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Authors
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Abstract(s)
O aparecimento de resistência a antimicrobianos utilizados na prática clínica é algo que
preocupa a comunidade científica em geral. Diariamente são documentadas novas resistências
e são descobertas novas estirpes possuidoras de genes de resistência anteriormente
desconhecidos. Um dos casos mais preocupantes é o caso do Staphylococcus aureus resistente
à Meticilina (MRSA). O MRSA, além de apresentar uma distribuição muito ampla a nível
mundial possui, caracteristicamente, uma elevada resistência a diversos antimicrobianos.
Adicionalmente, este agente infeccioso tem a possibilidade de ser portador de diversos genes
de virulência. Assim, a diminuição das defesas imunológicas do hospedeiro causada pelos
factores de virulência, juntamente com a reduzida susceptibilidade aos agentes
quimioterapêuticos, torna o MRSA portador de genes de virulência um agente infeccioso
muito temido.
Neste contexto, no presente estudo procedeu-se à determinação da frequência de MRSA
em isolados de duas unidades hospitalares do Norte de Portugal durante o período de 6
meses. Para tal, através da técnica Multiplex Polymerase Chain Reaction (mPCR) procedeu-se à
detecção simultânea do gene que confere a resistência à Meticilina, o mecA, e dos genes que
são responsáveis pelo factor de virulência Panton-Valentine Leukocidin, lukF-PVL e lukS-PVL
(lukFS-PVL). O cluster lukFS-PVL foi amplificado num único produto de mPCR. Procedeu-se
também ao estudo comparativo da susceptibilidade a vários antimicrobianos, de diferentes
classes, entre os isolados não possuidores do gene mecA e os isolados possuidores do gene
mecA e entre os isolados não possuidores do gene lukFS-PVL e os isolados possuidores do gene
lukFS-PVL. Para tal, foi utilizado o método de difusão de disco Kirby-Bauer, comparando-se a
frequência de isolados resistentes entre os vários isolados em estudo.
Foram obtidos resultados que indicam uma frequência de aproximadamente 50% de
isolados MRSA e uma frequência de 9% de isolados portadores do gene lukFS-PVL, na amostra.
Relativamente aos perfis de susceptibilidade dos isolados em estudo, concluiu-se que para a
maioria dos antimicrobianos utilizados os isolados portadores do gene mecA apresentavam
mais resistências que os isolados não portadores do gene mecA. Esta situação não terá,
certamente, uma única e fácil justificação. De facto, a explicação será complexa e
multifactorial. Poderão estar envolvidos mecanismos bioquímicos e moleculares relativos a
outros genes na vizinhança dos mecA cujas transcrição, recombinação e transferência poderão
ocorrer simultaneamente. Poderão ser apontadas, também, razões de ordem clínica como, por exemplo, a grande pressão terapêutica com diversos fármacos que muitas vezes é complicada
com a má utilização destes. No entanto, foram também observadas frequências de resistência
baixas ou praticamente nulas para alguns antimicrobianos.
A resistência a antimicrobianos tem várias implicações como, por exemplo, os custos a nível
hospitalar e a incapacidade de tratar as infecções causadas pelos microrganismos resistentes.
Assim, é necessário continuar e melhorar o esforço na prevenção da transmissão do MRSA
com estratégias de controlo da infecção hospitalar, de políticas do medicamento, de educação
para a saúde das populações e apostar em estudos de controlo epidemiológico e na
investigação e desenvolvimento de novas moléculas terapêuticas de modo a abrandar a
tendência de propagação destes microrganismos patogénicos por todo o mundo.
Description
Keywords
Staphylococcus aureus Staphylococcus - Penicilina Staphylococcus - Meticilina