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Abstract(s)
Introdução: A surdez neurossensorial, em crianças, de grau severo/
profundo limita o desenvolvimento social, psicológico e cognitivo da criança. A
reabilitação auditiva apresenta-se assim de grande importância. Os três
primeiros anos de vida são os mais importantes para a aquisição da
linguagem oral. Assim a criança deverá ser sujeita a estímulos actuantes que
lhe permita adquirir uma discriminação auditiva no tempo. Após os três anos
este processo é substancialmente mais difícil. Defende-se por isso o
diagnóstico de surdez neurossensorial até aos 3 meses, intervenção
terapêutica até aos 6 meses de idade, o que justifica a necessidade de
rastreio. O diagnóstico de surdez é feito com base em testes psicoacústicos,
acústicos/fisiológicos e electrofisiológicos. A reabilitação auditiva pode ser
feita com o uso de prótese auditiva ou de implante cóclear, de acordo com os
critérios de selecção individuais de cada criança. A idade mínima para
colocação de um implante cóclear é actualmente de 12 meses. Para as
crianças com mais de 4 anos de idade, o implante depende da estimulação
anterior da via auditiva, uma vez que a plasticidade neuronal diminui para
além desta idade. A técnica cirúrgica usada mais frequentemente é a via
transmastóidea com timpanotomia posterior. Dependendo da etiologia da
surdez poder-se-ão usar técnicas cirúrgicas diferentes melhorando desta
forma, o resultado audiológico final. Os implantes cócleares bilaterais,
permitem uma aproximação da audição da criança surda à audição
biauricular, encontrada na criança sem patologia. O sucesso de um implante depende do apoio da família e amigos à criança assim como, da capacidade
de cumprir as consultas de follow-up. O otorrinolaringologista desempenha
um papel importante, numa equipa multidisciplinar de atendimento ao
deficiente auditivo contudo, é através da actuação conjunta dos membros
desta equipa, que possibilitará a integração do indivíduo surdo assim como, a
sua reabilitação auditiva.
Objectivo: demonstrar a importância da reabilitação auditiva no caso
de crianças com surdez severa/profunda assim como, realçar a importância
de coadunar o tipo de reabilitação auditiva, à situação do desenvolvimento
individual de cada criança.
Métodos: Recolha de bibliografia através das bases de dados digitais
oferecidas pela Universidade, nomeadamente a PubMed (através do portal Bon,
da Fundação para a Computação Científica Nacional) com os termos,
“implante cóclear em crianças”, “reabilitação auditiva em crianças”,
“habilitação auditiva” nos idiomas português, inglês e francês.
Contextualização do tema/Discussão: O ouvido tem a capacidade de
transformar o som, que é essencialmente energia mecânica (vibratória) em
sinal eléctrico. Uma vez transformado em sinal eléctrico, o mesmo é capaz de
ser transmitido através do VIII par craniano até ao sistema nervoso central.
Quando há lesão da cóclea ou das estruturas nervosas que se encontram
para além da cóclea, então o diagnóstico será de surdez neurossensorial.
Após o diagnóstico de surdez é importante ter em atenção a etiologia da
surdez, o grau de surdez, bem como a cronologia de aparecimento. A surdez neurossensorial adquire especial importância no caso das crianças, pela
limitação da patologia no desenvolvimento cognitivo e social da criança. O
diagnóstico de surdez neurossensorial é feito com base em testes
psicoacústicos, acústicos/fisiológicos e electrofisiológicos.
Na reabilitação auditiva, a prótese auditiva e o implante cóclear são
métodos de eleição no tratamento da surdez neurossensorial, contudo o
implante cóclear bilateral, apresenta-se como opção de primeira linha, no
caso das crianças (em período pré-lingual) com perda bilateral profunda
neurossensorial, com patologia limitada à cóclea, que apresentam pouco ou
nenhum beneficio com o uso de amplificação sonora após reabilitação por 3-6
meses e que se comprometam com um programa para o desenvolvimento da
linguagem pós-cirúrgico. No caso das crianças em período pós-lingual, os
critérios para implante cóclear, baseiam-se num índice de reconhecimento da
fala menor do que 30%, com a melhor amplificação possível com prótese
convencional e que, apresentem compromisso com terapia fonoaudiológica,
sem coexistir contra-indicação médica.
O implante cóclear, adquire especial importância nos casos
anteriormente referidos, valorizado pelo facto de ser, inovador tanto na
tecnologia, como na técnica cirúrgica que usa.
O sucesso de um implante cóclear dependerá não só do apoio familiar
da criança como também, do seguimento por uma equipa multidisciplinar
constituída por audiologistas, psicólogos, assistentes sociais, terapeutas da
fala, professores e otorrinolaringologistas.
Conclusão: Quanto mais cedo submeter-se a criança a um implante
cóclear, melhores serão os resultados audiológicos posteriormente. Os implantes cócleares bilaterais apresentam melhores resultados audiológicos,
aproximando-se da audição biauricular da criança sem patologia
neurossensorial. No processo de (re) habilitação neurossensorial deverá fazer
parte uma equipa multidisciplinar.
Description
Keywords
Surdez neurossensorial - Crianças Surdez - Criança - Implante cóclear Surdez - Criança - Reabilitação auditiva Surdez - Criança - Prótese auditiva
Pedagogical Context
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Publisher
Universidade da Beira Interior