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  • Conflitualidade e violência na escola: um diagnóstico concelhio e a avaliação do impacto de uma proposta de intervenção
    Publication . Soares, Mónica Cristina Nogueira; Loureiro, Manuel Joaquim da Silva; Oliveira, Ema Patrícia de Lima
    A disrupção e a violência em contexto escolar não são fenómenos recentes, mas mantém-se a preocupação de perceber estas realidades. Com o objetivo de compreender melhor estes fenómenos e criar uma proposta eficaz de intervenção nestes contextos surge esta investigação, a qual integra a realização de dois estudos. O primeiro estudo teve como principais objetivos: i) perceber que tipo de conflitos acontecem na escola e como é que estes conflitos afetam pessoalmente os alunos; ii) conhecer a perceção de apoio que os alunos têm em relação aos professores, aos pares e aos seus pais; iii) identificar quais os comportamentos que os alunos percecionam em si e que vão contra as regras escolares (os quais podem assumir a forma de transgressão das normas, de violência entre pares e de desafio à autoridade), prejudicando as condições de aprendizagem, o ambiente de ensino ou o relacionamento das pessoas na escola; iv) verificar quais os comportamentos autopercecionados de vitimização e de agressividade entre pares no que diz respeito à violência física, social, verbal e de ataque à propriedade; v) identificar que tipo de crenças sobre a violência predominam nos alunos e quais as suas determinantes (socioculturais, individuais, educativas e etiológicas). No estudo participaram 1106 alunos do 2º e 3º ciclo do ensino básico de escolas do concelho de Matosinhos, distribuídos de modo equitativo em termos de ano de escolaridade e sexo. Como instrumentos de recolha de dados usou-se a adaptação portuguesa (Veiga, 2007) da “Multidimensional Peer Victimization Scale”, de Mynard e Joseph (2000), o “Cuestionario de Convivencia” (Cangas et al., adaptado por Ildefonso e Veiga, 2011), a “Escala de Disrupção Escolar Professada pelos Alunos” (Veiga, 1990) e a “Escala de Crenças da Criança sobre a Violência” (Sani, 2003). Os resultados sugerem que os alunos percecionam a sua relação com os pais, com os professores e com os pares como positiva. A maioria dos alunos não perceciona muitos conflitos na escola e não se sente pessoalmente afetada por eles. Os resultados também indicam que a maioria dos alunos não considera adotar comportamentos disruptivos, contudo há comportamentos que são percecionados como sendo mais comuns, nomeadamente, a transgressão de normas, a violência entre pares e o desafio à autoridade. Quanto às crenças sobre a violência, os resultados sugerem que a maioria dos alunos possui crenças disfuncionais sobre a violência e os seus determinantes. Assim, os resultados vêm alertar para a vulnerabilidade dos alunos de 2º ciclo face ao fenómeno da violência, para a importância de direcionar a intervenção nestas problemáticas para públicos específicos, em detrimento das abordagens universais, para a pertinência de intervir ao nível da desconstrução e reconstrução de crenças no que diz respeito aos fenómenos de violência e a sua contextualização. O segundo estudo teve como objetivo principal avaliar o programa psicoeducativo “Aula de Convivência” (Consejería de Educación, Junta de Andalucía, 2007) como estratégia de intervenção, comparando as competências não cognitivas (antes e depois) nos alunos intervencionados com este programa. Neste estudo participaram 9 alunos entre os 12 e os 15 anos de idade, tendo sido aplicado o questionário “Scorecard Competências Não Cognitivas” (EPIS, 2013) junto dos pais/cuidadores, professores e do responsável pelo programa. Os resultados deste estudo permitem aferir a Aula de Convivência como um programa de intervenção a considerar para o desenvolvimento das competências não cognitivas, tendo-se verificado uma melhoria nos alunos intervencionados, tanto pela perspetiva do encarregado de educação, do diretor de turma, como pelo responsável pela implementação do programa.