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Produtos Cosméticos na Oncologia: alteração de hábitos e impacto na qualidade de vida

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Abstract(s)

O presente trabalho foi elaborado no âmbito da unidade curricular “Estágio” do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas e encontra-se dividido em 3 capítulos. O Capítulo I corresponde ao projeto de investigação, intitulado “Produtos Cosméticos na Oncologia: alteração de hábitos e impacto na qualidade de vida”. O cancro é a segunda causa de morte, apresentando uma incidência crescente. Nos últimos anos, surgiram novos agentes anticancerígenos, alterando o prognóstico e a taxa de sobrevivência. No entanto, apesar dos benefícios óbvios, estes tratamentos apresentam várias reações adversas, sendo as alterações mucocutâneas as mais relatadas. Os produtos cosméticos podem ser utilizados para contornar alguns destes efeitos e melhorar a qualidade de vida. Existem, contudo, opiniões controversas associadas à segurança da utilização de determinados produtos cosméticos em doentes com cancro, levando muitos deles a sentir-se receosos de os utilizar ou a escolher alternativas que considerem mais seguras. Tanto quanto sabemos, não existem atualmente estudos publicados destinados a avaliar as perspetivas dos pacientes com cancro, no que diz respeito à utilização de produtos cosméticos. Este estudo tem como principal objetivo avaliar o impacto da utilização de produtos cosméticos em doentes submetidos a tratamentos oncológicos e perceber as alterações de hábitos e as suas necessidades específicas. Para isso, foi desenvolvido e aplicado um questionário anónimo e confidencial, direcionado a doentes oncológicos submetidos a tratamentos anticancerígenos, em Portugal, através das redes sociais e, em papel, aos doentes do Hospital de Dia do Centro Hospitalar Tondela-Viseu. Entre os 154 respondentes, 67,5% referiram que as reações adversas mucocutâneas afetaram de forma significativa a sua autoestima e autoconfiança. A maioria dos doentes começou a utilizar mais frequentemente cremes hidratantes (50,6%), fotoproteção (41,6%) e produtos de aplicação na boca (33,8%). Pelo contrário, 50% dos doentes deixaram de utilizar tintas capilares e 42,9% vernizes de unhas. A maior parte diminuiu o número de produtos de maquilhagem (36,4%), mas aumentou o número de produtos de aplicação na boca (33,1%). Observou-se, ainda, que 56,5% dos participantes alteraram o tipo de cremes hidratantes e 39,6% os produtos de aplicação na boca. A maioria dos inquiridos (83,4%) referiram ter procurado alternativas de produtos cosméticos, sendo que 44% dos doentes relataram sentir receio na utilização de determinados produtos, especialmente os antitranspirantes (64,2%). Do total da amostra, 61,7% dos respondentes considerou a oferta de produtos cosméticos direcionados a doentes oncológicos insuficiente. 85,7% referiu que a utilização de produtos cosméticos contribuiu para a melhoria dos efeitos adversos dermatológicos surgidos com os tratamentos e 85,7% para a melhoria da autoestima e autoconfiança. Os produtos cosméticos constituem uma mais-valia na melhoria das reações adversas mucocutâneas, bem como da autoestima e autoconfiança, intimamente relacionadas com resultados médicos a longo prazo, como taxas de mortalidade e recuperação do cancro. Os doentes oncológicos possuem necessidades cosméticas especiais e receios associados à utilização destes produtos. Desta forma, torna-se essencial o apoio e o aconselhamento profissional relativamente ao seu uso. Para além disso, os receios sentidos por estes doentes e as suas necessidades específicas devem ser considerados durante o desenvolvimento de produtos cosméticos direcionados a esta população. O Capítulo II diz respeito ao “Relatório de Estágio em Farmácia Comunitária”, no qual descrevo as atividades por mim desenvolvidas, bem como os conhecimentos e competências adquiridos ao longo de 12 semanas, na Farmàcia Carles Riba. O Capítulo III corresponde ao “Relatório de Estágio em Farmácia Hospitalar” e resume a minha experiência nos Serviços Farmacêuticos do Centro Hospitalar Tondela-Viseu, durante um período de 8 semanas.
This paper was prepared as part of the curricular unit "Internship" of the Integrated Master's Degree in Pharmaceutical Sciences and is divided into three chapters. Chapter I corresponds to the research project entitled "Cosmetic products in oncology: change of habits and impact on quality of life". Cancer is the second leading cause of death, with a growing incidence. In recent years, new anticancer agents have emerged, changing the prognosis and survival rate. However, despite the obvious benefits, these treatments have several adverse reactions, with mucocutaneous changes being the most reported. Cosmetic products may be used to circumvent some of these effects and improve quality of life. However, there are controversial opinions regarding the safeness of certain cosmetics in cancer patients, leading many of them to feel insecure and afraid to use them or to choose alternatives that they consider safer. To our knowledge, there are no currently available published studies aimed at assessing cancer patients' perspectives regarding the use of cosmetic products. The main purpose of this study is to evaluate the impact of cosmetic products use in adult patients undergoing cancer treatment and study changes regarding habits and needs. To this end, an anonymous and confidential questionnaire was developed and applied to cancer patients undergoing anticancer treatments, in Portugal, either online (widely disseminated) and directly at Centro Hospitalar Tondela-Viseu. Among 154 respondents, 67,5% reported that mucocutaneous adverse reactions significantly affected their self-esteem and selfconfidence. Most patients started to use moisturizing creams (50,6%), photoprotection (41,6%), and oral products (33,8%) more frequently. Conversely, 50% of patients stopped hair dyes and 42,9% nail polish. Most decreased the number of makeup products (36,4%), but increased the number of oral products (33,1%). It was also observed that 56,5% of the participants changed the type of moisturizing creams and 39,6% oral products. Most respondents (83,4%) sought cosmetics alternatives. Fear to use certain cosmetics products was reported by 44% of respondents, especially regarding antiperspirants (64,2%). Of the total sample, 61,7% of the respondents considered the offer of cosmetic products to be insufficient. 85,7% reported that the use of cosmetic products contributed to the improvement of dermatological adverse effects arising from treatments and 79,2% to the improvement of self-esteem and self-confidence. Cosmetic products are an asset in improving mucocutaneous adverse reactions, as well as selfesteem and self-confidence, closely related to long-term medical outcomes, such as mortality rates and cancer recovery. Cancer patients have special cosmetic needs and fears related to the use of such products. Thus, professional support and advice regarding its use is essential. In addition, the fears felt by these patients and their specific needs should be considered during the development of cosmetics for this population. Chapter II concerns the "Community Pharmacy Internship Report", in which I describe the activities I performed, as well as the knowledge and skills acquired during 12 weeks at Farmàcia Carles Riba. Chapter III corresponds to the "Hospital Pharmacy Internship Report" and summarizes my experience in the Pharmaceutical Service of Centro Hospitalar Tondela-Viseu, during a period of 8 weeks.

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Cancro Farmácia Comunitária Farmácia Hospitalar Produtos Cosméticos Qualidade de Vida Reações Dermatológicas Tratamentos Oncológicos

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