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Outcomes do Transplante PancreƔtico na Diabetes Tipo 2

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Abstract(s)

A Diabetes Mellitus (DM) é uma doença crónica com elevada prevalência mundial, caracterizada pela insuficiente produção pancreÔtica de insulina ou pela incapacidade de o organismo utilizar esta hormona, levando a um estado hiperglicémico persistente. A DM Tipo 2 (DMT2) é um dos principais tipos de diabetes, acometendo 90-95% dos casos. A hiperglicemia persistente a que estes pacientes estão sujeitos resulta em inúmeros efeitos lesivos, originando complicações das quais se destacam a nefropatia, a neuropatia e a retinopatia diabéticas. A nefropatia diabética é a principal causa de Doença Renal Crónica Terminal (DRCT), correspondendo a uma diminuição progressiva da função renal. Assim, pacientes selecionados, com DRCT e diabetes concomitante, podem beneficiar de transplante simultâneo do pâncreas e do rim [SPKT] restabelecendo eficazmente a função endócrina e renal. Para além deste tipo de transplante, esta revisão também abordarÔ os seguintes, menos comuns: PBKT [Transplante PancreÔtico Prévio ao Renal], PTA [Transplante Isolado do Pâncreas], SPLKT [Transplante Simultâneo de Pâncreas, Fígado e Rim], PAKT [Transplante PancreÔtico Após Transplante Renal], PALT [Transplante PancreÔtico Após Transplante HepÔtico] e FPSCT [Transplante de Células-Tronco PancreÔticas Fetais]. Se, por um lado, é consensual a realização criteriosa do transplante pancreÔtico em diabéticos tipo 1, o mesmo não se verifica ainda na diabetes tipo 2, onde a sua aplicabilidade ainda é questionada. Deste modo, esta revisão tem como objetivo analisar quais os outcomes principais associados ao transplante pancreÔtico nos diabéticos tipo 2 e aferir a sua viabilidade. Para isso, realizamos uma pesquisa bibliogrÔfica na PubMed, Scopus e ISI Web of Science, da qual resultaram 17 artigos posteriormente incluídos nesta revisão. Estes artigos descrevem transplantes realizados entre 1995 e 2020, em pacientes com idades compreendidas entre os 18 e os 65 anos, onde se verificou uma notória discrepância geogrÔfica da intervenção em causa, sendo que 53% dos estudos são referentes aos Estados Unidos da América. Nesta revisão de literatura, inferiu-se ainda que o transplante pancreÔtico em pacientes com Diabetes Mellitus Tipo 2 é uma prÔtica em expansão contínua e que o SPKT é o mais comummente realizado. Em relação aos outcomes, verificou-se que o nível de HbA1c, a glicose média e a necessidade diÔria de insulina sofreram uma evolução positiva significativa após o transplante. O nível de péptido-C subiu na maioria dos estudos, demonstrando a evolução positiva da produção endógena de insulina. Quanto às complicações associadas ao transplante, as taxas de rejeição variaram entre os 10% e os 36%, e as restantes complicações cirúrgicas (tais como infeções, abcessos, hemorragias e leaks pancreÔticos) variaram de 0% a 83%. A taxa de sobrevivência dos pacientes foi superior a 90%, 1 ano após o transplante, mas com posterior decréscimo para 75%-90% 5 anos após o procedimento. Em relação aos enxertos, estes apresentaram uma taxa de sobrevivência inferior, variando de 80% a 90% após 1 ano de transplante e, posteriormente, de 60% a 70% aquando dos 5 anos pósintervenção. Concluindo, verificou-se uma tendência positiva nos outcomes do transplante pancreÔtico em diabéticos tipo 2, com taxas de sobrevivência e indicadores analíticos de manutenção da doença a demonstrarem o sucesso da abordagem. Assim, demonstrou-se a necessidade de ponderar o transplante pancreÔtico como um novo método terapêutico, e eventual cura, de uma das mais preponderantes epidemias do século XXI.
Diabetes Mellitus (DM) is a chronic disease with a high worldwide prevalence, characterized by insufficient pancreatic insulin production or by the body's inability to use the hormone, leading to a persistent hyperglycaemic state. Type 2 DM is responsible for most of the cases, affecting 90-95% of diabetes’ patients. The persistent hyperglycaemia to which these patients are subject results in numerous harmful effects, leading to complications such as nephropathy, neuropathy, and diabetic retinopathy. Diabetic nephropathy is the main cause of end-stage Chronic Kidney Disease (CKD) and is characterised as a progressive decrease in kidney function. Thus, selected patients with concurrent end-stage CKD and diabetes may benefit from simultaneous pancreas and kidney transplantation [SPKT] by effectively restoring endocrine and renal function. In addition to this type of pancreatic transplant, others are addressed in this review: PBKT [Pancreas Before Kidney Transplantation], PTA (Pancreas Transplantation Alone), SPLKT [Simultaneous Pancreas, Liver and Kidney Transplantation], PAKT [Pancreas After Kidney Transplantation], PALT [Pancreas After Liver Transplantation] and FPSCT [Fetal Pancreatic Stem Cell Transplantation]. If, on the one hand, the judicious performance of pancreatic transplantation in type 1 diabetics is consensual, the same does not yet apply to type 2 diabetes, where its appliance is still questioned. Thus, this review aims to analyse what are the main outcomes associated with pancreatic transplantation in type 2 diabetics and to assess its viability. For this, we performed a literature search in PubMed, Scopus and ISI Web of Science, resulting in 17 articles later included in this review which described pancreatic transplantations from 1995 to 2020 in diabetic patients aged 18-65 years old. This study confirms that Pancreatic Transplantation in Patients with Type 2 Diabetes Mellitus is a continually expanding practice and that SPKT is the most commonly performed. The geographic discrepancy of this practice is also notorious, with 53% of the studies referring to the United States of America. Regarding outcomes, HbA1c level, average glycaemia and daily insulin requirements had a significant positive evolution post-transplantation when compared with pretransplantation values. As for C-peptide, its levels either increased or remained constant in most studies, serving as a positive proxy for endogenous production of insulin. As for complications associated with the transplant, rejection rates ranged from 10 to 36%, and the remaining surgical complications (such as infections, abscesses, bleeding and pancreatic leaks) ranged from 0 to 83%. The patient survival rate 1 year post transplant was higher than 90%, decreasing to 75-90% after 5 years. Regarding the grafts viability, these had a lower survival rate, ranging 80-90% after 1 year of transplantation and later, from 60 to 70% at 5 years postintervention. In conclusion, a positive trend in pancreatic transplantation in type 2 diabetes patients was verified, with survival rates and disease management analytical markers’ showing the intervention’s success. Thus, the need to equate pancreatic transplantation as a new viable therapy, and eventual cure, for one of the most preponderant 21st Century epidemics is demonstrated.

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Diabetes Tipo 2 Hba1c Insulina PƩptido-C Transplante PancreƔtico

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