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Saúde mental, suporte percebido, utilização de serviços e satisfação

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OBJETIVOS: Nos últimos anos, tem-se evidenciado a importância de compreender as questões relacionadas com a saúde mental em contexto prisional. O presente trabalho tem como objetivo analisar a perceção de reclusos sobre a sua saúde mental, bem como sobre a utilização de serviços de saúde mental, suporte e satisfação com a prisão. MÉTODO: A amostra é constituída por 136 participantes do sexo masculino, com idades compreendidas entre os 21 e os 68 anos (M= 38.27, DP= 11.408). A recolha de dados foi realizada com recurso a um instrumento desenvolvido no âmbito de um projeto Europeu (AWARE, 2018- 2021). RESULTADOS: Verificou-se que, relativamente à perceção de saúde mental, a preocupação diária assinalada mais frequentemente refere-se a “Sinto-me um falhado e que deixei a minha família mal” (52.6%), sendo que os reclusos consideram que estas preocupações têm um impacto atual (22.83%) e futuro (22.11%). Ao nível da perceção de saúde mental, esta parece ser pior nos reclusos que não têm escolaridade obrigatória, assim como nos participantes que pediram ajuda profissional e indicam que a mesma não foi atendida. Relativamente ao suporte percebido, os resultados demonstram que a fonte de suporte à qual os participantes recorrem com maior frequência é a família/parceiro(a), bem como, que um maior suporte do colega de cela se associa a uma perceção de melhor saúde mental. Quanto à utilização de serviços, verificou-se que a maioria já recebeu algum tipo de apoio profissional, contudo, atualmente, a grande maioria dos participantes não se encontra em terapia, sendo os mais velhos aqueles que mais recorrem a este apoio. Verifica-se ainda que, quanto maior a perceção de barreiras à utilização de serviços, pior a perceção de saúde mental. No que diz respeito à satisfação com a prisão, um menor número de preocupações diárias, uma menor perceção de barreiras à utilização de serviços de saúde mental e um maior número de fontes de suporte percebido apresentam-se como preditores de uma maior probabilidade de estar satisfeito com a instituição. CONCLUSÕES: Um dos contributos deste estudo insere-se no facto de este ser inovador no estudo da perceção de barreiras à utilização de serviços de saúde mental e satisfação dos reclusos, no contexto português. No final, são ainda discutidas as implicações para a teoria e prática dos resultados do presente estudo, sugerindo propostas para estudos futuros.
OBJECTIVES: During the past years, the importance of understanding issues related to mental health in the prison context has become evident. This work aims to understand inmates’ perception about their mental health, as well as the perception about the use of mental health services, support and satisfaction with prison. METHOD: The sample consists of 136 male participants, aged between 21 and 68 years old (M = 38.27, SD = 11.408). Data collection was performed using an instrument developed within the framework of a European project (AWARE, 2018-2021). RESULTS: It was found that, regarding the perception of mental health, the daily concern mentioned most often refers to “I feel like a failure and I made my family feel bad” (52.8%), with prisoners considering that these concerns have a current (22.83%) and future (22.11%) impact. In terms of the perception of mental health, this seems to be worse in participants who do not have compulsory education, as well as in participants who asked for professional help and indicate that it was not attended. Regarding the perceived support, the results demonstrated that the source of support that the participants use most often is the family member/partner, as well as that greater support from the cellmate is associated with a perception of better mental health. As for the use of services, it was found that most have already received some type of professional support, however, currently the vast majority of participants are not in therapy, with the older people who most resort to this support. It is also noted that the greater the perception of barriers to the use of services, the worse the perception of mental health. With regard satisfaction with prison, a lower number of daily concerns, a lower perception of barriers to the use of mental health services and a greater number of perceived sources of support are presented as predictors of a greater probability of being satisfied with the institution. CONCLUSIONS: One of the contributions of this study is that it is innovative in the study of the perception of barriers to the use of mental health services and on the satisfaction of prisoners, in the Portuguese context. In the end, the implications of the results of the present study are also discussed, suggesting proposals for future studies.

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Contexto Prisional Perceção de Barreiras Satisfação Saúde Mental Suporte Social

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