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- Funcionamento cognitivo-emocional em doentes oncológicos: Mulheres com cancro mamário e ginecológicoPublication . Castro, Káthia Kareniny Cananéa de; Esgalhado, Maria da Graça Proença; Pereira, Henrique MarquesDevido ao aumento significativo de novos casos de tumores malignos em todo o mundo, a cada ano, torna-se imperativo que as investigações se debrucem continuamente sobre os temas que envolvem o paciente com cancro. Devido a essa alta incidência, e particularmente, no que se refere aos cancros da mama e do útero, os respetivos rastreios destes cancros, em Portugal, estão sempre em constante análise e monitorização pelo Sistema Nacional de Saúde (SNS) (Direção Geral de Saúde, DGS, 2015). Mesmo com toda prevenção, os números ainda são muito elevados, existindo diversos fatores, incluindo fatores psicossociais, que contribuem para o desajustamento mental dessas mulheres, em muitos casos, face ao diagnóstico destes cancros. Apesar de a literatura na área da Psicologia, incidir, já há algum tempo, na área da Oncologia, buscando explicar os vários fenômenos que possam ocorrer, ainda não existem muitos consensos em torno dos temas. Por isso, o objetivo geral deste estudo, é dar o nosso contributo neste sentido clarificando o funcionamento cognitivo-emocional de mulheres com cancro mamário e ginecológico (Grupo Patologia Maligna), mediante as variáveis aqui analisadas. Foram criados mais dois grupos que serviram de comparação Grupo Normativo (N= 121) e Grupo Patologia Benigna (N= 58), com os resultados da nossa população-alvo (N= 89). Desta forma, o objetivo geral deste estudo é avaliar o funcionamento cognitivo-emocional de mulheres com cancro mamário e ginecológico. Para isso, enquanto objetivos secundários, avaliámos os valores das prestações atencionais dos três grupos da amostra (Grupo Normativo, Grupo Patologia Benigna e Grupo Patologia Maligna) através do Teste Stroop Emocional com Screening para Sintomas Alexitímicos, criado nesta investigação para esta finalidade. Verificámos as características sociodemográficas, e comparámos os índices de Inteligência Emocional (IE), Qualidade de Vida (QV), Sintomas Psicopatológicos e Mindfulness, nos três grupos. Ainda, examinámos as correlações entre a Alexitimia e a IE, as Sintomatologias Psicopatológicas e a Alexitimia, a IE e o Mindfulness e, por último, as Sintomatologias Psicopatológicas e o Mindfulness, em toda a amostra. Criámos, por último, um Modelo Conceptual com base na QV das mulheres com cancro da mama e ginecológico. Utilizámos como instrumentos, um questionário sociodemográfico, o Teste de Stroop Emocional com screening para a Alexitimia, Toronto Alexithymia Scale (TAS-20), a Escala de Inteligência Emocional de Schutte, Questionário das Cinco Facetas de Mindfulness (FFMQ), Inventário de Sintomas Psicopatológicos (BSI) e o Questionário EORTC QLQ-C30 (QV). Como resultados principais, a lâmina 1 (neutra) do Teste Stroop com screening para Alexitimia apresentou a pontuação mais alta entre as 3 lâminas do teste, nos três grupos, sendo o Grupo sem Alexitimia a apresentar a pontuação mais alta nesta lâmina, conforme esperado. Não existem diferenças estatísticas significativas entre as lâminas nos três grupos, pelo que não é possível identificar traços alexitímicos através do Teste Stroop, nesta amostra. O Grupo Patologia Maligna apresenta valores deficitários de atenção na nomeação de cores no Teste Stroop tendo por base de comparação os dois outros grupos. O mesmo grupo apresentou menor média no Fator 2 (Dificuldades em descrever sentimentos dos outros) e no Total da Escala de Alexitimia (TAS-20), o que sugeriu valores um pouco mais acentuados nestas dimensões, para este grupo. Existem diferenças estatísticas em todas as dimensões do Mindfulness nos três grupos, embora exista por parte dos três grupos capacidade para a prática do Mindfulness. O Grupo Normativo apresentou os valores mais altos de IE em todas as dimensões, como esperado. Os três grupos apresentam valores significativos em todas as dimensões da escala de Sintomatologias Psicopatológicas, com exceção da dimensão Ansiedade Fóbica. O Grupo Patologia Maligna apresenta médias superiores em todas as dimensões da escala de Qualidade de vida (QV), comparativamente ao Grupo Patologia Benigna. Entre a IE e a Alexitimia há correlação estatística negativa significativa na medida em que a IE aumenta, diminui os níveis de Alexitimia. Existe correlação estatística positiva entre a Alexitimia e as Sintomatologias Psicopatológicas. As dimensões Psicopatológicas com maiores correlações negativas com o Mindfulness são, por ordem decrescente, o Psicoticismo, o Total da escala do BSI e a Depressão. Existem correlações positivas significativas entre grande parte das dimensões entre a IE e o Mindfulness. As dimensões Descrever e o Total da Escala apresentaram valores maiores de correlação positiva com as dimensões da IE. Existem correlações positivas significativas entre grande parte das dimensões da IE e do Mindfulness. O Modelo Conceptual, que teve como referência a QV das mulheres com cancro da mama e ginecológico, demonstrou que somente os Sintomas Psicopatológicos e a IE em conjunto já explicam 28% da variância dos resultados, entre outros resultados deste modelo.
