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- Motivações, Barreiras e Desafios para o Empreendedorismo Desportivo: O Género Fará a Diferença?Publication . Costa, Carla Daniela Moreira da; Miragaia, Dina Alexandra MarquesA equidade de género em contextos de natureza organizacional tem sido um tema mundialmente debatido em várias áreas, onde o contexto desportivo não é exceção. Esta realidade é ainda muito expressiva, nomeadamente em circunstâncias onde as mulheres decidem desenvolver iniciativas de natureza empreendedora. Deste modo, as barreiras que estas ainda enfrentam para conseguir empreender é uma realidade que importa resolver. Por essa razão, é fundamental continuar a estudar este fenómeno no contexto desportivo, particularmente no âmbito do empreendedorismo feminino. A literatura tem indicado que a educação para o empreendedorismo pode ter um impacto muito positivo na intenção empreendedora dos estudantes, pelo que é interessante perceber qual a intenção empreendedora dos estudantes dos cursos de desporto. Por outro lado, é também essencial perceber se as Instituições de Ensino Superior demonstram preocupação em promover o empreendedorismo desportivo, em particular o empreendedorismo feminino, com vista a identificar se estas procuram encontrar formas de atenuar as barreiras que as mulheres enfrentam no mercado de trabalho. Deste modo, neste estudo procurou dar-se resposta às questões levantadas anteriormente, tendo-se percebido que a literatura sobre empreendedorismo feminino no contexto desportivo é escassa. Além disso, foram identificadas barreiras que se podem sistematizar em três níveis, são eles: nível macro, nível meso e nível micro. No caso das barreiras de nível macro que englobam questões como as expetativas sociais, barreiras burocráticas, práticas institucionais, nomeadamente o pensamento negativo e falta de credibilidade por se tratar de uma mulher, foi possível verificar que estas são extremamente complexas de quebrar, uma vez que do ponto de vista social as responsabilidades familiares recaem fundamentalmente sobre as mulheres, dificultando a disponibilidade para estas empreenderem. No que diz respeito às barreiras de nível meso, onde são incluídos nomeadamente os estereótipos, a cultura organizacional, questões de discriminação, menor capacidade financeira ao ponto de afetar a viabilidade de pedidos de empréstimos, apurou-se que ainda existe dificuldade em dar credibilidades às mulheres empreendedoras, seja em relação aos colegas de trabalho, patrocinadores, fornecedores, mas também no que diz respeito às entidades bancárias. Por fim, quanto ao nível micro, onde estão incluídas barreiras que resultam da forma como as mulheres compreendem e valorizam as suas experiências e expetativas do ponto de vista organizacional, a forma como entendem as dinâmicas de poder, de políticas e de procedimentos no contexto organizacional, a falta de habilidades de gestão, menor nível educacional e o excesso de responsabilidades familiares, verificou-se que a educação para o empreendedorismo pode ser fundamental para empoderar as mulheres. Perante as barreiras identificadas e seguindo as orientações da literatura que apontam que a formação em contexto de ensino superior pode atuar como uma alavanca fundamental para o estímulo do empreendedorismo feminino, procurou estudar-se qual a intenção empreendedora dos estudantes de ensino superior da área do desporto. Os resultados indicaram que os estudantes têm confiança quanto às suas capacidades e competências empreendedoras e estão dispostos a assumir riscos, contudo dizem não ter conhecimento sobre quais os procedimentos práticos a seguir para a implementação de um negócio. Quando analisada a intenção empreendedora de acordo com o género, apurou-se que os estudantes do género masculino demonstram um maior interesse em empreender, mais confiança nas suas habilidades e competências empreendedoras, comparativamente com as mulheres. Por sua vez, do ponto de vista das Instituições de Ensino Superior, foi possível verificar que algumas delas têm vindo a demonstrar preocupação em aplicar estratégias de estímulo ao empreendedorismo desportivo, no entanto, quando o fazem é de forma aleatória. Desta forma, surge a necessidade de adotar diferentes ações estratégicas como a inclusão de unidades curriculares específicas, atividades extracurriculares, disponibilização de um gabinete dedicado ao empreendedorismo, no sentido de promover o empreendedorismo desportivo, e em particular o empreendedorismo feminino. Estes resultados poderão dar suporte ao desenvolvimento de políticas que permitam auxiliar na problemática da equidade de género, bem como incentivar mulheres para desenvolver iniciativas de empreendedorismo desportivo. Além disso, este estudo sugere uma readaptação do método de ensino-aprendizagem no contexto de ensino superior na área do desporto, de modo a adotar práticas pedagógicas mais diversificadas, abrangentes e mais próximas do contexto real do mercado de trabalho. Deste modo, o presente trabalho de investigação contribui para a criação de estratégias de intervenção mais claras e objetivas por parte dos diversos stakeholders, para que se possa alcançar uma cultura mais empreendedora, seja nas Instituições de Ensino Superior, como nas organizações e na sociedade em geral. Além disso, são dadas algumas sugestões para que a carreira empreendedora seja vista de igual modo, independentemente do género de quem exerce essa função. Por último, sugere-se que o próprio governo continue a desenvolver mecanismos que permitam o desenvolvimento de uma cultura mais empreendedora e equitativa.
- O Papel da Mulher na Liderança Organizacional: Uma Abordagem de GéneroPublication . Costa, Carla Daniela Moreira da; Ferreira, João José de Matos; Miragaia, DinaO presente trabalho tem como objetivo analisar as perceções de género, sobre o papel das mulheres na liderança organizacional. Foi aplicado um questionário a 186 funcionários, enquadrados em diferentes posições hierárquicas de organizações onde se disponibilizam serviços desportivos. Foram analisadas duas dimensões, uma relacionada com a identificação de estereótipos que rotulam a mulher no desempenho de tarefas de natureza doméstica, familiar ou profissional e outra dimensão para avaliar o papel e as competências das mulheres enquanto gestoras/líderes. Através de uma análise fatorial exploratória, foram identificados três fatores em cada uma das dimensões. Foram analisadas as diferenças significativas entre a variável género e os diferentes fatores tendo-se e verificado que existem diferenças significativas em todos eles, à exceção do fator sobre a mulher e a vida familiar que apresentou um nível de significância de P = 0.149. Os resultados apontam ainda para um aumento da participação das mulheres nos cargos de gestão/liderança, com particular referência por parte de 94.6% dos participantes que estas têm espirito empreendedor. Conclui-se que cada vez mais as mulheres têm as condições necessárias para se tornarem líderes/gestoras de sucesso, embora exista uma resistência à mudança em termos de cultura organizacional, principalmente em contexto desportivo. Este estudo é importante para as organizações e todos os envolvidos, mas particularmente para as mulheres, pois evidencia as diferentes perceções de género no seio das organizações que disponibilizam serviços desportivos e contribui de certa forma para combater a descriminação ainda existente a esse nível.