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Pereira, Sérgio Alexandre Farias

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  • Gestão Hospitalar em Portugal: análise dos efeitos da pandemia COVID-19 no desempenho das unidades do Serviço Nacional de Saúde (SNS)
    Publication . Pereira, Sérgio Alexandre Farias; Teixeira, Zélia Maria da Silva Serrasqueiro; Nunes, Alexandre Manuel Martins Morais
    Em de março de 2020, Portugal, tal como o resto do mundo, teve pela frente o desafio de uma pandemia. Na resposta à pandemia, os cuidados hospitalares estiveram no epicentro. Na maioria dos países e regiões atingidas pelo COVID-19, as unidades hospitalares atingiram a sua capacidade máxima, a qual, associada a uma severa escassez de recursos humanos colocou um desafio sem precedentes à gestão hospitalar. O contexto pandémico teve um forte impacto na produção hospitalar do SNS, registando-se uma redução da atividade hospitalar. Devido ao contexto de elevada complexidade e incerteza decorrente da pandemia por COVID-19, os domínios do acesso, eficiência e qualidade dos cuidados hospitalares estiveram debaixo de foco. O presente estudo teve como objetivo central verificar o efeito da pandemia de COVID19 no desempenho da gestão dos cuidados hospitalares do SNS. E por forma, a aprofundar o conhecimento dos efeitos da pandemia, realizou-se uma análise do seu impacto nos resultados de eficiência técnica, nos diferentes modelos de organização e de gestão das unidades hospitalares, bem como nas estratégias adotadas para fazer face à pandemia. Por último, realizou-se uma análise à influência da qualidade dos cuidados hospitalares e da disponibilidade de recursos nos resultados eficiência. A amostra destes estudo foi composta por 32 unidades hospitalares, das quais 31 EPE (21 Centros Hospitalares e 11 Hospitais singulares) e uma PPP. Metodologicamente, na componente quantitativa do estudo, recorreu-se à técnica Data Envelopment Analisys para apurar os resultados de eficiência técnica, e à correlação de Sperman e à Regressão Linear Múltipla para verificar o efeito da qualidade dos cuidados hospitalares na eficiência. Para verificar efeitos da disponibilidade de recursos nos resultados eficiência utilizou-se a regressão de Tobit. Na componente qualitativa do estudo, recorreu-se a entrevistas semiestruturadas, analisadas com base na análise de conteúdo para avaliar a perceção dos entrevistados, relativamente, a fatores que influenciaram a eficiência, qualidade dos cuidados e quais as estratégias adotadas durante a pandemia. Como principais resultados, verificou-se que: i) no primeiro ano da pandemia, o score de eficiência técnica das unidades hospitalares variou entre 0,475 e 1,205, e no segundo ano a variação foi entre 0,508 e 1,219. Não existindo diferenças significativas na eficiência técnica média entre o período pré-pandémico (0,840) e o período pandémico (0,847); ii) as principais estratégias para manter a produção hospitalar foram a realocação de espaços físicos, o uso da telemedicina, o alargamento de horários e a colaboração com entidades externas, como, entidades privadas e militares para aumentar a capacidade de resposta; iii) os indicadores de qualidade hospitalar interagiram de maneira complexa durante a pandemia, verificou-se uma associação positiva entre cirurgias de fraturas da anca nas 48h e eficiência técnica hospitalar; iv) verificou-se uma relação positiva entre o número de médicos e a eficiência técnica; e v) o modelo organizacional dos Centros Hospitalares teve uma menor heterogeneidade nos scores de eficiência técnica em relação ao modelo hospitalar, e modelo de gestão EPE, durante o período pandémico, a eficiência foi estável. Como principais conclusões foi que se verificou que durante a pandemia, a eficiência técnica das unidades hospitalares não variou, significativamente, em relação ao período pré-pandémico. As principais estratégias para manter a produção hospitalar foram a realocação de espaços físicos, o uso da telemedicina, o alargamento de horários e colaboração com entidades externas. Verificou-se que a qualidade dos cuidados hospitalares teve influência na eficiência, existindo uma associação entre cirurgias de fraturas da anca e eficiência. Em relação aos recursos humanos verificou-se que durante a pandemia, houve um aumento no número de médicos, enfermeiros e camas hospitalares a nível nacional, estes recursos seguiram um padrão de concentração em áreas urbanas. As unidades hospitalares com maior eficiência técnica situaram-se, predominantemente, na zona norte, o que refletiu uma maior resiliência desses hospitais. Verificou-se uma relação positiva entre o número de médicos e a eficiência técnica, sendo que o aumento do número de médicos está associado a um aumento da eficiência das unidades hospitalares. E por último, confirmou que o modelo de organização dos hospitais influenciou o desempenho das unidades hospitalares, durante o período de pandemia. O modelo organizacional dos Centros Hospitalares teve uma menor heterogeneidade nos scores de eficiência técnica em relação ao modelo hospitalar, sugerindo que a estrutura dos centros hospitalares promove mais consistência na eficiência. Em relação ao modelo de gestão EPE conclui-se que durante o período pandémico, a eficiência foi estável, existindo uma ligeira redução das unidades ineficientes.
  • Empresarialização hospitalar em Portugal, do desafio à eficiência
    Publication . Pereira, Sérgio Alexandre Farias; Nunes, Manuel Lourenço; Nunes, Alexandre Manuel Martins Morais
    A presente pesquisa trata-se de um estudo de caso realizado no Hospital Amato Lusitano, atualmente integrado na Unidade Local de Saúde de Castelo Branco, E.P.E., que teve por objetivo avaliar os efeitos da alteração do estatuto jurídico, em termos de eficiência, em cada um dos Serviços Clínicos, entre os anos 2002 e 2017. Como metodologia, recorreu-se num primeiro momento, à aplicação da técnica de avaliação de eficiência “Data Envelopment Analysis” para apurar os resultados de eficiência em cada ano e por Serviço, tendo por base um conjunto de indicadores (inputs/outputs). Num segundo momento, e para melhor entender o diferencial de eficiência observado, foram realizadas entrevistas (analisadas com recurso ao método da análise de conteúdo) aos Diretores de Serviço que lideraram as equipas ao longo dos anos e a elementos do Conselho de Administração para iguais períodos. Como resultado, verificou-se que com a transição para o estatuto empresarial, existiu uma melhoria nos resultados de eficiência, com um crescimento em 16 dos 17 Serviços analisados, registando-se um acréscimo, em termos médios, de 19,0%, a qual se manteve durante e após o período de austeridade e que se deveu, em grande parte, ao esforço das equipas, à melhoria dos processos de contratação e a uma maior dotação orçamental no período pós crise. Em conclusão, pode referir-se que o Hospital Amato Lusitano beneficiou da alteração do regime jurídico, tendo obtido uma melhoria global de eficiência, em termos médios, ao longo do período de tempo analisado.