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- Impacto da gestão flexível do currículo no meio escolar: A voz dos participantesPublication . Silva, Gonçalo Pedro Azevedo da; Paixão, Maria de Fátima Carmona Simões da; Loureiro, Manuel Joaquim da SilvaCom o objetivo de acompanhar as mudanças e evolução que o mundo experiencia, o Ministério da Educação decidiu dar às escolas mais autonomia. De entre as várias medidas, a flexibilização do currículo está no cerne da questão; pois, segundo a DireçãoGeral da Educação, o exercício efetivo de autonomia em educação só é plenamente garantido se o objeto dessa autonomia for o currículo. As escolas foram convidadas a aderir ao plano de autonomia e flexibilização curricular a partir de 2017/2018 com o intuito de garantir que todos os alunos, independentemente da oferta educativa e formativa que frequentam, alcançam as competências definidas nas aprendizagens essenciais no Perfil do aluno à saída da escolaridade obrigatória (Despacho n.º 5908/2017, de 5 de julho). Este nosso estudo pretende aferir qual o impacto que a gestão flexível do currículo teve no meio escolar a partir da perceção dos seus participantes. Optámos por uma metodologia mista, qualitativa e quantitativa. Consistiu num questionário realizado a 80 professores, em que teriam de responder a 42 questões de âmbito pessoal e profissional, de forma a podermos obter respostas no que respeita às questões de investigação e, em duas entrevistas, a dois membros de direção de dois agrupamentos. Os questionários foram enviados através de correio eletrónico (Google Forms) e realizados a distância. As entrevistas foram realizadas presencialmente e gravadas, sendo, posteriormente transcritas e submetidas a análise de conteúdo. Entre os principais resultados foi possível verificar que os respondentes, apesar de assinalarem que conhecem a gestão flexível do currículo, não identificam muitos aspetos positivos e não registaram alterações na escola ou sala de aula. Foi assim possível concluir que ainda que a maior parte dos docentes tenha registado a implementação da gestão flexível do currículo nas escolas, não houve uma relação direta de impacto entre a gestão, o trabalho docente e o sucesso escolar.
- Oxitocina: de biomarcador a terapia da osteoporose pós-menopausaPublication . França, Tiago Filipe Rocha; Oliveira, Maria Elisa Cairrão Rodrigues; Ferreira, Joana FonsecaIntrodução: Com uma elevada prevalência entre a população, a osteoporose é causa de significativo défice na qualidade de vida e morbimortalidade. Diagnosticada por densitometria, a osteoporose no período pós-menopausa é dependente de estrogénios, algo que resulta num desequilíbrio entre a formação e a reabsorção óssea. Através de medidas farmacológicas e não-farmacológicas procura-se diminuir o risco e as consequências das fraturas por fragilidade. Com uma vasta oferta de fármacos, selecionados tendo em conta critérios de risco, a terapia mostra-se eficaz, mas com contraindicações e efeitos adversos consideráveis. Por outro lado, a oxitocina é um péptido com produção hipotalâmica e libertada na hipófise, responsável pela amamentação e trabalho de parto. Contudo, as ações da “hormona do amor” vão muito para além das mencionadas, tendo sido recentemente descoberto que a mesma tem um efeito anabólico no tecido ósseo, via aumento da produção de osteoblastos e inibição do mecanismo de ação dos osteoclastos. Métodos: Com recurso à base de dados PubMed e utilizando os termos “Osteoporosis” e “Oxitocin" como conceitos para a pesquisa, após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, foram selecionados para análise 16 artigos. Resultados: Nos artigos selecionados foi possível observar que a oxitocina pode ser utilizada como biomarcador ou como tratamento. No referente ao seu uso como biomarcador, mulheres diagnosticadas com osteoporose evidenciaram menor nível de oxitocina no sangue em comparação com as mulheres na mesma faixa etária não portadoras de declínio ósseo. Em relação ao uso como tratamento, a oxitocina, quando administrada intraperitonealmente em modelos animais sujeitos a ovariectomia para mimetizar a menopausa e induzir osteoporose, mostrou melhorar o tecido ósseo por diferentes mecanismos, tornando-o menos propenso a fratura. A carbetocina, como análoga da oxitocina, mostrou-se igualmente benéfica. Discussão: A oxitocina encontra-se diminuída aproximadamente 50% nas mulheres com osteoporose, sendo que a administração hormonal é capaz de melhorar a qualidade óssea e, por consequente, reduzir as fraturas por fragilidade. A oxitocina promove o envelhecimento saudável, sem que até hoje se conheçam efeitos adversos relevantes ligados a esta terapia em mulheres pós-menopáusicas. É necessário estudar a via de administração e respetiva posologia mais eficaz e aprender sobre o papel dos análogos da oxitocina, principalmente da carbetocina, por apresentar uma semivida mais compatível com os objetivos terapêuticos. É indispensável alargar o número de ensaios clínicos em mulheres com défice de função ovárica e deterioração óssea, sendo neste campo que a oxitocina, no futuro, pode ser uma verdadeira alternativa terapêutica. Conclusão: A oxitocina apresenta-se como potencial biomarcador e alternativa terapêutica para a osteoporose pós-menopausa, mas ainda existe um longo caminho até que a sua aplicação como fármaco seja uma realidade segura.
- Adiponectina como biomarcador da Pré-eclampsia: uma revisão sistemáticaPublication . Carrilho, Inês Sofia Gomes; Oliveira, Maria Elisa Cairrão RodriguesIntrodução: A pré-eclampsia é uma doença hipertensiva da gravidez que representa uma das principais causas de morbimortalidade materna e fetal. Está associada a proteinúria e, por vezes, edema patológico, que se desenvolve após as 20 semanas de gestação. Um dos fatores de risco para o desenvolvimento de pré-eclampsia é a obesidade materna, uma condição caracterizada pela disfunção do tecido adiposo e, consequentemente, alterações no padrão de secreção hormonal. Apesar da fisiopatologia da pré-eclampsia não estar totalmente esclarecida, a maioria dos autores defende que a existência de uma falha na transformação das artérias espirais uterinas, devido a uma anomalia na invasão do trofoblasto durante o processo de placentação, é a explicação para o desenvolvimento desta patologia. Assim, como a adiponectina é influenciada pelas variações percentuais do tecido adiposo corporal e tem a capacidade de atuar na placenta, desempenhando um papel significativo na regulação dos processos associados à placentação, é colocada a hipótese de existir relação entre a alteração do padrão de secreção hormonal da adiponectina e o desenvolvimento de préeclampsia. Objetivo: Analisar o papel da adiponectina como biomarcador da pré-eclampsia ou ponderar a necessidade de adicionar outros biomarcadores, além da adiponectina, para o desenvolvimento de testes de rastreio e implementação de estratégias de prevenção e intervenção precoces. Métodos: Esta revisão sistemática foi realizada de acordo com as linhas orientadoras do Fluxograma PRISMA 2020, cujo protocolo foi submetido na base de registo de protocolos e revisões sistemáticas PROSPERO (ID CRD42024542403). Para a sua realização foram consultadas as seguintes bases de dados: PubMed e Scopus. A pesquisa decorreu entre março e 30 de julho de 2023. Foram pesquisados artigos originais utilizando as seguintes palavras-chave MeSh: “Preeclampsia” AND “Adiponectin” na base de dados PubMed e “Preeclampsia” [Abstract] AND “Adiponectin” [Abstract] na base de dados Scopus. Resultados: Após a aplicação dos critérios de exclusão e inclusão, foram selecionados 30 estudos para a realização desta revisão sistemática. Entre eles, estão presentes estudos de caso-controlo, de coorte prospetiva e retrospetiva, estudos transversais e de randomização mendeliana bidirecional. A amostra de participantes variou entre 52 e 141068, englobando populações de 14 países diferentes. As características dos diferentes estudos foram bastante variáveis e existiu grande heterogeneidade nos resultados obtidos pelos diversos estudos. Há estudos que revelaram um aumento da adiponectina na pré-eclampsia, outros uma diminuição e alguns não detetaram qualquer alteração nos níveis da glicoproteína. Foram ainda identificados estudos onde não foi possível determinar os níveis de adiponectina, impossibilitando a realização de qualquer tipo de associação. Discussão: Através da realização e interpretação de uma tabela, onde é identificado o nível de evidência dos diferentes estudos incluídos, é percetível a predominância dos níveis de evidência moderado e baixo, sendo a evidência superior quando observamos uma diminuição dos níveis de adiponectina na pré-eclampsia. Inúmeros fatores podem explicar a divergência de resultados obtida, tais como o momento de recolha das amostras para análise, o tipo de amostras recolhidas, o tamanho da amostra, o índice de massa corporal considerado, a etnia, entre outros. Conclusão: Perante os resultados contraditórios encontrados é fulcral promover o desenvolvimento de estudos e investigação científica nesta área. Deve ainda ser proposta a possibilidade de associar a adiponectina a outros biomarcadores. A identificação de biomarcadores permitirá o desenvolvimento de métodos de rastreio e diagnóstico, proporcionando a deteção precoce e a implementação de estratégias preventivas e terapêuticas específicas, limitando o aparecimento de complicações e resultados adversos tanto para a mãe como para o feto.
- O papel do semaglutido na terapêutica da diabetes mellitus tipo 2 e na perda de peso: perspetivas futurasPublication . Loureiro, Diogo Júnior Ferreira; Oliveira, Maria Elisa Cairrão RodriguesIntrodução: A diabetes mellitus tipo 2 é uma das patologias epidemiologicamente mais relevantes em todo o mundo, encontrando-se muitas vezes associada a outros problemas de saúde, como o excesso de peso e a obesidade. Complementando fármacos antidiabéticos tradicionais, surgiram nos últimos anos novas classes, com diferentes vias de atuação, nomeadamente os agonistas dos recetores de GLP-1 e os inibidores de SGLT-2. O caso dos agonistas dos recetores de GLP-1 revela-se particularmente interessente pelo conjunto diverso de efeitos benéficos paralelos para a saúde dos doentes, como a perda de peso. Desta classe, salienta-se o papel muito promissor que o semaglutido pode desempenhar, não só por se revelar bastante custo-efetivo no controlo glicémico, como também pelo seu vincado poder indutor de perda ponderal, quando comparado com outros fármacos da mesma classe. Assim, seremos levados a refletir na possibilidade da prescrição desta molécula para indivíduos com excesso de peso ou obesidade, não diabéticos, complementando outras estratégias de perda de peso. Assim, o objetivo deste trabalho foi entender o papel do semaglutido na terapêutica da diabetes mellitus tipo 2 e na perda de peso, lançando um olhar sobre possibilidades de utilização futuras. Métodos: Para a realização deste trabalho, efetuou-se a pesquisa na internet de artigos científicos relacionados com o tema utilizando como motores de busca a PubMed e o Google Scholar. As palavras de pesquisa foram diabetes mellitus tipo 2, obesidade, agonistas recetores GLP-1 e semaglutido. Resultados: Dentro da classe dos agonistas dos recetores de GLP-1, o semaglutido revela ser um fármaco com uma capacidade particularmente vincada de induzir perdas ponderais, bem como um controlo glicémico eficaz. Demostra ainda um papel na redução de fatores de risco cardiovasculares e na morbimortalidade. Conclusão: O semaglutido demonstrou ser um fármaco seguro, com uma farmacocinética e efeitos adversos relativamente previsíveis, geríveis e que não afetam o sucesso da terapêutica. Torna-se, ainda assim, necessária a realização de mais pesquisas para uma maior compreensão do efeito deste fármaco a longo prazo, e de novas possibilidades de utilização em outras patologias.
