sobre contraceção. Apesar de muitos rapazes conhecerem a maioria dos métodos contracetivos, as raparigas revelam maior conhecimento sobre os métodos disponíveis, vantagens, benefícios não contracetivos, riscos associados e desvantagens. As motivações para utilizarem contraceção são também diferentes e as raparigas revelam um maior envolvimento com os profissionais de saúde. Conclusão: Há necessidade de melhorar o conhecimento e adesão dos jovens à contraceção e de uma abordagem mais pró-ativa por parte dos profissionais de saúde, que devem aproveitar, de forma oportuna, todos os momentos em contacto com adolescentes para explorar estes temas. Devem ser desenvolvidos planos de atuação diretamente nas escolas tentando alcançar o maior universo de jovens possível, uma vez que apenas uma percentagem reduzida dos adolescentes procura os serviços de saúde. Seria conveniente ainda intervir sobre os professores e pais, no que toca a estes aspetos, de forma a tornar a abordagem mais abrangente e contínua no ambiente escolar, familiar e entre os próprios adolescentes.
- Perceção de adolescentes do ensino secundário de uma região da Beira Interior sobre Infeções Sexualmente TransmissíveisPublication . Moreira, André Henrique da Cunha; Moutinho, José Alberto Fonseca; Nunes, Sara Monteiro Morgado DiasIntrodução: As infeções sexualmente transmissíveis têm um impacto profundo na saúde reprodutiva e sexual, sendo um dos motivos pelo qual os adultos mais procuram os cuidados de saúde. Os adolescentes, apesar de representarem apenas 25% da população sexualmente ativa, são responsáveis por cerca de 50% dos novos casos de infeções sexualmente transmissíveis. A sensibilização para a prevenção das infeções sexualmente transmissíveis a nível escolar tem contribuído para uma diminuição da sua transmissão. No entanto, parecem ainda existir bastantes dúvidas acerca do risco destas infeções e da sexualidade em geral, pelo que se torna importante aferir os conhecimentos e comportamentos adotados pelos adolescentes. Objetivos: Investigar quais os conhecimentos que os adolescentes entre os 14 e os 19 anos de idade de uma população da região da Beira Interior têm sobre infeções sexualmente transmissíveis, e averiguar se existem diferenças significativas entre sexos, por forma a intervir no sentido de melhorar a sua literacia sobre estas doenças. Materiais e métodos: Trata-se de um estudo observacional, transversal, recorrendo à aplicação de um questionário no Google Forms, a jovens adolescentes do ensino secundário de 3 escolas secundárias da Covilhã, tendo sido aprovado pela Direção Geral da Educação e pela Comissão de Ética da Universidade da Beira Interior. O questionário, elaborado pelos autores, compreendia 3 secções com questões de escolha múltipla, “Sim/Não” e de resposta aberta. Na análise estatística foi utilizado o SPSS (Statistical Package for Social Sciences) versão 28. Resultados: Foram obtidas 266 respostas válidas ao questionário. A amostra compreendia 65,4% raparigas e 34,6% rapazes, com uma idade média de 16,16 ± 1,10 anos. Verificou-se que 96,6% dos adolescentes sabia qual a definição correta de infeção sexualmente transmissível. As infeções mais identificadas foram o Herpes Genital (88,2%), o VIH (59,3%) e o HPV (56,7%). As principais fontes de informação sobre estas infeções foram as aulas (79,2%) e a Internet (76,9%), seguidas dos profissionais de saúde (57,2%). Como formas de transmissão, as mais referidas foram as relações sexuais vaginais (96,6%), anais (89,1%) e orais (83%) e a partilha de seringas (48,7%). Quanto ao álcool/drogas, 74,6% considerou que o seu consumo aumentava os comportamentos de risco, e, 37,8% já teve relações sexuais após consumo destas substâncias, e destes, apenas 21,9% considerou que isso influenciou os seus comportamentos preventivos. As medidas de prevenção que consideraram mais importantes foram o uso do preservativo em todas as relações (94,3%) e evitar experiências sexuais com desconhecidos (74,1%). Apesar disso, 23,5% não achou importante usar preservativo em todas as relações, principalmente se desejo de gravidez ou se excluídas infeções em ambos. De facto, apenas 53,8% dos adolescentes referiu usar sempre o preservativo. Observou-se uma vacinação contra o HPV significativamente maior nas raparigas (88,2% vs 29,8%, p<0,001). Quanto à sexualidade, 28,9% já tinha iniciado relações sexuais, com idade média de início de 14,97 ± 1,41 anos. Na 1ª relação sexual, a maioria usou método contracetivo (83,1%), tendo sido o preservativo o mais usado (80,5%). Apenas 7,9% dos adolescentes já tinha realizado um teste de rastreio de infeções sexualmente transmissíveis, tendo sido diagnosticada uma infeção em apenas um adolescente. Discussão: De acordo com a evidência científica e com os resultados deste estudo, podemos afirmar que os adolescentes possuem um conhecimento ainda deficitário relativamente às infeções sexualmente transmissíveis. Para além de conhecerem poucas das infeções abordadas, revelaram algum desconhecimento no que diz respeito às formas de transmissão e às medidas preventivas que devem ser adotadas. Também se revela algo preocupante a atividade sexual relacionada com o consumo de álcool e drogas ilícitas, o que pode contribuir para comportamentos sexuais de risco. Neste trabalho observaram-se algumas diferenças entre sexos, verificando-se que as raparigas identificaram corretamente mais infeções sexualmente transmissíveis, procuravam mais os profissionais de saúde para esclarecimento de dúvidas e consideravam mais importante o uso do preservativo em todas as relações sexuais. Conclusão: Perante o relativo grau de desconhecimento que ainda se verifica acerca destas infeções e dos comportamentos sexuais preventivos, este trabalho reforça a necessidade de intervir junto dos jovens no sentido de colmatar estes conceitos, enfatizando a sua abordagem a nível escolar, e proporcionar meios para que os profissionais de saúde possam colaborar no seu ensino.
- Medicamentos Biológicos em Portugal: Avaliação da Posição do País no Mercado EuropeuPublication . Bastos, André Manuel Patrocínio; Sousa, Fani Pereira deA presente dissertação foi desenvolvida no âmbito da conclusão do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas e encontra-se dividida em dois capítulos: Capítulo 1, com a descrição das aptidões adquiridas durante o estágio curricular em Farmácia Comunitária, e, Capítulo 2, com a apresentação do trabalho de investigação. O Capítulo 1 consiste numa breve caraterização e organização da farmácia comunitária, bem como numa descrição de todos os processos do circuito do medicamento, desde o seu aprovisionamento e armazenamento, à dispensa ao utente. Resume também a experiência, as competências e conhecimentos obtidos e, ainda, as atividades desenvolvidas durante o estágio em farmácia comunitária que decorreu entre 8 de fevereiro e 25 de junho de 2021, na farmácia Sena Padez, no Fundão. O Capítulo 2, referente à componente de Investigação, compreende uma coletânea e análise dos medicamentos biológicos comercializados em Portugal e no resto da Europa, até dezembro de 2022. Os medicamentos biológicos, também denominados de biofármacos ou biofarmacêuticos, são moléculas cuja substância ativa é produzida ou extraída de uma fonte biológica, como células animais, células vegetais ou microrganismos. Estes produtos podem ser utilizados para diagnosticar, prevenir, tratar ou curar doenças ou condições humanas para as quais não existe uma resposta com medicamentos tradicionais produzidos por síntese química. A primeira parte deste trabalho de revisão apresenta a contextualização do tema e dos conceitos mais importantes, de modo a auxiliar a compreensão dos tópicos seguintes. Numa segunda parte, são descritas duas classes de medicamentos biológicos e respetivos biofármacos, nomeadamente os fatores de coagulação e os produtos baseados em anticorpos, tanto comercializados como não comercializados em Portugal, mas disponíveis no resto da Europa. Destaca-se, ainda, aqueles que não apresentam medicamento biológico alternativo no mercado português. No final do trabalho, em anexo, encontram-se descritos todos os medicamentos biológicos aprovados em Portugal e no resto da Europa. Foram analisadas, através da base de dados da Agência Europeia do Medicamento (EMA do inglês European Medicine Agency) e do Infomed, dez categorias de biofármacos, concretamente: fatores de coagulação, anticorpos monoclonais (mAb)s, hormonas, fatores de crescimento, citocinas, vacinas, enzimas, proteínas de fusão, medicamentos de terapia celular e medicamentos de terapia genética e, por fim, outros produtos recombinantes. O objetivo deste trabalho visa detetar padrões de oferta e de procura ao longo dos anos, averiguar quais são os medicamentos disponíveis no mercado europeu e quais os que são efetivamente, comercializados em Portugal. Além disso, tem, também, o propósito da compilação e uniformização da informação existente neste sentido, podendo ser utilizado como instrumento de consulta aos profissionais de saúde. Nas últimas décadas, a investigação e a inovação na área da biotecnologia farmacêutica possibilitaram o desenvolvimento de um grande número de biofármacos cada vez mais específicos para determinadas doenças. Dos mais de 300 medicamentos biológicos aprovados na Europa, os produtos baseados em mAbs, os fatores de coagulação, as hormonas e os fatores de crescimento são as classes de medicamentos com mais medicamentos aprovados. Os biossimilares representam mais de 20% do mercado biológico europeu. O mercado português tem, aproximadamente, a mesma percentagem de biossimilares, contudo, apresenta cerca de dois terços dos biofármacos aprovados pela EMA. Tal pode dever-se a vários fatores, principalmente, a procura deste tipo de produtos e os preços dos mesmos que, após avaliação, podem ser considerados proibitivos para o orçamento disponível no serviço nacional de saúde. Apesar destes desafios, Portugal desenvolveu protocolos para aplicar aos medicamentos que não têm aprovação de comercialização, tornando-os, assim, acessíveis a doentes que necessitam de tratamentos que, de outra forma, não poderiam ser efetuados.
- Contexto, Antecedentes e Resultados do Empreendedorismo de Minorias LGBTPublication . Carlos, André Luiz Cavalcanti Gomide; Ferreira, João José de MatosO contexto surge geralmente como determinante nos estudos sobre empreendedorismo. Considerando o empreendedorismo de minorias, mais precisamente o empreendedorismo de minorias Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais (LGBT), foco da presente Tese, é um tema que tem vindo a chamar a atenção da comunidade científica a qual tem levantado à atenção para as lacunas existentes e como tal para a necessidade de novos estudos sobre essa temática. Assim, a presente Tese visa abordar uma série de subtemas focados em entender o contexto vivido por essas minorias ao empreenderem, os seus antecedentes, bem como analisar o papel da orientação empreendedora e a intenção empreendedora nos mercados focados no público LGBT. Assim, a presente Tese é constituída por seis capítulos. No capítulo 1 são apresentados os pontos introdutórios da tese, envidenciando o contexto em que o tema e as relações se justificam, assim como as justificativas da escolha por esse tema. É ainda formulado o enquadramento do problema e as principais lacunas identificadas na literatura, assim como os objetivos da tese e as questões que se pretende responder. Por fim, é desenhado o modelo conceptual da tese, as metodologias utilizadas e como a tese está estruturada. Com base em uma revisão sistemática da literatura, o capítulo 2 visa analisar as principais questões, interpretações e tipologias sobre empreendedorismo de minorias ao longo dos anos. Foi utilizada a base de dados SCOPUS para a recolha de artigos e 220 artigos foram analisados durante o período 1980 até 2018. Os resultados permitiram identificar sete unidades de pesquisa (categorias) congruentes e respetivas abordagens e contribuições: i) atitudes e motivações; ii) barreiras e desafios; iii) políticas e culturas intervencionistas; iv) comparativo entre minorias e não minorias; v) redes e recursos; vi) impacto na economia local; vii) trabalho autônomo ou empreendedorismo por necessidade. Este estudo contribui ainda para que futuros pesquisadores direcionem suas pesquisas em lacunas ainda pouco exploradas, facilitando uma organização temporal do tema. Entender o contexto e os antecedentes do empreendedorismo de minorias tem despertado o interesse de pesquisadores nos últimos anos. Contudo, poucos estudos focaram seus esforços para a minoria LGBT. O capítulo 3 tem como objetivo identificar o contexto e os antecedentes da orientação empreendedora individual (OEI) dos empresários de minoria LGBT, através de um estudo qualitativo, com entrevistas semiestruturadas a seis empresários pertencentes a esta comunidade de minorias. Tendo por base o referencial das teorias da marginalização e da OEI, os resultados mostram que em sua maioria, este tipo de empreendedores LGBT sofre descriminação em ambientes socionormativos de trabalho e isso pode afetar direta ou indiretamente a sua vontade de empreender. Outra reflexão sobre os resultados está ligada ao sentimento de libertação que esses indivíduos sentem ao declararem abertamente a sua sexualidade, criando uma confiança capaz de motivá-los a empreender. Constatou-se, ainda, que a busca pelo sucesso dessas minorias seja vista para além do simples status ou objetivos financeiros. O presente capítulo contribui ainda com a proposta de um modelo conceptual e proposições de investigação para estudos futuros. O capítulo 4 tem como objetivo analisar a coragem como antecedente da OEI e como esta impacta na percepção dos ganhos financeiros e não financeiros percebidos, no contexto de minorias LGBT. Foi realizada uma pesquisa quantitativa baseada em modelagem de equações estruturais com uma amostra de 200 empreendedores LGBT. Como resultados destaca-se a influência positiva da coragem na inovação, proatividade e propensão ao risco. Por sua vez verificou-se que a inovação e a propensão ao risco influenciam positivamente nos ganhos percebidos financeiros e não financeiros. Este estudo avança e contribui com a literatura de empreendedorismo de minorias LGBT, que até então fora pouco explorada. Contribui também com a literatura da OEI, evidenciando a coragem como antecedente para as dimensões da mesma e evidenciando que para a minoria LGBT os ganhos não financeiros, como a reputação, são relevantes e percebidos como benéficos para suas carreiras como empreendedores. O capítulo 5 visa analisar a intenção empreendedora (IE) manifestada por potenciais empreendedores para mercados tradicionais e mercados LGBT, traçando assim um comparativo da IE para ambos os mercados. Pretende-se assim entender qual é a visão de possíveis futuros empreendedores quanto aos mercados focados no público LGBT, isto é, se enxergam esse mercado como opção de mercado para futuros negócios. Para realizar esse estudo foi adotado uma pesquisa quantitativa, com base em modelagem de equações estruturais. Como principal resultado esse estudo identificou uma diferença entre a intenção empreendedora ao compararmos o foco em mercados tradicionais e mercados focados no público LGBT. Assim, o estudo traz várias contribuições. Primeiro, avança no preenchimento de algumas lacunas identificadas na literatura relativamente ao empreendedorismo de minorias, em geral, assim como à intenção empreendedora para mercados LGBT, algo ainda muito pouco explorado. Segundo, busca por melhores entendimentos dos aspectos que podem impactar a decisão e percepção de potenciais futuros empreendedores. Terceiro, contribui para a literatura ao trazer um comparativo entre mercados tradicionais (gerais) e mercados para o público LGBT, trazendo a percepção de potenciais futuros empreendedores sobre ambos os cenários. Por fim, o capítulo 6 apresenta os principais resultados gerados nessa tese, estruturado por capítulos. É abordado as principais contribuições para a literatura, assim como contribuições práticas e lacunas identificadas nos capítulos. Por fim, os principais temas e abordagens de pesquisas futuras são sugeridos, a fim de proporcionar informações e ideias e municiar outros pesquisadores a darem continuidade no tema.
- Criopreservação e autotransplante de tecido ovárico como forma de terapia hormonal da menopausa-perspetivas futurasPublication . Veloso, Inês Isabel Pinto; Moutinho, José Alberto FonsecaIntrodução A menopausa corresponde à perda fisiológica ou iatrogénica da menstruação confirmada pela ausência desta após 12 meses, na ausência de causa patológica e é, frequentemente, acompanhada de sintomas transitórios como ondas de calor, sudorese noturna, distúrbios do sono, humor depressivo, entre outros. Existem vários tratamentos disponíveis para o controlo destas manifestações como a mudança de estilos de vida e a terapia hormonal que consiste na administração das hormonas através de comprimidos, adesivos transdérmicos, cremes ou comprimidos de aplicação vaginal. Mais recentemente, colocou-se a hipótese do uso de tecido ovárico autólogo, através de criopreservação e posterior transplante do mesmo, como forma de terapia hormonal. O transplante pode ser realizado de duas formas, ortotópicamente (cavidade pélvica) e heterotópicamente (extra-ovárico). Objetivos O objetivo desta dissertação é determinar se a criopreservação e posterior transplante de tecido ovárico, pode ser vir a usado como terapia hormonal na menopausa na prática corrente do tratamento dos sintomas da menopausa e num futuro próximo. Metodologia Foi realizada uma vasta pesquisa bibliográfica, com recurso à plataforma PubMed, durante outubro de 2022 a janeiro de 2023. Foram usadas as seguintes palavras-chave: menopausa, criopreservação e transplante tecido ovárico e terapia hormonal na menopausa. Adicionalmente, foram consultados pareceres de sociedades mundiais de relevo para o tema e guidelines atuais. Após a análise do material recolhido, foi realizada esta revisão. Resultados e Discussão O transplante de tecido ovárico criopreservado permite a restauração da função endócrina na maioria dos casos e seu efeito hormonal pode durar até 10 anos, se o excerto for substituído regularmente. Durante os processos de recolha de tecido, transplantação e revascularização parte da reserva folicular é perdida por processos de isquemia, o que pode resultar numa menopausa anos antes do que seria natural para cada mulher. De forma a reduzir estes danos, moléculas como o VEGF e a S1F, permitem aumentar a densidade vascular e acelerar o processo de revascularização e assim tornar mais rentável esta técnica. Conclusão Apesar de ser uma solução mais fisiológica, esta técnica é dispendiosa e invasiva e, por isso, só indicada em casos específicos. A população alvo para este procedimento são mulheres que o usem quer para tratamento dos sintomas da menopausa induzida como para restauração da fertilidade, nas quais é mais apelativo e custo-efetivo.
- Pegada Carbónica na Cadeia de Valor da Indústria AutomóvelPublication . Figueiredo, Inês Marques; Almeida, Paulo Jorge da Silva; Alexandre, Edgar Tavares de Sousa GraçaComo consequência da crise ambiental que o nosso planeta enfrenta, há uma necessidade crescente de tornar a indústria uma atividade mais sustentável, reduzindo a pegada carbónica associada às suas atividades e, assim, atingir objetivos, como a neutralidade carbónica, incentivados por várias políticas ambientais. Deste modo, o presente relatório de estágio tem como objetivo efetuar o levantamento da situação atual da pegada carbónica de uma empresa da indústria automóvel, a Automotive Compounding Industry Portugal, para, posteriormente, estudar e implementar estratégias que contribuam positivamente para a redução da pegada carbónica. Os cálculos para a pegada carbónica foram efetuados tanto ao nível das atividades gerais efetuadas como ao nível dos produtos fabricados na ACI Portugal. Os resultados obtidos demonstram que, para as atividades gerais efetuadas nesta empresa, as emissões de CO2 por si geradas são bastante elevadas, tendo-se observado um aumento significativo das emissões de CO2 geradas em 2022, comparativamente ao ano 2021. Quanto aos produtos fabricados, a análise foi efetuada em relação aos valores médios obtidos para cada família de produtos, estando estes entre os 1,9323 kg CO2/kg produto e os 2,8452 kg CO2/kg produto. Os valores obtidos poderão ser reduzidos através da implementação de medidas que contribuam para a redução da pegada carbónica. Algumas estratégias de redução da pegada carbónica já se encontram em fase de implementação na ACI Portugal, tanto para as atividades gerais associadas aos processos como para os produtos fabricados, tendo apresentado claras vantagens para a redução das emissões de CO2. Num próximo passo, a ACI Portugal deverá continuar a implementar estratégias para a redução da pegada carbónica, de modo a alcançar o objetivo da neutralidade carbónica. Adicionalmente, seria de extrema importância expandir todo este procedimento às restantes fábricas do grupo, contribuindo globalmente para a prevenção e mitigação das alterações climáticas e aquecimento global.
- Produtos Cosméticos na Oncologia: alteração de hábitos e impacto na qualidade de vidaPublication . Couto, Sara Barreira do; Oliveira, Rita Manuela Palmeira de; Duarte, Paulo Alexandre de OliveiraO presente trabalho foi elaborado no âmbito da unidade curricular “Estágio” do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas e encontra-se dividido em 3 capítulos. O Capítulo I corresponde ao projeto de investigação, intitulado “Produtos Cosméticos na Oncologia: alteração de hábitos e impacto na qualidade de vida”. O cancro é a segunda causa de morte, apresentando uma incidência crescente. Nos últimos anos, surgiram novos agentes anticancerígenos, alterando o prognóstico e a taxa de sobrevivência. No entanto, apesar dos benefícios óbvios, estes tratamentos apresentam várias reações adversas, sendo as alterações mucocutâneas as mais relatadas. Os produtos cosméticos podem ser utilizados para contornar alguns destes efeitos e melhorar a qualidade de vida. Existem, contudo, opiniões controversas associadas à segurança da utilização de determinados produtos cosméticos em doentes com cancro, levando muitos deles a sentir-se receosos de os utilizar ou a escolher alternativas que considerem mais seguras. Tanto quanto sabemos, não existem atualmente estudos publicados destinados a avaliar as perspetivas dos pacientes com cancro, no que diz respeito à utilização de produtos cosméticos. Este estudo tem como principal objetivo avaliar o impacto da utilização de produtos cosméticos em doentes submetidos a tratamentos oncológicos e perceber as alterações de hábitos e as suas necessidades específicas. Para isso, foi desenvolvido e aplicado um questionário anónimo e confidencial, direcionado a doentes oncológicos submetidos a tratamentos anticancerígenos, em Portugal, através das redes sociais e, em papel, aos doentes do Hospital de Dia do Centro Hospitalar Tondela-Viseu. Entre os 154 respondentes, 67,5% referiram que as reações adversas mucocutâneas afetaram de forma significativa a sua autoestima e autoconfiança. A maioria dos doentes começou a utilizar mais frequentemente cremes hidratantes (50,6%), fotoproteção (41,6%) e produtos de aplicação na boca (33,8%). Pelo contrário, 50% dos doentes deixaram de utilizar tintas capilares e 42,9% vernizes de unhas. A maior parte diminuiu o número de produtos de maquilhagem (36,4%), mas aumentou o número de produtos de aplicação na boca (33,1%). Observou-se, ainda, que 56,5% dos participantes alteraram o tipo de cremes hidratantes e 39,6% os produtos de aplicação na boca. A maioria dos inquiridos (83,4%) referiram ter procurado alternativas de produtos cosméticos, sendo que 44% dos doentes relataram sentir receio na utilização de determinados produtos, especialmente os antitranspirantes (64,2%). Do total da amostra, 61,7% dos respondentes considerou a oferta de produtos cosméticos direcionados a doentes oncológicos insuficiente. 85,7% referiu que a utilização de produtos cosméticos contribuiu para a melhoria dos efeitos adversos dermatológicos surgidos com os tratamentos e 85,7% para a melhoria da autoestima e autoconfiança. Os produtos cosméticos constituem uma mais-valia na melhoria das reações adversas mucocutâneas, bem como da autoestima e autoconfiança, intimamente relacionadas com resultados médicos a longo prazo, como taxas de mortalidade e recuperação do cancro. Os doentes oncológicos possuem necessidades cosméticas especiais e receios associados à utilização destes produtos. Desta forma, torna-se essencial o apoio e o aconselhamento profissional relativamente ao seu uso. Para além disso, os receios sentidos por estes doentes e as suas necessidades específicas devem ser considerados durante o desenvolvimento de produtos cosméticos direcionados a esta população. O Capítulo II diz respeito ao “Relatório de Estágio em Farmácia Comunitária”, no qual descrevo as atividades por mim desenvolvidas, bem como os conhecimentos e competências adquiridos ao longo de 12 semanas, na Farmàcia Carles Riba. O Capítulo III corresponde ao “Relatório de Estágio em Farmácia Hospitalar” e resume a minha experiência nos Serviços Farmacêuticos do Centro Hospitalar Tondela-Viseu, durante um período de 8 semanas.
- Influence of a Deflectable Leading-Edge on a Flapping AirfoilPublication . Camacho, Emanuel A. R.; Marques, Flávio D.; Silva, A. R. R.Flapping wing dynamics are of great interest in many research areas, such as bioinspired systems and aircraft aeroelasticity. The findings of the present study provide significant insight into the importance of the leading-edge dynamic incidence on the propulsive performance of flapping airfoils. The main objective is to improve the propulsive characteristics by adding a pitching leading-edge to a conventional NACA0012 airfoil at the lower spectrum of the Reynolds number. The problem is solved numerically at a Reynolds number of 104 under various flapping conditions. The results show that the leading-edge pitching amplitude has a great impact on the propulsive power and efficiency, providing meaningful improvements. The required power coefficient is reduced overall, although not as significantly as the propulsive power. The influence of the movable leading-edge on the pressure distribution is analyzed, showing that the enlargement of the frontal area is the root cause of propulsive augmentation. The proposed geometry provides an innovative way of flapping an airfoil with propulsive purposes, offering remarkable improvements that can defy conventional flapping.
- MicroRNAs-enriched exosomes as a new therapy for Parkinson’s diseasePublication . Esteves, Marta Raquel Carrola; Bernardino, Liliana Inácio; Ferreira, Lino SilvaParkinson’s disease (PD), a progressive and chronic neurological disorder characterized by the selective degeneration of the nigrostriatal dopaminergic pathway, has a huge socioeconomic impact in modern society. Alterations in alpha (α)-synuclein protein expression and aggregation have been regarded as a primary cause of dopaminergic neurons death in the substantia nigra (SN) pars compacta. So far, there are no treatments that halt or reverse the progression of PD. Recent evidence showed that microRNAs (miRNA), small non-coding RNAs that negatively regulate gene expression, are dysregulated in PD patients. In particular, miR-124 levels were found decreased in plasma and postmortem brain parenchyma of PD patients. Thus, miR-124 has become a relevant molecular therapeutic target for PD. Increasing intracellular levels of miR-124 enhances neurogenesis and neuroprotection in PD models. However, the effect of miR- 124 on α-synuclein dynamics has not yet been reported. One of the main goals of this thesis was to evaluate the role of miR-124-3p in the expression and aggregation of α-synuclein protein using the rat model of PD based on the acute administration of paraquat (PQ). The first research work showed that intranigral administration of miR-124-3p significantly reduces the protein levels of α- synuclein and α-synuclein phosphorylated at serine 129 (present in large amounts in Lewy bodies) in the SN of rats exposed to PQ. Moreover, the protein levels of NADPH oxidase 1 (Nox1), responsible for the oxidative stress production and eventually involved in the development of α-synuclein toxicity, and its activator GTPase Rac1, decreased in SN after miR-124-3p administration in PQ-treated rats. Additionally, the reduced levels of Pitx3 in the SN caused by the administration of PQ were found to increase after the administration of miR-124-3p. This work demonstrates for the first time the role of miR- 124-3p in the regulation of α-synuclein toxicity, possibly through the modulation of the Nox1/Rac1 signaling pathway and in the regulation of Pitx3 expression important for the survival and maintenance of dopaminergic neurons. The efficient delivery of miRNA at the intracellular and intracerebral levels has several limitations since they are highly susceptible to degradation by nucleases and are difficult to take up by cells due to their negative charge. Recently, several approaches capable of guaranteeing an efficient delivery of miRNA have been developed. In particular, small extracellular vesicles (sEV), also referred to as exosomes, have been highlighted as efficient delivery systems for miRNA due to their intrinsic ability to interact with cells and tissues. The second main goal of this thesis was to use sEV isolated from human umbilical cord blood-derived mononuclear cells as a biological vehicle of miR-124 and to evaluate the efficiency of these sEV transfected with miR-124-3p (miR-124-3p sEV) in inducing neurogenesis and neuroprotection in 6-hydroxydopamine (6-OHDA) PD model. The second research work showed that in vitro, sEV efficiently deliver miR-124- 3p to subventricular zone (SVZ) neural stem cells (NSC) and to N27 dopaminergic cells. Treatment of NSC with miR-124-3p sEV induced neuronal differentiation of SVZ NSC under physiological conditions and protected N27 dopaminergic cells against 6-OHDAinduced toxicity. In vivo, sEV intracerebroventricularly injected in mice were detected in SVZ lining the lateral ventricles and in striatum and midbrain sections, the brain regions most affected by the disease. Although miR-124-3p sEV did not increase the number of new neurons in the 6-OHDA-lesioned striatum, the formulation protected dopaminergic neurons in the SN and striatal fibers, which fully counteracted motor behavior symptoms in mice administered with 6-OHDA. In conclusion, the results obtained during this thesis provide new evidence on the role of miR-124-3p in α-synuclein protein pathology and evidence supporting the application of sEV as biologic delivery agents for miR-124-3p to promote neuroprotection of dopaminergic neurons. In short, the enrichment of sEV with miR-124-3p may configure a promising therapeutic strategy able to halt or slow-down dopaminergic neuronal death in PD.