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- As tensões entre as perspetivas informativa e política da comunicação de risco e de crise: A comunicação das organizações públicas portuguesas sobre os incêndios florestaisPublication . Toniolo, Bianca Persici; Gonçalves, Gisela Marques PereiraOs incêndios florestais em Portugal fazem parte de problema global associado às mudanças climáticas que, nos últimos anos, têm aumentado a intensidade e a frequência de desastres naturais em todo o mundo. A comunicação de desastres naturais, contudo, envolve tensões entre dois propósitos distintos da comunicação das organizações públicas: a proteção da população versus a preservação da reputação. Nesse sentido, investigámos qual perspetiva – informativa ou política (Frandsen & Johansen, 2020d) – prevaleceu, ao nível da mensagem, na comunicação de risco e crise das organizações públicas nacionais portuguesas implicadas diretamente no enfrentamento aos incêndios florestais em 2017, 2018 e 2019. Para isso, desenvolvemos um modelo original a que denominámos Modelo Loop, composto por um loop de 12 meses com seis fases cronologicamente delimitadas que se repetem infinitamente: (1) Prevenção; (2) Preparação; (3) Alerta; (4) Socorro; (5) Recuperação; e (6) Avaliação. O nosso estudo empírico adotou uma abordagem que combinou métodos quantitativos e qualitativos na análise dos dados. Analisámos o conteúdo (Bardin, 2014) de 1.151 mensagens emitidas por 10 organizações públicas conforme 10 variáveis do Modelo Loop. Também verificámos a presença ou a ausência dos 13 fatores que formam o Indicador da Qualidade Informativa em Incêndios Florestais (IQI-IF), um indicador agregado de análise multivariada que nos permitiu avaliar objetivamente a qualidade informativa, relacionada com a perspetiva informativa da comunicação de risco e crise, das mensagens emitidas em cada fase do Modelo Loop. A nossa principal conclusão foi que a comunicação dos incêndios florestais oscilou entre as perspetivas informativa e política, com marcada predominância da perspetiva informativa, exceto na fase Prevenção, que apresentou o IQI-IF negativo nos três anos analisados.