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- Oxitocina: de biomarcador a terapia da osteoporose pós-menopausaPublication . França, Tiago Filipe Rocha; Oliveira, Maria Elisa Cairrão Rodrigues; Ferreira, Joana FonsecaIntrodução: Com uma elevada prevalência entre a população, a osteoporose é causa de significativo défice na qualidade de vida e morbimortalidade. Diagnosticada por densitometria, a osteoporose no período pós-menopausa é dependente de estrogénios, algo que resulta num desequilíbrio entre a formação e a reabsorção óssea. Através de medidas farmacológicas e não-farmacológicas procura-se diminuir o risco e as consequências das fraturas por fragilidade. Com uma vasta oferta de fármacos, selecionados tendo em conta critérios de risco, a terapia mostra-se eficaz, mas com contraindicações e efeitos adversos consideráveis. Por outro lado, a oxitocina é um péptido com produção hipotalâmica e libertada na hipófise, responsável pela amamentação e trabalho de parto. Contudo, as ações da “hormona do amor” vão muito para além das mencionadas, tendo sido recentemente descoberto que a mesma tem um efeito anabólico no tecido ósseo, via aumento da produção de osteoblastos e inibição do mecanismo de ação dos osteoclastos. Métodos: Com recurso à base de dados PubMed e utilizando os termos “Osteoporosis” e “Oxitocin" como conceitos para a pesquisa, após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, foram selecionados para análise 16 artigos. Resultados: Nos artigos selecionados foi possível observar que a oxitocina pode ser utilizada como biomarcador ou como tratamento. No referente ao seu uso como biomarcador, mulheres diagnosticadas com osteoporose evidenciaram menor nível de oxitocina no sangue em comparação com as mulheres na mesma faixa etária não portadoras de declínio ósseo. Em relação ao uso como tratamento, a oxitocina, quando administrada intraperitonealmente em modelos animais sujeitos a ovariectomia para mimetizar a menopausa e induzir osteoporose, mostrou melhorar o tecido ósseo por diferentes mecanismos, tornando-o menos propenso a fratura. A carbetocina, como análoga da oxitocina, mostrou-se igualmente benéfica. Discussão: A oxitocina encontra-se diminuída aproximadamente 50% nas mulheres com osteoporose, sendo que a administração hormonal é capaz de melhorar a qualidade óssea e, por consequente, reduzir as fraturas por fragilidade. A oxitocina promove o envelhecimento saudável, sem que até hoje se conheçam efeitos adversos relevantes ligados a esta terapia em mulheres pós-menopáusicas. É necessário estudar a via de administração e respetiva posologia mais eficaz e aprender sobre o papel dos análogos da oxitocina, principalmente da carbetocina, por apresentar uma semivida mais compatível com os objetivos terapêuticos. É indispensável alargar o número de ensaios clínicos em mulheres com défice de função ovárica e deterioração óssea, sendo neste campo que a oxitocina, no futuro, pode ser uma verdadeira alternativa terapêutica. Conclusão: A oxitocina apresenta-se como potencial biomarcador e alternativa terapêutica para a osteoporose pós-menopausa, mas ainda existe um longo caminho até que a sua aplicação como fármaco seja uma realidade segura.
