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- Influência de um programa educacional com ênfase na reabilitação nos doentes com DPOC em contexto hospitalarPublication . Monteiro, Bruno Miguel Carvalho; Silva, Cláudia Maria Gomes Mendes da; Belo, Ana Paula Pires RodriguesContexto: A Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) é considerada uma das principais causas de mortalidade mundial. O conhecimento dos doentes acerca da sua doença é baixo, comprometendo a sua gestão. A dispneia, ansiedade, depressão, impacto elevado da doença, capacidade funcional e qualidade vida comprometida, são frequentemente observados. Os programas educacionais na DPOC têm demonstrado benefícios nestes doentes. Objetivos do Estudo: Analisar a influência de um programa educacional com ênfase na reabilitação no Questionário de Avaliação de Conhecimentos acerca da DPOC (QDPOC), no COPD Assessment Test (CAT), no Medical Research Council Dyspnoea Questionnaire (MRCDQ), no Hospital Anxiety and Depression Scale (HADS), no London Chest Activity of Daily Living (LCADL) e no The St. George’s Respiratory Questionnaire (SGRQ) em doentes com DPOC estáveis. O programa foi realizado em grupo e de curta duração em meio hospitalar. Avaliar a influência das variáveis sociodemográficas no QDPOC no momento inicial. Métodos: Estudo de intervenção, longitudinal, prospetivo, comparativo, de características quantitativas. Composto por um grupo inicial (T0) de 47 doentes, intermédio (T1) e final (T2) de 35 doentes, seguidos no Centro Hospitalar Universitário Cova da Beira (CHUCB) e selecionados por conveniência. Foi elaborado um questionário individual constituído por: dados sociodemográficos e clínicos; QDPOC; MRCDQ; HADS; LCADL e SGRQ. Resultados: 91.5% dos doentes em T0 eram homens e 85.1% idosos. 53.2% residiam no meio rural, 17% viviam sozinhos, 83% eram reformados e 74.4% apresentavam o 1.º ciclo de ensino. Perfil clínico: 29.8% dos doentes com classificação da DPOC de GOLD II-Grupo B e 27.7% de GOLD IV-Grupo D; 25.5% apresentaram hábitos tabágicos; 68.1% reportaram história prévia de exposição a fatores de risco; 46.8% utilizavam oxigenoterapia de longa duração e 17% oxigenoterapia de deambulação. Os níveis de conhecimentos em T0 revelaram-se insuficientes (QDPOC: M=41.85; DP=17.70). Observou-se um impacto médio da doença (CAT: M=19.91; DP=8.67), grau de dispneia elevado (MRCDQ, média: grau 3), sintomatologia ansiosa (68.10%) e depressiva (53.20%), capacidade funcional comprometida (LCADL: M=27.62; DP=12.13) e baixa qualidade de vida (SGRQ: M=56.51; DP=18.43). No final da intervenção verificou-se uma melhoria dos valores médios no nível de conhecimento dos doentes acerca da doença, do impacto da DPOC, no nível de dispneia funcional, nos níveis de ansiedade e de depressão, da capacidade funcional percecionada e da qualidade de vida, com diferenças estatisticamente significativas. No follow-up de 6 meses, constatou-se que os ganhos em saúde obtidos após as sessões educacionais se mantiveram, como o nível de dispneia funcional, a capacidade funcional subjetiva e a sintomatologia ansiosa, e até mesmo melhoraram, como o nível de conhecimento dos doentes, o impacto da DPOC, a sintomatologia depressiva e a qualidade de vida. O programa educacional influenciou assim, o nível de conhecimento dos doentes em todos os momentos de avaliação (ρ˂0.001); a CAT entre T0-T2 (ρ˂0.05), e T1-T2 (ρ˂0.01); a MRCDQ entre T0-T1, T0-T2 (ρ˂0.01); a LCADL entre T0-T1, T0-T2 (ρ˂0.001); a HADS-A entre T0-T1, T0-T2 (ρ˂0.001); a HADS-D entre T0-T1 (ρ˂0.05), T0-T2 (ρ˂0.001), T1-T2 (ρ˂0.01); a SGRQ entre T0-T1, T0-T2 (ρ˂0.001) e T1-T2 (ρ˂0.01). Em relação às diferenças entre o nível de conhecimento dos doentes e as variáveis sociodemográficas em To, verificou-se que o local de residência (ρ˂0.05) e o nível de escolaridade (ρ˂0.01) influenciaram estatisticamente o QDPOC. Conclusão: O programa educacional com ênfase na reabilitação influenciou positivamente o nível de conhecimento dos doentes, o impacto da doença, o grau de dispneia funcional, a capacidade funcional na realização das atividades da vida diária (AVD’s), a ansiedade, a depressão e a qualidade de vida na maioria dos momentos de avaliação comparados, com a manutenção e aumento dos ganhos em saúde obtidos após 6 meses. Concluiu-se também que o local de residência e o nível de escolaridade influenciaram o nível de conhecimento. Esta investigação reforça, assim, a importância da implementação destes programas educacionais com ênfase na reabilitação com os doentes com DPOC, demonstrando benefícios em saúde.
