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Toda a expressão é visibilidade da vivência. É aqui, na vivência, que tudo acontece com naturalidade, tal como a erva cresce sem se ver, mesmo que seja contra minha vontade. No entanto, todas as vezes que me envolvo na expressão, que ainda é vivência minha, ao mesmo tempo que descubro quem eu sou, sinto também saudades do abrigo do silêncio onde melhor me encontro comigo mesmo. Só que este silêncio pressupõe ainda o desconforto da expressão, porque é na expressão que eu me reencontro no mundo humano, fazendo de mim quem sou. Desconforto este que aparece, por um lado, porque na expressão se dá a experiência radical da finitude, por outro lado, todo o acto de expressão é um rasgar da intimidade, abertura a um outro eu que em mim se instala. Sei que sou finito, não por saber que há um nascimento e uma morte na estrutura da vida que eu sou, mas sim porque na vivência da minha expressão descubro quão limitado sou a este nível. Nunca tenho pensamentos claros para mim. As palavras nunca são coincidentes com as minhas ideias, nem as minhas ideias coincidentes com a minha vivência. As palavras, ao mesmo tempo que manifestam o sentido, escondem sempre um outro sentido. Rigorosamente, "nós não sabemos o que pensamos." [...]
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in Arquitectura, II Série, n.º 2/4 (2004), Universidade Lusiada Editora, Lisboa.