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- Delirium em Contexto Hospitalar: Uma Revisão Narrativa dos Fatores de Risco, Apresentação Clínica e Estratégias de GestãoPublication . Ferreira, Diogo Jorge Laundos; Santos, Vitor Hugo; Almeida, Renato José Gonçalves deO delirium é definido essencialmente por um distúrbio agudo dos níveis de atenção e consciência, acompanhado por uma alteração do nível cognitivo basal, que se desenvolvem num curto espaço de tempo e apresentam um carater flutuante. O seu desenvolvimento envolve um conjunto de elementos que se correlacionam de forma complexa entre os diversos fatores predisponentes que tornam a pessoa mais vulnerável e o grau de exposição ao fator agressor ou precipitante. É tipicamente dividido em três subtipos de acordo com o modo de apresentação: delirium hiperativo, quando surge associado a hiperatividade psicomotora, labilidade emocional e agitação; delirium hipoativo, quando se apresenta por níveis reduzidos de atividade psicomotora, lentificação e letargia; e o tipo misto, que apresenta manifestações clínicas de ambos os subtipos anteriormente referidos. O diagnóstico é realizado através do conjunto de manifestações clínicas associadas a esta patologia, tendo sido desenvolvidas recentemente um conjunto de ferramentas e escalas que auxiliam os profissionais de saúde a alcançar um diagnóstico mais correto e célere do delirium. A prevenção é a intervenção disponível mais eficaz para diminuir a ocorrência do delirium e o conjunto de consequências associadas a esta patologia, nomeadamente através de medidas não farmacológicas. O tratamento é essencialmente realizado com recurso a terapêuticas não farmacológicas, não existindo atualmente orientações ou evidência que suporte o recurso a terapêuticas farmacológicas. O delirium atinge diversas populações hospitalares, sendo mais prevalente na população idosa. Pode surgir em contexto de internamento na unidade de cuidados intensivos, na enfermaria, em situações de pós-operatório ou na pediatria. Ainda, correlaciona-se com diversas patologias, podendo ser consequência ou fator de risco para o desenvolvimento de outras doenças. Assim, esta revisão da literatura por palavras-chave pretende explorar e aprofundar o atual estado da arte sobre o delirium, analisando à luz da evidência atual os seus fatores de risco e apresentação clínica, bem como as técnicas de prevenção e gestão do doente, particularmente em contexto hospitalar.
- Relação entre a atividade física e o burnout em estudantes de MedicinaPublication . Rodas, Vasco Cunha; Vitória, Paulo dos Santos Duarte; Barata, José Luís ThemudoIntrodução: O burnout é um estado de exaustão física, mental e emocional, causado pelo envolvimento prolongado em situações de elevado stress relacionadas com o trabalho ou com responsabilidades profissionais. É mais prevalente em profissões que envolvem um alto nível de exigência emocional e de responsabilidade, como é a área da Saúde. Os estudantes de Medicina estão particularmente em risco de burnout devido a vários fatores relacionados com a sua formação. É importante reconhecer os sinais precoces do burnout e procurar estratégias efetivas para prevenir ou tratar esta condição. Neste sentido, destacase o papel da atividade física reconhecida atualmente como um dos fatores protetores mais importantes. Objetivos: Esta revisão sistemática de literatura pretende avaliar a relação entre a atividade física e o burnout nos estudantes de Medicina. Para além disso, pretende investigar qual a influência da mesma na teia etiológica desta síndrome, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida e da saúde mental desta população. Métodos: Os artigos foram identificados através de uma pesquisa na plataforma PubMed, restrita ao período de 2010 a 2023, cujas palavras-chave foram “physical activity”, “exercise” “fitness”, “burnout”, “medical students” e “medicine students”. Apenas foram incluídos estudos transversais ou coortes que mediram e avaliaram a relação entre atividade física/exercício e o burnout em estudantes de Medicina. A qualidade dos estudos foi individualmente avaliada recorrendo à checklist do Center for Evidence-Based Management (CEBMa). Resultados: A pesquisa incluiu 17 artigos, abrangendo um total de 10.455 participantes de 14 países distintos. Grande parte dos estudos apresentou prevalências de burnout superiores a 30% (intervalo: 18,2-75,2%). A maioria destes apurou que a atividade física/exercício estava negativamente associada com o burnout e com todas as suas dimensões. Alguns estudos encontraram uma associação entre essa variável e apenas algumas das dimensões do burnout. Discussão/Conclusões: Os resultados desta revisão sistemática enfatizam consistentemente a relação entre a atividade física e o burnout nos estudantes de Medicina. Estes dados sublinham a importância de considerar a atividade física como parte integrante do bemestar e da saúde desta população. A natureza transversal dos estudos incluídos, a heterogeneidade de instrumentos de avaliação utilizados, assim como o autorrelato na obtenção dos dados foram as principais limitações identificadas nos estudos analisados, limitando a robustez das suas conclusões. As diretrizes para a investigação futura incluem a priorização da natureza longitudinal dos estudos (permitindo inferir causalidade), a padronização dos instrumentos de avaliação a utilizar e a adoção de métodos alternativos de colheita de dados (minimizando a dependência excessiva do autorrelato). É essencial que as pesquisas futuras abracem as recomendações delineadas, elevando a qualidade metodológica e promovendo um avanço substancial no conhecimento desta área.
- Caregiver Stress Syndrome nos Cuidadores Informais de doentes com quadro demencialPublication . Vasconcelos, Arnaldo Vieira de Magalhães; Santos, Vítor Hugo Jesus; Duarte, Marta Isabel Ferreira; Correia, Paula Cristina Moreira AntunesO ato de cuidar de uma pessoa é, por si só, desafiador. No entanto, este ato constitui uma problemática cada vez maior com o envelhecimento da população. Este contexto tem levado a um aumento da incidência das Perturbações Neurocognitivas Major que cursam, inevitavelmente, com um declínio cognitivo do doente, levando a quadros demenciais. Os quadros demenciais encontram-se diretamente associados a necessidades de cuidados particularmente complexos, o que torna o cuidador mais suscetível a um conjunto de problemas físicos e dificuldades mentais relacionados com a atividade de prestação de cuidados, designado Caregiver Stress Syndrome. O Caregiver Stress Syndrome resulta de um aumento crescente da carga sobre o cuidador, o que está associado a consequências tanto para o cuidador, tais como uma maior prevalência de depressão e ideação suicida, como para a própria pessoa que recebe cuidados, tais como o agravamento dos sintomas comportamentais, maior suscetibilidade a comportamentos abusivos e a possível institucionalização mais precoce. O apoio ao cuidador tem sido um assunto cada vez mais estudado e existem já inúmeras intervenções desenvolvidas globalmente com vista a melhorar o bem-estar dos cuidadores. Estas intervenções devem ser, idealmente, individualizadas de modo a ir ao encontro das necessidades do cuidador. Em Portugal, já foi reconhecido o Estatuto do Cuidador Informal, onde são enumerados os direitos e deveres dos cuidadores e as medidas de apoio existentes. Na Covilhã, por ser um concelho significativamente envelhecido, a problemática dos cuidadores informais é de particular importância. Assim, este trabalho apresenta a proposta de um plano de intervenção com vista a caracterizar os cuidadores informais desta região, conhecer as suas reais necessidades de forma a poder desenvolver um conjunto de medidas adequadas às necessidades destas pessoas.
- Persistência de sintomatologia depressiva no idoso com diagnóstico de depressão e terapêutica antidepressiva instituídaPublication . Gaiola, Matilde Pereirinha Henriques Fonseca; Rosa, Celina Pires; Nunes, Sara Monteiro Morgado Dias; Afonso, Rosa Marina Lopes Brás MartinsIntrodução: A depressão é uma patologia com elevada prevalência na população geriátrica portuguesa, sendo considerada a doença psiquiátrica mais comum na terceira idade e uma das principais causas de incapacidade, comorbilidade e vulnerabilidade entre os idosos. O subdiagnóstico resulta da atipia de sintomas no idoso, do estigma associado à doença e do erro de considerar a depressão geriátrica uma consequência natural do envelhecimento. O Médico de Família é o elo de ligação entre o idoso e os cuidados de saúde e, portanto, o seu papel na abordagem à depressão geriátrica é fundamental. A elevada prevalência e incidência desta patologia e a possibilidade de ser mascarada por doença orgânica devem torná-la uma prioridade em contexto de consulta. A depressão geriátrica afigura-se dentro de um amplo conjunto de componentes onde atuam fatores genéticos, psicossociais, culturais e socioeconómicos. A crescente prevalência do número de idosos deprimidos e os grandes encargos para o Serviço Nacional de Saúde justificam o investimento na identificação dos fatores de risco de depressão no idoso, especialmente os modificáveis, que permitem o desenvolvimento de intervenções passíveis de serem aplicadas à prática clínica. Objetivos e metodologia: Com o objetivo de avaliar a persistência de sintomatologia depressiva em idosos com diagnóstico de depressão e terapêutica antidepressiva instituída, foi construído um questionário original baseado nos fatores de risco da depressão geriátrica e complementado por ferramentas como o Mini Mental State Examination (MMSE) e a Escala de Yesavage. A metodologia integra a revisão de literatura acerca dos fatores de risco da depressão geriátrica e serve de base à construção do questionário supracitado. Os critérios de inclusão e exclusão aplicados foram previamente definidos, o questionário foi validado e aplicado à amostra. Resultados: A análise de resultados do presente estudo destaca que os fatores de risco que se afiguram como relevantes na persistência de sintomatologia depressiva no idoso com diagnóstico de depressão e terapêutica antidepressiva instituída são o estatuto socioeconómico, o apoio do grupo de pares, o défice de visão e o cumprimento da terapêutica. Contudo, é importante destacar que o tamanho diminuto da amostra pode contribuir para algum enviesamento dos resultados.
- Inteligência Artificial e Transparência no JornalismoPublication . Canavilhas, João; Biolchi, BárbaraA crise que afeta o jornalismo desde o início do século levou ao despedimento de milhares de jornalistas em todo o mundo. Para solucionar a falta de recursos humanos, muitos jornais recorreram à inteligência artificial (IA), mas a introdução de sistemas não humanos e pouco escrutináveis levantou novas questões relacionadas com a transparência do processo jornalístico, afetando a já frágil credibilidade dos media. Não havendo legislação relacionada com o uso da IA no jornalismo, os meios de comunicação têm publicado recomendações que orientem os seus profissionais. Neste trabalho analisamos dois documentos pioneiros, um do Estadão (Brasil) e outro da BBC (Reino Unido), que mostram a forma como estes media procuram ganhar a confiança dos consumidores, explicando de que forma usam a IA nas redações.
- Perceção de médicos e doentes sobre a comunicação de más notícias em Oncologia: Uma Revisão Sistemática da LiteraturaPublication . Sequeira, Diogo Miguel Pereira; Vitória, Paulo dos Santos DuarteIntrodução: Comunicar é uma tarefa habitual no exercício da prática clínica, no entanto, quando se trata da comunicação de más notícias surgem dificuldades acrescidas pelas implicações que esta pode ter na vida do doente e dos seus familiares e pelo impacto emocional que pode ter nos médicos. Numa área tão sensível como é a Oncologia, é importante avaliar como é percecionada a comunicação de más notícias por médicos e doentes e em que medida a existência de normas de orientação ou protocolos de atuação pode facilitar e tornar mais efetivo este procedimento. Objetivo: Esta dissertação consiste numa revisão sistemática da literatura e tem como principal objetivo perceber como se formaliza a comunicação de más notícias, avaliando a perceção dos médicos sobre as suas competências e o uso de protocolos e as expetativas e preferências dos doentes oncológicos na receção de más notícias. Metodologia: A revisão foi realizada de acordo com o protocolo PRISMA. Procedeu-se à pesquisa de artigos, durante os meses de maio e junho de 2023, em quatro bases de dados eletrónicas (Pubmed, Web of Science, SciELO e Scopus), com as MeSH -bad news”, “cancer”, “breaking bad news protocols”, “patients´ preferences”, “physician´s skills?, obtendo-se 237 resultados. Foram incluídos artigos publicados entre os anos de 2013 e 2023, escritos em inglês, português e espanhol, que fizessem referência ao estudo da perceção dos emissores (médicos) e recetores (doente e seus familiares) de más notícias relativamente a esta tarefa da prática clínica. Resultados: Foram revistos catorze artigos que cumpriram os critérios de inclusão estabelecidos. Os diferentes estudos avaliam a qualidade e a dinâmica da comunicação de más notícias, por parte dos médicos, as principais dificuldades evidenciadas neste processo e abordam as preferências dos doentes. Os médicos consideraram que comunicar más notícias a doentes com cancro é extremamente difícil, pois, para além de não terem formação específica suficiente sobre como efetivar esta tarefa, deparam-se com obstáculos ambientais e pessoais. Quanto ao uso de protocolos, os médicos referiram que tinham pouco acesso a informação sobre protocolos de comunicação de más notícias na sua prática clínica, surgindo o protocolo SPIKES como o mais conhecido e utilizado. Na presente revisão, a maioria dos doentes revelou estar satisfeita com a forma como os médicos comunicam as más notícias, apesar de referirem que existem técnicas e habilidades comunicacionais dos médicos que devem ser melhoradas. As áreas de melhoria referem-se à avaliação pelo médico da perceção do doente antes do conhecimento do diagnóstico e das suas expetativas ou necessidades de informação, que variam de acordo com as suas características clínicas, sociodemográficas e culturais. Conclusões: Para além das competências comunicacionais dos médicos, as expetativas e preferências dos doentes devem ser tidas em conta na formalização da comunicação de más notícias e integradas nos protocolos definidos para apoiar e orientar essa tarefa. Comunicar más notícias eficazmente requer não só o uso de protocolos, como também competências de relação de ajuda e comunicacionais e formação específica, para aumentar a confiança dos médicos e dos doentes, diminuindo as preocupações e o stress provocado por situações difíceis, como a revelação de um diagnóstico de cancro. A comunicação eficaz é essencial para uma prestação de cuidados de saúde com qualidade e para melhorar a relação médico-doente.
- Comunicação triádica – Perceções e Opiniões de PediatrasPublication . Lopes, Joana Letícia Gonçalves; Vitória, Paulo dos Santos DuarteIntrodução: Em geral, o conceito de “comunicação clínica” refere-se à comunicação entre médico e doente. No entanto, é comum a presença de um familiar do doente, por exemplo, durante a consulta médica. Esta situação é frequente no contexto da pediatria e pode ser designada através do conceito de comunicação triádica, tipicamente descrito na literatura como a comunicação desenvolvida entre médico-doente-acompanhante, no âmbito da prestação de cuidados de saúde. Objetivos: Este estudo visa caracterizar as perspetivas e opiniões dos pediatras sobre a comunicação triádica e os fatores que influenciam a comunicação com as crianças e os seus acompanhantes, qual o papel de cada um e quais as estratégias que promovem a efetividade da comunicação clínica nesta situação. Métodos: Este é um estudo qualitativo, caracterizado por uma recolha de dados através de entrevistas semiestruturadas baseadas no estudo "Comunicação em saúde na saúde infantil: estudo sobre a perceção dos pediatras". No total foram realizadas 20 entrevistas a pediatras de 9 hospitais de Portugal, dos quais 18 eram do sexo feminino. Resultados: Apurou-se, de forma consensual, que a existência de tempo, literacia em saúde, decoração adequada dos espaços e escuta ativa e empática são fatores importantes para o sucesso da comunicação triádica no contexto da pediatria. Em sentido contrário, o cansaço profissional, o fenómeno de doctor shopping e as barreiras linguísticas figuram entre os fatores que podem configurar um entrave à mesma. Criança e acompanhante detêm um papel central. Existe uma grande pluralidade de estratégias usadas pelos pediatras para ultrapassar dificuldades e aumentar a efetividade numa situação de comunicação triádica, das quais são exemplo adaptar a linguagem e explicar os conceitos de forma clara e objetiva. Discussão e Conclusão: Este estudo destaca a importância de caracterizar a comunicação triádica em pediatria e de ajustar a comunicação clínica a esta situação. Os fatores facilitadores identificados devem ser potenciados, enquanto que os obstáculos devem ser reconhecidos e contornados, propiciando assim a utilização de estratégias para lhes fazer face. Conclui-se ainda que os pediatras consideram o papel das crianças como central para a comunicação triádica, respondendo à necessidade de lhes ser permitido o acesso a informação, privacidade, autonomia e a serem ouvidas e respeitadas.