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  • Ensaios sobre Ecossistemas Empreendedores, Inovadores e Sustentáveis
    Publication . Brito, Sónia Rosana Alves de; Leitão, João Carlos Correia
    Um dos maiores desafios para o sucesso de qualquer iniciativa empreendedora e inovadora, reside em superar as diversas fases de desenvolvimento, o que implica seguir abordagens ecléticas e evolutivas, que prosseguem, de forma contínua, a adaptabilidade que assegure, em última instância, o objetivo de atingir o almejado sucesso. Neste sentido, na literatura de referência têm vindo a ganhar relevância diversas abordagens, que foram criadas com o propósito de melhor entender a complexidade da realidade respeitante à multiplicidade de sistemas, à sua coexistência e ao seu ainda pouco explorado co-funcionamento. Neste campo de investigação, destaca-se a abordagem recente dos Ecossistemas Empreendedores, a qual tem vindo a ganhar importância nas áreas de investigação que versam o empreendedorismo, a inovação, a sustentabilidade e o desenvolvimento regional. Novas empresas surgem e crescem não apenas porque existem empreendedores que as criaram e desenvolveram, assim como novas iniciativas empreendedoras e inovadoras surgem também porque estão co-localizadas num ecossistema empreendedor formado a partir de uma base de conhecimento sólido, conciliando uma rede de processos de inovação complementares, assente em múltiplas combinações de elementos sociais, políticos, geográficos, espaciais, económicos e culturais numa região, apoiando a ação inventiva e inovadora dos empresários. É necessário ir mais além da produção de uma lista de atributos dos ecossistemas empreendedores, através da concretização de esforços adicionais de investigação que contribuam para uma melhor compreensão dos ecossistemas empreendedores. Conceber, projetar e analisar ecossistemas, são sinónimos e significa aprofundar conhecimentos e promover a intersecção eclética de vários ramos do conhecimento, nomeadamente, engenharia, gestão, economia e ciência regional. Deste modo, a presente tese prossegue a concretização dos seguintes objetivos genéricos: (i) Realizar uma revisão sistemática da literatura tendente à apresentação do estado da arte sobre os Ecossistemas Empreendedores, Inovadores e Sustentáveis (2EIS); (ii) Observar a estrutura produtiva de Portugal e verificar a relação entre industrialização e produtividade; (iii) Identificar qual e que tipo de influência a ambidestria e a inovação aberta tem nos outputs de inovação das empresas industriais da União Europeia (UE) de média-alta e alta tecnologia, e média-baixa e baixa tecnologia; (iv) Analisar os efeitos associados das práticas inbound e outbound de inovação aberta e das políticas públicas na eco-inovação das empresas de bioeconomia e não-bioeconomia para países Estados- Membros da UE, considerados inovadores moderados. Para atingir os objectivos propostos esta tese desenvolve quatro ensaios. O primeiro ensaio, consiste na realização de uma revisão sistemática de literatura, fazendo uso de uma base de dados recolhida na ISI Web of Science, com uma amostra final de 1122 artigos selecionados. Os resultados identificaram o ano em que foi registado o maior número de publicações, os jornais onde os autores mais publicam, os autores com maior número de artigos e os artigos mais citados. Inovação aberta, inovação e clusters revelam ser os veios mais importantes da literatura de referência sobre a temática de ecossistemas. Para além disso, contribui-se para a literatura, apresentando uma nova definição de ecossistemas empreendedores, os quais são apresentados como sendo um conjunto de atores interdependentes e fatores coordenados, a fim de permitir o empreendedorismo dentro de um determinado território. Esta nova definição tem implícita a inovação, considerada como reflexo de uma nova ideia e os clusters originários da concentração espacial das empresas utilizando a inovação aberta que combinam, intencionalmente, fluxos de conhecimento internos e externos, para acelerar a inovação interna e a expansão do mercado com o objetivo de utilizar inovações externas. Adicionalmente, apresentam-se vias de exploração, sob a forma de uma agenda de investigação futura, no sentido de colmatar as lacunas identificadas na literatura de referência. O segundo ensaio analisa a estrutura produtiva de Portugal e verifica a relação entre industrialização e produtividade. Fazendo uso de alguns instrumentos de análise da ciência regional, nomeadamente, indicadores de localização e especialização. Para além disso, é estimado um modelo threshold que testa o efeito da industrialização na produtividade. Os resultados mostram que as regiões: Alentejo; Algarve; Madeira; e Açores; denotam um grau de especialização superior no setor primário; ao passo que a região da Área Metropolitana de Lisboa apresenta um valor superior no setor terciário; e nas regiões: Centro e Norte; o grau mais elevado é o do setor secundário. Os resultados ditam uma relação estatisticamente significativa e positiva entre industrialização e produtividade. De igual modo, a diversificação, o termo de interação entre exportações e diversificação e as instituições de ensino superior mostram um efeito catalisador na produtividade. No terceiro ensaio, é considerada a influência da ambidestria organizacional e a inovação aberta nos outputs de inovação fazendo uso de dados secundários recolhidos a partir do Community Innovation Survey- CIS 2010, para uma amostra de 10.890 empresas industriais da União Europeia (EU) de média-alta e alta tecnologia, e 34.839 empresas industriais da União Europeia (EU) de média-baixa e baixa tecnologia. O modelo conceptual proposto foi testado fazendo uso do método de regressão extreme value/gompit e, os resultados mostram que quer a ambidestria organizacional quer a inovação aberta influenciam de forma positiva e significativa os outputs de inovação, ou seja, a inovação de produto, a inovação de processo, a eco-inovação, a inovação organizacional e a inovação de marketing. O quarto ensaio aborda os efeitos das práticas inbound e outbound da inovação aberta, bem como das políticas públicas sobre o desempenho eco-inovador de empresas de bioeconomia e não bioeconomia, usando dados secundários do Community Innovation Survey-CIS 2010, para uma amostra de países inovadores moderados. O modelo conceptual foi testado fazendo uso do método de regressão tobit multivariado sendo que as evidências empíricas permitem concluir que as práticas inbound, outbound e as políticas públicas influenciam de forma positiva e significativa a performance ecoinovadora das empresas em estudo. Finalmente, a partir dos resultados encontrados para os ensaios discutiram-se as implicações para as políticas públicas e para os empresários/gestores.