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- O Ato de criação queer como autofabulação e resistência no cinema luso-brasileiro contemporâneoPublication . Silva, Daniel Oliveira ; Pereira, Ana Catarina dos Santos; Freire, Mariana BaltarPensar em um cinema queer é refletir sobre como a produção audiovisual, com suas estratégias estético-narrativas, pode contribuir para um contradiscurso antinormativo, disruptivo e desestabilizador dos padrões de gênero e sexualidade. Esta tese centra-se na noção de que uma série de filmes contemporâneos concretiza esse propósito a partir da encenação de um ato de criação queer, por meio do qual seus protagonistas fabulam e reimaginam suas existências fazendo uso de gestos de autonarrativização e criação artística. Com esse objetivo, a análise busca identificá-lo e examiná-lo em um corpus fílmico composto por nove longas-metragem luso-brasileiros realizados entre 2009 e 2021. Partindo de uma breve recapitulação da história da arte apoiada nos estudos de Reed (2011) e Trevisan (2018), a investigação reflete sobre as propostas e pensamentos de autores como Dyer (2002), Halperin (2012), Halberstam (2005) e Preciado (2011), que procuram compreender e demonstrar a relação entre subjetividade queer e uma série de práticas e sensibilidades culturais específicas. Ao articular tais reflexões com o trabalho de pesquisadores/as do sul global que têm reconfigurado a teoria queer a partir de uma perspectiva decolonial, busca-se apontar seus possíveis desdobramentos na produção cinematográfica luso-brasileira contemporânea. Esse alicerce teórico é, então, colocado em diálogo com os longas estudados e seus/uas realizadores/as, utilizando a metodologia proposta pela Teoria dos Cineastas. Com base em entrevistas com os/as diretores/as e em um extensivo trabalho de análise fílmica, a tese demonstra como as nove produções, por meio das lógicas espácio-temporais delineadas em sua mise-en-scène e da horizontalidade de suas configurações criativas, são capazes de vislumbrar novas futuridades queer.
- Queers que criam: Modos de r/existência no cinema de Andrew Haigh, Céline Sciamma e Dee ReesPublication . Silva, Daniel Oliveira ; Pereira, Ana Catarina dos SantosA partir da indagação do que caracteriza o cinema queer contemporâneo, esta dissertação se debruça sobre uma análise das filmografias do/as realizador/as Andrew Haigh, Céline Sciamma e Dee Rees, em busca dos aspectos que podem ser definidores de uma narrativa/estética/projeto queer na cinematografia atual. Tomando como referência o trabalho seminal da norte-americana B. Ruby Rich ao identificar o Novo Cinema Queer nos anos 1990, a investigação usa a metodologia proposta pela Teoria dos Cineastas para perceber, no discurso e nos filmes desse/as diretor/as, como a produção recente elabora e reflete cinematograficamente sobre as formas de existência queer no espaço-tempo contemporâneo. Com esse objetivo, a análise enfoca três longas-metragem específicos: Weekend, de Haigh; Retrato de uma Jovem em Chamas, de Sciamma; e Pariah, de Rees. Ao colocálos em diálogo uns com os outros, com as falas e demais obras dos três cineastas, e com os conceitos da Teoria Queer, a pesquisa busca demonstrar como o trio de realizador/as coloca em cena protagonistas gays e lésbicas que narrativizam suas experiências pessoais, por meio da criação artística, como forma de reinvenção e resistência às limitações hétero e homonormativas das realidades em que se inserem. Por meio da análise da encenação desses queers que criam, a dissertação tenta chegar a uma definição do que constitui um ato de criação queer. Com base no conceito proposto, procura argumentar como vários exemplares da produção queer contemporânea também são construídos em torno de protagonistas LGBTQIA+ que buscam atravessar e desestabilizar as limitações do espaço-tempo em que se encontram por meio do ato de autonarrativização e de criação artística.