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- Habitar a natureza: Práticas de intervenção em paisagens sensíveisPublication . Aguiar, Joel Oliveira; Neto, Maria de Fátima CanteiroEste estudo parte de uma inquietação em explorar e entender como se pode levar a cabo um projeto de arquitetura em paisagens sensíveis, entendidas aqui como áreas da superfície terrestre onde a interação entre elementos bióticos, abióticos e antrópicos, criam um ecossistema único e delicado. Esta investigação busca assim refletir sobre o modo como os espaços naturais estão a dar espaço a novas construções, alterando de forma significativa e permanente a paisagem e o ecossistema, tentando perceber de que forma essa tendência pode (ou não) ser contrariada. É elaborada uma investigação sobre o diálogo estabelecido entre a arquitetura e a natureza, desde uma fase primordial, e os benefícios que daí podem ser extraídos, nomeadamente para a habitação – tipologia escolhida para esta investigação uma vez que apresenta por um lado, uma escala doméstica, menos sujeita ao escrutínio das entidades reguladoras e, por outro lado, como tipologia com maior prevalência nestes territórios. Partindo da clarificação de diversos conceitos - natureza, território, impacte e paisagem natural e artificial - bem como dos instrumentos de gestão territorial a eles associados, pretendemos perceber de que forma a prática arquitetónica pode dar uma resposta efetiva e contribuir para a preservação do território natural, numa relação de respeito e lógica de boas-práticas. Elabora-se sobre os conceitos de tectónico e estereotómico enquanto categorias operativas vinculadas à relação que o edifício estabelece com a terra e os elementos que se desligam dela, lançando a hipótese de que estas categorias podem ser ferramentas úteis para apoiar a prática de intervenção em territórios sensíveis e contribuir para a minimização do impacte, promovendo a sua preservação e proteção. Para a construção de uma voz argumentada, são analisados oito casos de estudo, onde se explora o potencial dos conceitos de tectónico e estereotómico enquanto ferramentas operativas que orientam o desenho arquitetónico em articulação com a topografia e com os elementos naturais. Estas categorias são transportadas para os casos de estudo selecionados, partindo da Casa Cap Ferret, dos Lacaton & Vassal que representa um caso exemplar, no que toca ao respeito e integração pela paisagem e natureza, com o propósito de construir uma análise comparativa alusiva ao impacte ambiental e visual associado e da análise do carácter reversível de cada processo construtivo, através da avaliação da capacidade do sistema e do ambiente voltarem ao estado inicial de equilíbrio, sem deixar marcas definitivas no território.
- A comunicação digital do turismo de experiências como fator de promoção dos Enoturismos do Douro e da Beira InteriorPublication . Grilo, Catarina Isabel Dourado Ferreira; Serra, Joaquim Mateus Paulo; Alves, Helena Maria BaptistaA comunicação no turismo assume-se como um grande desafio para os promotores e para os territórios na sociedade atual. A crescente evolução do fenómeno do turismo tem tido fortes impactos na forma como comunicamos, viajamos, gerimos e partilhamos as experiências turísticas. A comunicação digital proporciona uma relação bidirecional entre turistas e agentes turísticos, permitindo a instantaneidade da troca de mensagens, esbatendo as barreiras geográficas e tornando todos os locais acessíveis através da internet. No turismo de experiência, verificamos que o enoturismo é dos segmentos mais prósperos na procura turística, quando analisamos as novas estratégias promocionais difundidas pelo Turismo de Portugal, que englobam os objetivos da Comissão Europeia e definem diversos domínios prioritários no desenvolvimento deste setor. O enoturismo também assume especial destaque, através da promoção das Rotas dos Vinhos de Portugal, conforme é referido numa entrevista realizada ao atual presidente da Associação das Rotas dos Vinhos de Portugal. Neste contexto, a presente investigação visou analisar a comunicação das organizações de enoturismo nas regiões do Douro e da Beira Interior e o seu posicionamento face à comunicação digital. A investigação assentou numa triangulação metodológica, usando métodos quantitativos e qualitativos, mais precisamente a administração de questionários aos responsáveis pela comunicação dos enoturismos, a análise dos conteúdos publicados na internet pelos mesmos e as avaliações publicadas pelos turistas no Tripadvisor e uma entrevista ao presidente da Associação das Rotas dos Vinhos de Portugal. O universo do estudo foram 111 enoturismos, sendo 93 da região do Douro e 18 da região da Beira Interior. Procedeu-se a uma análise quantitativa dos 111 questionários, dos 94 websites e das 104 páginas/perfis de Facebook. Para as 1158 avaliações (688 avaliações de turistas e 470 respostas dos enoturismos) publicadas no Tripadvisor procedeu-se a uma análise qualitativa dos dados. Na investigação confirma-se que o turismo de experiências está fortemente enraizado em ambas as regiões, mas denota-se a existência de diversas diferenças ao nível dos processos comunicativos. Ela permitiu, ainda, obter informações sobre as experiências turísticas realizadas entre 2019 e 2020, servindo de orientação para as futuras exigências e tendências dos novos mercados turísticos no que concerne à comunicação digital dos enoturismos.