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- Sono em Adultos IdososPublication . Augusto, Tânia Soraia Andrade ; Afonso, Rosa Marina Lopes Brás Martins; Nascimento, Carla Sofia Lucas do; Pires, Luís SilvaO sono desempenha um papel essencial para a saúde e o bem-estar geral, assumindo algumas especificidades com o envelhecimento. Alterações no sono podem indicar o início de problemas neurológicos, já que a qualidade do sono influencia processos fundamentais para o funcionamento cerebral, incluindo a memória e o humor. Essas alterações podem afetar a capacidade de o adulto mais velho se recuperar física e mentalmente, levando a um maior risco de défice cognitivo e a um declínio global na qualidade de vida. A má qualidade do sono pode agravar problemas de atenção e memória, contribuindo para a progressão de condições como demência. Além disso, o sono insuficiente ou fragmentado pode aumentar a vulnerabilidade do adulto mais velho a perturbações como ansiedade e depressão. Em situações de dependência ou limitações funcionais, o ingresso em Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas (ERPI) pode ser uma solução de apoio, porém, essa mudança representa uma adaptação que pode impactar ainda mais a rotina e a qualidade do sono dos adultos mais velhos, dado o ambiente institucional e a perda de controlo sobre o próprio espaço e horários. Perante o exposto, torna-se pertinente compreender a relevância do sono nos adultos mais velhos, sejam eles residentes em ERPI ou na comunidade. Esta investigação pretende estudar o sono em adultos mais velhos residentes em ERPI e em adultos mais velhos a viver na comunidade. Esta investigação é constituída por três estudos: o primeiro estudo, de natureza qualitativa com grupos focais, pretendeu comparar a visão dos adultos mais velhos residentes, nos dois contextos, sobre o sono, hábitos e rotinas de sono e estratégias para lidarem com os problemas de sono. Participaram neste estudo sete adultos mais velhos residentes em ERPI e seis residentes na comunidade. Os resultados revelam diferenças quanto ao número de horas necessárias para dormir e relativamente aos horários de deitar e levantar, mas também se apuraram semelhanças quanto a rotinas para adormecer. O segundo estudo, também qualitativo com grupos focais, realizou uma análise comparativa de profissionais de Estruturas Residenciais Gerontológicas, da Suíça e Portugal, sobre o sono dos adultos mais velhos. O grupo focal consistiu em seis profissionais de Portugal e oito da Suíça. Utilizando uma análise de conteúdo, o estudo identificou tanto práticas comuns quanto diferenças específicas na abordagem e nas intervenções adotadas por cada país. Os profissionais portugueses tendem a utilizar uma abordagem mais estruturada e protocolar, focando-se em rotinas pré-estabelecidas e na administração de medicamentos, quando necessário. As intervenções incluem o uso de infusões, horários de deitar e acordar rigorosos, e atividades físicas para promover o bem-estar geral dos residentes. Na Suíça, observou-se uma abordagem mais individualizada e flexível, com ênfase em terapias não-farmacológicas, como aromaterapia e técnicas de relaxamento antes de dormir. Além disso, os profissionais suíços destacaram a importância de um ambiente noturno adaptado, incluindo a redução de ruídos e luzes controladas, para minimizar interrupções do sono. A análise comparativa revelou que essas diferenças podem estar associadas às formações culturais e às políticas de saúde específicas de cada país, refletindo uma tendência suíça para a prestação de cuidados mais personalizados em relação aos adultos mais velhos. O terceiro é um estudo exploratório quantitativo, realizado na Beira Interior, e permitiu analisar e comparar a qualidade do sono dos adultos mais velhos residentes em ERPI (n=55) e residentes na comunidade (n=55). Os resultados revelaram que os adultos mais velhos residentes na comunidade têm maior tendência para reportar queixas de insónia e baixa qualidade de sono, comparativamente aos adultos mais velhos residentes em ERPI, onde a maioria dos participantes não apresenta insónia severa. Os resultados desta investigação sugerem que a qualidade do sono em adultos mais velhos difere em função de fatores como a duração do sono, género, condições de saúde, fatores psicossociais e utilização de abordagens não-farmacológicas, que se revelam promotoras da qualidade do sono. Diferenças culturais, como a maior individualização dos cuidados observada na Suíça, também parecem ser diferenciadoras da qualidade do sono em estruturas residenciais gerontológicas. Os resultados desta investigação sugerem a necessidade de estudos mais aprofundados sobre a qualidade do sono, e mais robustos do ponto de vista metodológico, nomeadamente com uma amostra representativa da população e instrumentos e estratégias de avaliação do sono e da sua qualidade aplicáveis a mais participantes e métodos objetivos. Esta investigação destaca a importância do estudo e da valorização do sono para a promoção da saúde e bem-estar na velhice.