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Simulation as a learning resource in medical education

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Background: The use of simulation in medical education ensures improved learning and an increase in experience without the risk of real events. The absence of previous training in the execution of technical procedures may involve risks to the patient, inseparable from the technique in question. Thus, medical education is decisive in preventing medical errors, and simulation has a critical role in this field. Different approaches, such as mixed-realism scenarios, high-fidelity mannequins, and virtual reality, are used in simulation as resources for medical education. Simulation can be used to train technical and non-technical skills such as team endeavor, team communication, and clinician-patient communication. The latter, which includes the disclosure of an adverse event to a patient, contributes to the increase in the clinician's confidence. Although the recognition of simulation as a fundamental resource in medical education has been increasing in the last years, there is a lack of implemented courses, as part of pre- and post-graduate medical training, and quantitative evaluation of the impact of these courses in residency and, at ultimately, in patient care improvement. Objectives: To increase anesthesiology training's efficacy and safety by including simulation training as a mandatory component of Anesthesiology Residency. To accomplish this primary objective, the work was divided into three aims: 1) to train and evaluate, through the construction of an evaluation instrument divided into two-parts: the participation in a clinical episode that triggered an adverse event in a simulation scenario in an Operating Room context and the dissemination of the same adverse event, in a hybrid simulation scenario; 2) to design a skill training program, in a simulation environment according to the programmatic contents included in the Portuguese Residency in Anesthesiology including technical and non-technical skills; 3) to implement and evaluate the program through the construction and validation of self-assessment questionnaires answered by the residents before and after each simulation module. Results: The comprehensive methodology involving mixed-realism simulation engaged 42 Anesthesiology residents in an adverse event and its disclosure to the patient. It allowed practicing to a range of patients’ answers through the different stages of a grief response. The instruments to assess the performance and the anesthesiology residents' disclosure practice showed excellent interrater reliability and high internal consistency (p<0.05). Three-hundred and forty individuals attended the competencies training program for Portuguese Anesthesiology residents, designed according to the programmatic contents defined by the Portuguese Board of Anesthesiology: 76 from the first year, 89 from the second, 82 from the third, and 93 from the fourth and last year. For the evaluation of this program, self-assessment questionnaires to be applied before and after each simulation module were designed, and the internal consistency was tested, indicating a high internal consistency of all questionnaires. Students assessed the importance attributed to several main technical concepts in Anesthesiology, and their training and experience before and after each simulation course. The results were statistically significant in almost all comparisons (p<0.05). Likewise, these questionnaires also included questions regarding non-technical skills such as need for help, making mistakes, self-efficacy over time, need for support, communication, and team attitude. Over time, the need for support and the number of mistakes increased from the residents' perspective (p<0.001). However, the students assumed that, through the residency, there was an improvement in the communication skills since they easily expressed their opinion, even if they disagreed with the consultant anesthesiologist. Unanimity is highlighted regarding the importance of non-behavioral competencies for clinical practice excellence, identified by 4th-year residents at the end of training with simulation. Finally, the residents rated all the programmatic contents addressed during the simulation modules as highly important. The last year's topics were the ones with numerically higher importance attributed by the trainees. Conclusions: The evaluation instrument divided into two parts demonstrated solid psychometric properties to evaluate the performance of communication to the patient of the occurrence of an adverse effect. The mixed concept of reality-simulation allowed residents to be involved in an adverse event and train their communication before direct contact with a patient. The construction of a simulation program according to the Anesthesiology Residency's pedagogical contents improves training in this area without putting patients at risk. It has repercussions on recognizing the error, enriching the value of self-confidence and the fundamental role of behavioral skills.In the end, this study showed that simulation also has repercussions on the identification of gaps that must be overcome before the residents become independent, culminating in improved patient safety. Together, the results obtained emphasize the positive impact of simulation as a learning instrument of the Medical Residency in Anesthesiology.
Introdução: O uso da simulação no ensino médico assegura uma melhoria na aprendizagem e um acréscimo de experiência, sem o risco dos eventos reais. A ausência de treino prévio na execução de procedimentos técnicos pode associar risco para o doente, indissociável da técnica em questão. Assim, a educação e o treino em segurança são decisivos para a prevenção do erro médico. Neste contexto, a simulação tem um papel determinante. Diferentes abordagens, como cenários híbridos realidade-simulação, manequins de altafidelidade e realidade virtual são usadas em simulação enquanto recurso de ensino médico. A simulação pode ser utilizada na aquisição de competências técnicas e competências não técnicas, como o trabalho de equipa, a comunicação em equipa e a comunicação médicodoente. A relação médico-doente pode também ser desenvolvida pelo treino de situações como a comunicação de um evento adverso a um doente ou familiar. Embora o reconhecimento da simulação como instrumento fundamental na educação médica tenha aumentado nos últimos anos, falta ainda a sua integração na formação médica pré e pós-graduada, tal como a avaliação quantitativa dessa integração no desempenho dos médicos internos e, em última instância, na melhoria assistencial do doente. Objetivos: Aumentar a eficácia e a segurança da formação em Anestesiologia através da inclusão do treino em simulação como componente obrigatória do programa de formação específica desta especialidade. Para atingir esse objetivo principal, o trabalho foi dividido em três objetivos secundários: 1) Treinar e avaliar, através da construção de um instrumento de avaliação dividido em duas partes: a participação num episódio clínico que desencadeou um efeito adverso num cenário de simulação em contexto de bloco operatório e a divulgação do mesmo evento adverso, num cenário híbrido de simulação; 2) desenhar um programa de formação de competências, em ambiente de simulação, de acordo com os conteúdos programáticos incluídos no Internato de Anestesiologia, incluindo competências técnicas e não técnicas; 3) implementar e avaliar o programa através da construção e validação de questionários de autoavaliação respondidos pelos internos antes e depois de cada curso de simulação. Resultados: A metodologia que envolveu a utilização da técnica de simulação mista realidade-simulação contou com a participação de 42 internos de Anestesiologia na simulação de um evento adverso e na sua comunicação ao doente. Este estudo permitiu a prática de um conjunto de respostas aos doentes ao longo das diferentes fases do luto. Os instrumentos para avaliar o desempenho e a prática da comunicação do efeito adverso pelos internos de Anestesiologia, apresentaram uma excelente fiabilidade e elevada consistência interna (p<0,05). O programa de formação de competências para internos portugueses de Anestesiologia, desenhado de acordo com os conteúdos programáticos definidos pelo Colégio de Anestesiologia da Ordem do Médicos, contou com a participação de 340 médicos: 76 internos do primeiro ano, 89 do segundo, 82 do terceiro e 93 do quarto e último ano. Para a avaliação deste programa foram construídos questionários de autoavaliação para serem aplicados antes e depois de cada módulo do programa de simulação. A consistência interna foi testada e considerada elevada em todos os questionários. Os participantes avaliaram a importância atribuída a diversos conceitos técnicos em Anestesiologia, e a sua formação e experiência antes e depois de cada curso de simulação. Os resultados foram estatisticamente significativos na maioria das comparações (p<0,05). Da mesma forma, os questionários permitiram autoavaliar a evolução do desempenho clínico e competências não técnicas, tais como a consciência situacional, o pedido de ajuda, a comunicação e o trabalho de equipa. Ao longo do tempo, na perspetiva dos internos, a necessidade de apoio e o número de erros aumentaram (p<0,001). Os médicos internos assumiram também que ao longo do internato houve uma melhoria da capacidade de comunicação, uma vez que mais facilmente expressam a sua opinião, mesmo discordando do anestesiologista sénior. Realça-se a unanimidade em relação à importância das competências não comportamentais para a excelência da prática clínica, identificada pelos internos do 4º ano no final das formações com simulação. Por fim, os participantes deram elevada importância a todos os conteúdos programáticos abordados durante os módulos de simulação, com maior relevância nos temas abordados no último ano. Conclusões: O instrumento de avaliação dividido em duas partes demonstrou fortes propriedades psicométricas para avaliar o desempenho da comunicação ao doente da ocorrência de um efeito adverso. O conceito misto de realidade-simulação permitiu que os internos estivessem envolvidos num evento adverso e treinassem a sua comunicação antes do contato direto com um doente. A construção de um programa de simulação de acordo com os conteúdos pedagógicos do Internato de Anestesiologia melhora não só a formação nesta área, sem colocar os doentes em risco, como tem repercussão no reconhecimento do erro, enriquecendo o valor da autoconfiança e o papel fundamental das competências comportamentais. No final, este estudo mostrou que a simulação também tem repercussão na identificação de lacunas que devem ser ultrapassadas antes que os internos se tornem independentes, culminando na melhoria da segurança do doente. Em conjunto, os resultados obtidos vêm enfatizar o impacto positivo da simulação como instrumento de aprendizagem do Internato Médico de Anestesiologia.

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Anestesiologia Educação Médica Competências Técnicas Competências Não-Técnicas Comunicação Comportamento Medicina - Treino de Equipa Medicina- Recurso Pedagógico - Simulação

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