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- A relação entre a concentração urinária de iodo e o risco de cancro da tiróidePublication . Isidoro, André Gonçalo Pinho; Lemos, Manuel Carlos Loureiro deIntrodução: O cancro da tiróide tem apresentado um aumento significativo da sua incidência, o que torna importante a identificação dos fatores de risco associados. Entre esses elementos, o iodo, um oligoelemento essencial para a síntese das hormonas da tiróide, tem sido alvo de estudo. O nível anormal de iodo crónico interfere na homeostase, sendo um determinante de distúrbios da tiróide. Uma vez que o iodo é excretado, praticamente na sua totalidade, na urina, a concentração urinária de iodo torna-se um biomarcador eficaz para avaliar o estado nutricional do iodo. O objetivo desta dissertação foi analisar a evidência científica sobre a relação entre a concentração urinária de iodo e o risco de cancro da tiróide. Materiais e Métodos: Foi efetuada uma pesquisa bibliográfica de artigos científicos na base de dados PubMed, utilizando os termos de pesquisa “urinary iodine” e ”thyroid cancer”. Foram, ainda, consultadas as referências bibliográficas dos artigos identificados, sendo incluídos, apenas, artigos com a língua inglesa. Resultados: Identificaram-se 15 artigos, todos estudos de caso controlo, que foram alvo de uma análise mais detalhada. A generalidade dos estudos revelou que se verifica uma associação entre o nível de iodo urinário e o risco de cancro da tiróide, com destaque entre a concentração urinária de iodo elevada e o risco de carcinoma papilar da tiróide. Discussão: Diversos autores afirmam que os níveis anormais de iodo estão relacionados com alterações nos níveis de TSH, TgAb e TPOAb e com alterações genéticas, contribuindo para o risco de desenvolver cancro da tiróide. Adicionalmente, elevados níveis de iodo urinário podem estar associados ao risco de progressão do cancro da tiróide. Porém, os estudos apresentaram algumas limitações, sendo na sua totalidade retrospetivos, verificando-se a ausência de controlo de diversos fatores de risco associados ao tumor da tiróide, assim como a confiabilidade do método de medição da concentração urinária de iodo, o que dificulta a relação causal entre o estado nutricional de iodo e o cancro da tiróide. Conclusão: Ainda não está claro se o iodo urinário elevado é um achado clínico que resulta da doença ou se é um fator de risco para o cancro da tiróide, o que denota a importância e necessidade da elaboração de estudos futuros, de modo a ser possível compreender esta relação.
- Efeitos ergogénicos da cafeína e suas implicações médicasPublication . Costa, Bruna Sofia Silva da; Barata, José Luis Ribeiro TemudoIntrodução: É vasta a informação atualmente existente sobre os efeitos ergogénicos da cafeína, que se fazem sentir quer no desempenho físico como mental do indivíduo. A cafeína possui capacidades relevantes de estimulação do sistema nervoso central, de que resultam aumentos do grau de vigília, atenção e capacidade de concentração, fatores essenciais para um desempenho desportivo e cognitivo otimizado. Cumulativamente, demonstrou-se que ela impacta positivamente a resistência muscular, reduzindo a perceção de esforço durante o exercício e favorecendo o uso de gorduras como fonte de energia. Está ainda associada à menor incidência de doenças neurodegenerativas frequentes. Contudo, é relevante rever e considerar as implicações médicas associadas ao seu consumo, dado que, a sua utilização em doses excessivas, pode desencadear efeitos colaterais, como nervosismo, perturbações do sono, taquiarritmias, ou alterações na pressão arterial, entre outras. Pessoas sensíveis ou com determinadas circunstâncias médicas pré-existentes devem procurar a orientação sobre o que é para elas consumo adequado de cafeína, prestado por profissionais de saúde conhecedores do tema. Se o fizerem, procurarão maximizar os seus potenciais benefícios, minimizando os inconvenientes potencialmente envolvidos. Objetivos: Com esta monografia pretende-se avaliar o impacto que o consumo da cafeína pode apresentar no nosso desempenho diário, tendo em conta os potenciais efeitos adversos associados, tanto negativos como positivos, e considerando também algumas orientações para um consumo mais adequado. Métodos: Para a realização desta dissertação, foram analisados artigos de bases de dados eletrónicas como PubMed, Medscape, DynaMed e Google Scholar. Os artigos foram recolhidos sem restrição temporal, durante os meses de janeiro de 2023 a dezembro de 2023. Foram selecionados aqueles que apresentam maior interesse para o tema em questão, considerando a importância e a adequação dos mesmos. Para efetuar a pesquisa utilizaram-se palavras-chave como “caffeine”, “ergogenic properties”, “fatigue”, “sleep”, “neurodegenerative disease”, “cardiac diseases”, “sports and intellectual performance”, “central and peripheral nervous system” e “drug interactions”. Foram ainda consultados livros e estudos publicados em revistas científicas, tendo em conta o seu fator de impacto. Resultados: É recomendável que a ingestão moderada de café, independentemente da sua tipologia, seja encarada como um componente benéfico de um estilo de vida saudável, especialmente na faixa de 2 a 3 chávenas diárias. Reconhecida como estimulante do SNC, a cafeína destaca-se pelos efeitos ergogénicos que impulsionam o desempenho físico e influenciam positivamente o humor. As suas propriedades liporredutoras sugerem implicações na composição corporal, enquanto os resultados apontam para a necessidade de moderação devido à influência adversa no sono. Além disso, a relação da cafeína com as doenças cardiovasculares adiciona uma camada de cautela, sublinhando a importância de uma abordagem equilibrada ao explorar os benefícios e desafios desta substância multifacetada. Conclusão: A cafeína, apesar das suas complexidades, permanece como uma substância de notável versatilidade e potencial terapêutico. É essencial equilibrar o reconhecimento dos benefícios com uma compreensão detalhada das complexidades, ajustando assim o papel na busca por uma saúde abrangente e sustentável.
- Fobia à Hipoglicemia e a Qualidade de Vida das Pessoas com Diabetes tipo 1Publication . Silva, Inês da Gama Flores da; Lemos, Manuel Carlos Loureiro deIntrodução: A Diabetes Mellitus tipo 1 (DM1) é uma doença crónica imunomediada em que as células beta do pâncreas são destruídas, resultando numa deficiente produção de insulina. O tratamento da DM1 consiste, maioritariamente, no uso diário de insulina exógena para manter a glicemia o mais aproximada possível dos valores de referência. Este esforço terapêutico aumenta o risco de hipoglicemia, sendo esta a complicação aguda mais comum do tratamento da DM1. Para além das consequências a curto prazo, os eventos de hipoglicemia podem levar a repercussões de longo prazo, seja pelo efeito fisiológico de repetição dos mesmos, seja pelo medo de hipoglicemias futuras, que leva à adoção de comportamentos de compensação e evitamento de hipoglicemia. Assim, os doentes podem desenvolver Fobia à Hipoglicemia (FaH), um estado de ansiedade, desconforto e tensão. Por um lado, a FaH é um mecanismo adaptativo, que pode ajudar pessoas com DM1 a evitar hipoglicemias e as suas consequências. Por outro lado, quando a intensidade da FaH é excessiva, esta perturba o funcionamento normal dos indivíduos, dificultando o controlo glicémico. Tanto a própria FaH como os comportamentos resultantes desta podem afetar a Qualidade de Vida (QdV) das pessoas com DM1. A QdV é um ideal multifacetado, que inclui fatores físicos, psicológicos e sociais, sendo considerado um resultado de saúde importante, sendo a sua otimização um objetivo fundamental do tratamento da diabetes. Esta dissertação tem por intuito analisar um alargado conjunto de artigos científicos sobre a potencial relação entre a FaH e a QdV em pessoas com DM1, com o objetivo de, caso se verifique a sua existência, aprofundar o modo como estas variáveis se relacionam e influenciam. Metodologia: Foi realizada uma pesquisa na plataforma PubMed usando as palavraschave “Fear of Hypoglycemia”, “Quality of Life”, “Diabetes Related Distress”, “WellBeing” e “Type 1 Diabetes”, em combinação. De todos os artigos, foram escolhidos os que cumpriam os critérios de inclusão: que se focassem na DM1; que relacionassem a FaH e a QdV; que se focassem em indivíduos adultos (18 anos ou mais). Resultados: Foram analisados os 11 artigos resultantes da pesquisa que cumpriam os critérios de inclusão. A FaH impacta a QdV, uma vez que está relacionada com problemas de ansiedade, depressão, qualidade do sono, prática de atividade física e controlo glicémico. A FaH tem consequências sociais frequentes, afetando negativamente as relações e vida social, lazer, vida do dia a dia, vida sexual e saúde mental. A FaH está associada à história de episódios de hipoglicemia (independentemente da frequência) e a sintomas atuais de depressão, resultando num pior bem-estar psicológico e num pior estado geral de saúde. A Qualidade de Vida Relacionada com a Diabetes (QdVRcD) pode ser um caminho pela qual a FaH afeta o bem-estar psicológico dos doentes. O impacto mais negativo da hipoglicemia na QdV está relacionado com a FaH em 1%, sendo mais explicado por como um indivíduo se sente e perceciona a hipoglicemia do que pela sua frequência. A FaH é um fator preditor de baixa QdV. Discussão: A FaH pode ser espoletada tanto pela frequência dos episódios de hipoglicemia, como pela sua severidade. Assim, os episódios sintomáticos de hipoglicemia têm um impacto negativo na QdV, o que é particularmente importante tendo em conta que estes são ocorrência comum para as pessoas com DM1. É importante considerar a FaH como um aspeto vital da gestão do doente na prática clínica, não só pelo seu impacto a nível de bem-estar psicológico, como também porque a sua existência e severidade podem ajudar a determinar a terapêutica mais adequada. Os programas com o objetivo primário ou secundário de reduzir a FaH, como os de educação intensiva sobre hipoglicemias, a sua prevenção e tratamento fornecidos de forma continuada por profissionais de saúde qualificados, a educação em diabetes, Terapia Cognitivo Comportamental (TCC), psicoterapia, programas para pessoas com reduzida consciência de hipoglicemia e intervenções de telemedicina podem ajudar a mitigar a FaH, sendo necessário a utilização de abordagens individualizadas, centradas no doente. Conclusão: Os estudos publicados sugerem que a FaH prejudica a QdV em vários domínios e que está associada a sintomas de ansiedade e depressão.
- Teplizumab: uma promessa terapêutica no tratamento e prevenção da diabetes mellitus tipo 1Publication . Pereira, Marta Miguel Cruz; Lemos, Manuel Carlos Loureiro deIntrodução: A diabetes mellitus tipo 1 (DM1) é uma doença autoimune caracterizada pela destruição das células beta do pâncreas, o que, por sua vez, resulta numa diminuição da produção de insulina. A incidência da DM1 tem vindo a aumentar ao longo dos últimos anos, sendo, na atualidade, uma das doenças crónicas mais prevalentes na idade pediátrica. Esta patologia está associada a uma elevada morbilidade e mortalidade, uma vez que os pacientes apresentam complicações tanto a curto como a longo prazo relacionadas com o controlo glicémico inadequado. Atualmente, o tratamento consiste na administração de esquemas intensivos de insulina, tratamento esse que apenas trata os sintomas e não a causa. Torna-se, portanto, essencial o desenvolvimento de novas terapêuticas capazes de alterar o curso natural da doença. Os anticorpos monoclonais anti-CD3 mostraram-se eficazes em prevenir ou até mesmo reverter o início da DM1 em modelos animais. Dentro desta classe, o Teplizumab destacou-se como o mais promissor em termos de resultados. Objetivo: O objetivo desta revisão é, assim, avaliar tanto a segurança como a eficácia do Teplizumab na prevenção e tratamento da DM1. Material e Métodos: O presente trabalho teve como base a pesquisa bibliográfica de artigos científicos na base de dados “PubMed/MEDLINE” com uso das palavras-chaves "Type 1 Diabetes" e "Teplizumab". A pesquisa ficou restrita a ensaios clínicos randomizados cegos ou duplamente-cegos e estudos realizados em seres humanos. Foram, ainda, consultadas as listas de referências bibliográficas dos artigos selecionados. Resultados: Este estudo identificou um total de 13 ensaios clínicos, nos quais a terapêutica com Teplizumab demonstrou vantagens significativas tanto em indivíduos com elevado risco de desenvolver DM1, como em pacientes recentemente diagnosticados com a patologia. Nos pacientes considerados de alto risco, observou-se que o Teplizumab é capaz de retardar o diagnóstico da doença, enquanto preserva os níveis de peptídeo-C. Em pacientes recém-diagnosticados com DM1, a terapêutica evidenciou a capacidade de manter os níveis de peptídeo-C e reduzir as exigências insulínicas durante, pelo menos, 1 a 2 anos. Além disso, o fármaco revelou-se seguro quando utilizado em dose adequada, com a ocorrência de efeitos adversos leves e autolimitados na maioria dos casos. Discussão/Conclusão: O Teplizumab representa, assim, uma nova esperança para os doentes com DM1, na medida em que, pela primeira vez na história, se vislumbra a possibilidade de efetivamente prevenir o desenvolvimento da doença. Contudo, é imperativo obter mais evidências científicas para definir com precisão o papel terapêutico do Teplizumab na DM1.
- Comportamentos autolesivos em amostra de adolescentes da Cova da Beira – estudo comparativo pré e pós-pandemia COVID-19Publication . Boinas, Ana Rita Gomes Silvano; Carvalho, Paula Susana Loureiro Saraiva de; Ferreira, Ana Sofia RodriguesIntrodução: Os comportamentos autolesivos (CAL) compreendem ações sem intenção suicidária em que um indivíduo provoca lesões a si mesmo ou ingere substâncias prejudiciais com intenção de autolesão. Esses comportamentos são patológicos, sendo considerados um importante preditor de suicídio. A pandemia de COVID-19 tem sido associada a um aumento nas perturbações da saúde mental, especialmente em adolescentes. Assim, o objetivo do estudo consistiu em avaliar a prevalência, caracterizar padrões dos CAL e investigar fatores de risco associados, incluindo o impacto da pandemia em adolescentes, e propor medidas preventivas. Materiais e métodos: Foi desenvolvido um estudo transversal baseado num questionário aplicado em consulta de Pediatria de um hospital de nível II. A amostra totalizou 319 questionários (159 em 2019; 160 em 2023) preenchidos por adolescentes entre os 12 e 18 anos. A análise estatística envolveu regressão logística para análises univariada e multivariada ajustada. Resultados: A prevalência dos CAL obtida nos dois períodos foi de 29,78% (n=95), verificando-se um aumento de 7,96% no período pós-pandémico, mas não significativo (p=0,121). O método mais frequentemente utilizado foram cortes (72,63%), predominantemente nos membros superiores (84,06%). Entre os jovens com CAL, 34,74% procuraram ajuda, principalmente de irmãos/amigos (72,73%). Acrescente-se que 42,1% referiram que efetuaram estes comportamentos devido ao desejo de morrer e 15,8% referiram querer chamar a atenção. Na regressão logística multivariada, os fatores de risco que se revelaram significativos incluíram problemas de saúde, ausência de exercício físico, ser ex-fumador, conflitos com namorado/a, história de suicídio tentado ou CAL na família/amigos e procura online de formas de se magoar. A exposição a eventos de vida negativos correlacionou-se significativamente com CAL, incluindo dificuldade em fazer amigos, bullying, conflitos parentais, abusos físicos/agressões/violência, preocupações com orientação sexual e relações sexuais não consensuais. Também foi significativo o consumo de drogas e alcoolização = 2 vezes/mês, bem como apresentar um baixo índice de bem-estar da OMS. Conclusão: Sendo os CAL importantes preditores de suicídio, urge incrementar a literacia em saúde mental, combatendo o estigma e incentivando a procura de ajuda pelos adolescentes, nomeadamente de profissionais qualificados.