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Abstract(s)
According to the conclusions of the reports of several international institutions, such as the International Monetary Fund, the Latin American and Caribbean region has suffered from a lack of investment in physical capital in recent decades. This is especially true if one looks at both the levels and the state of their infrastructures. As might be expected, this is not a desirable situation, mainly because, according to the same reports, it can give rise to several harmful effects on the economies of this region. That said, it is natural that there is less and less doubt about the fact that in order to promote the development of the Latin American and Caribbean region, it will, in the near future, have to be able to increase its levels of physical capital.
Considering the facts stated above, several essays were prepared in this thesis in order to (1) assess the impacts of physical capital on the development of the region; and (2) help the regional policy makers in the development of their future investment strategies. It was taken advantage of the data on public and private capital that was recently made available by the International Monetary Fund to achieve these objectives. Initially, the idea was only to use the data on the public capital stock since it is the one that is linked to the government's provision of economic and social infrastructure. However, as the private capital stock data was also available, it was also included in the analysis. Why stocks? Because in this way, instead of just accounting for the annual flows of public and private investment (only capital increases), it accounts for the volume of existing capital, as well as for the effects of depreciation.
The first essay was based on the historical analysis of the evolution of both types of capital in the Latin American and Caribbean region from 1970 to 2017, in order to be able to verify if there was, in fact, a lack of investment in physical capital in this region. Using the data from the International Monetary Fund, the progress of investment and stocks in this region during the previously stated period was graphically analysed, accompanying this analysis with, pass the redundancy, the analysis of the economic conjuncture of the region and with comparisons with the evolution of the physical capital in similar regions. The results of this analysis seem to confirm the hypothesis that this region suffers from a lack of investment in physical capital, with the Latin American and the Caribbean being characterised by a relatively low level of public investment (especially when compared to similar regions), by a very volatile private investment and by a very slow evolution (in some periods almost constant) of its public and private capital stocks as a percentage of gross domestic product (GDP).
After this more descriptive analysis, the three essays that followed were based on empirical analysis applied to Latin American and Caribbean countries panels, in order to study the effects from both capital stocks on the region's economic growth, on the region's income inequality levels and on the region's energy intensity, respectively. In this way, it was possible to evaluate the contributions that public and private capital stocks had in various development fields, namely in the economic, socioeconomic and sustainable fields.
Regarding the methodologies that were used, in the second essay of this thesis, where the relationship between the capital stocks and economic growth was investigated, the panel vector autoregressive (PVAR) methodology was used to study the short-run impacts and Granger's causalities, whereas the panel dynamic ordinary least squares (PDOLS) and panel fully modified ordinary least squares (PFMOLS) estimators were used to study the long-run impacts. In the third essay, where the impacts of both capital stocks on income inequality were analysed, the panel autoregressive distributed lag (PARDL) model and the Driscoll-Kraay (DK) estimator with fixed effects were used to study the short- and long-run impacts of the variables. Finally, in the fourth essay, where the role of public capital stock and private capital stock in the region's energy intensity was studied, the panel autoregressive distributed lag (PARDL) model and the Driscoll-Kraay (DK) estimator with fixed effects were again used to study the short- and long-run impacts of the variables. In addition, the log t regression test method and the club clustering algorithm were also used in order to investigate the various convergence clubs in terms of energy intensity, whereas the ordered-logit model was used to verify whether capital stocks were important determinants for the club's formation.
The results from the essays seem to indicate that: 1) both public and private capital had a positive effect on the long-run economic growth of the Latin American and the Caribbean countries; 2) in the short-run, public capital seems to have had negative effects on both growth and private capital (crowd-out effect); 3) the capital stock (public, private and total) seems to have contributed to the increase in income inequality in the short-run; 4) in the long-run, this effect seems to disappear (which still does not demonstrate a contribution of physical capital to the reduction of income inequality); 5) both types of capital (public and private) appear to have had an enhancing effect on the long-run energy intensity of the Latin America and the Caribbean countries; 6) the public and private capital stocks did not prove to be determinant factors for the formation of the clubs.
Through these results, it can be concluded that there is, in fact, a lack of investment in physical capital in Latin America and the Caribbean and that, therefore, in order to promote the development of the region, regional governments should increase their investment levels (through better financing methods) and create conditions to attract private investment, at the same time as they develop strategies that allow to public and private capital to act as complements. They should also improve the quality of their investment projects, as well as their selection criteria, channelling a significant part of the new investments to the poorest/underdeveloped areas, creating incentives for private investment also to reach these areas. Finally, they must ensure that the new physical capital is more energy-efficient and should create measures to encourage the private sector to follow this same trend.
Segundo as conclusões dos relatórios de várias instituições internacionais, como o Fundo Monetário Internacional, a região da América Latina e Caraíbas tem vindo a sofrer de uma falta de investimento em capital físico nas últimas décadas. Facto que se verifica principalmente se olharmos tanto para os níveis como para o estado das suas infraestruturas. Como seria de esperar, esta não é de todo uma situação desejável, principalmente porque, de acordo com os mesmos relatórios, pode dar origem a vários efeitos nefastos nas economias desta região. Posto isto, é natural que cada vez sejam menos as dúvidas relativamente ao facto de que para promover o desenvolvimento da região da América Latina e Caraíbas, esta terá, num futuro próximo, de ser capaz de aumentar os seus níveis de capital físico. Tendo em conta os factos enunciados anteriormente, nesta tese elaborámos vários ensaios com o intuito de: 1) avaliar os impactos do capital físico no desenvolvimento da região; 2) ajudar os decisores políticos regionais na elaboração das suas futuras estratégias de investimento. Para atingir estes objetivos, tirámos partido dos dados que foram recentemente disponibilizados pelo Fundo Monetário Internacional relativos ao capital público e privado da região. Inicialmente a nossa ideia seria apenas utilizar os dados referentes ao stock de capital público, pois é aquele que está ligado à provisão de infraestruturas económicas e sociais pelos governos, no entanto, como os dados para o stock de capital privado também se encontravam disponíveis, decidimos também incluir esta variável na nossa análise. Porquê stocks? Porque desta forma ao invés de apenas contarmos com os fluxos anuais de investimento público e privado (apenas os acréscimos de capital), contamos com o volume de capital existente na realidade, bem como com os efeitos da depreciação. Podemos começar por referir que o primeiro ensaio se prendeu com a análise histórica da evolução de ambos os tipos de capital na região da América Latina e Caraíbas desde 1970 até 2017, por forma a poder verificar se existiu de facto uma falta de investimento em capital físico nesta região. Recorrendo aos dados do Fundo Monetário Internacional, foram elaborados gráficos referentes ao progresso do investimento e dos stocks nesta região durante o período temporal previamente enunciado, acompanhando esta análise com, passe a redundância, a análise da conjuntura económica da região e com comparações com a evolução do capital físico em regiões similares à América Latina e Caraíbas. Os resultados desta análise parecem apontar para a veracidade da hipótese de que a região sofre de uma falta de investimento em capital físico, sendo a região da América Latina e Caraíbas caracterizada por um nível relativamente baixo de investimento público (principalmente quando comparada com regiões semelhantes), por um investimento privado muito volátil e por uma evolução muito lenta (em alguns períodos quase constante) dos seus stocks de capital público e privado em percentagem do produto interno bruto (PIB). Depois desta análise mais descritiva, os três ensaios que se seguiram basearam-se em análises empíricas aplicadas a painéis de países da América Latina e Caraíbas, no sentido de estudar os efeitos de ambos os stocks de capital no crescimento económico da região, nos níveis de desigualdade de rendimentos da região e na intensidade energética da região, respetivamente. Desta maneira pudemos avaliar as contribuições que os stocks de capital público e privado tiveram em vários campos do desenvolvimento, nomeadamente nos campos económico, socioeconómico e sustentável. Relativamente às metodologias utilizadas, no segundo ensaio desta tese, onde investigámos a relação entre os stocks de capital e crescimento económico, utilizámos a metodologia panel vector autoregressive (PVAR), para estudar os impactos de curto prazo e causalidades de Granger, e os estimadores panel dynamic ordinary least squares (PDOLS) e panel fully modified ordinary least squares (PFMOLS), para estudar os impactos de longo prazo. No terceiro, onde estudámos os impactos de ambos os stocks de capital na desigualdade de rendimentos, utilizámos o modelo panel autoregressive distributed lag (PARDL) e o estimador Driscoll-Kraay (DK) com efeitos fixos (efetuando ainda uma correção dos modelos para os efeitos dos choques), para estudar os impactos de curto e de longo prazo. Por fim, no quarto, onde estudámos o papel do stock de capital público e do stock de capital privado na intensidade energética da região, utilizámos o modelo panel autoregressive distributed lag (PARDL) e o estimador Driscoll-Kraay (DK) com efeitos fixos, para estudar os impactos de curto e de longo prazo, o método log t regression test e o club clustering algorithm, para investigar os vários clubes de convergência em termos de intensidade energética, e o modelo ordered-logit, para verificar se os stocks de capital seriam determinantes na formação dos clubes. Os resultados dos ensaios presentes nesta tese parecem indicar que: 1) tanto o capital público quanto o privado tiveram um efeito positivo no crescimento económico de longo prazo dos países da América Latina e Caraíbas; 2) no curto prazo, o capital público parece ter produzido efeitos negativos tanto no crescimento como no capital privado (efeito crowd-out); 3) o stock de capital (público, privado e total) parece ter contribuído para o aumento da desigualdade de rendimentos no curto prazo; 4) no longo prazo, esse efeito parece desaparecer (o que continua a não demonstrar uma contribuição do capital físico para a redução da desigualdade de rendimentos); 5) ambos os tipos de capital (público e privado) parecem ter tido um efeito amplificador na intensidade energética de longo prazo da América Latina e Caraíbas; 6) os stocks de capital público e privado não demonstraram ser fatores determinantes para a formação dos clubes. Através destes resultados podemos concluir que existe, de facto, uma falta de investimento em capital físico na América Latina e Caraíbas e que, por isso, por forma a promover o desenvolvimento da região, os governos regionais deverão aumentar os seus níveis de investimento (através de melhores métodos de financiamento) e criar condições para atrair investimento privado, desenvolvendo estratégias que permitam que os capitais público e privado atuem como complementos. Deverão ainda melhorar a qualidade de seus projetos de investimento, bem como os seus critérios de seleção, canalizando uma parte significativa dos novos investimentos para as áreas mais pobres/subdesenvolvidas, criando também incentivos para o investimento privado chegar a essas áreas. Finalmente, deverão garantir que o novo capital físico seja mais eficiente do ponto de vista energético e criar medidas que incentivem o setor privado a seguir essa mesma tendência.
Segundo as conclusões dos relatórios de várias instituições internacionais, como o Fundo Monetário Internacional, a região da América Latina e Caraíbas tem vindo a sofrer de uma falta de investimento em capital físico nas últimas décadas. Facto que se verifica principalmente se olharmos tanto para os níveis como para o estado das suas infraestruturas. Como seria de esperar, esta não é de todo uma situação desejável, principalmente porque, de acordo com os mesmos relatórios, pode dar origem a vários efeitos nefastos nas economias desta região. Posto isto, é natural que cada vez sejam menos as dúvidas relativamente ao facto de que para promover o desenvolvimento da região da América Latina e Caraíbas, esta terá, num futuro próximo, de ser capaz de aumentar os seus níveis de capital físico. Tendo em conta os factos enunciados anteriormente, nesta tese elaborámos vários ensaios com o intuito de: 1) avaliar os impactos do capital físico no desenvolvimento da região; 2) ajudar os decisores políticos regionais na elaboração das suas futuras estratégias de investimento. Para atingir estes objetivos, tirámos partido dos dados que foram recentemente disponibilizados pelo Fundo Monetário Internacional relativos ao capital público e privado da região. Inicialmente a nossa ideia seria apenas utilizar os dados referentes ao stock de capital público, pois é aquele que está ligado à provisão de infraestruturas económicas e sociais pelos governos, no entanto, como os dados para o stock de capital privado também se encontravam disponíveis, decidimos também incluir esta variável na nossa análise. Porquê stocks? Porque desta forma ao invés de apenas contarmos com os fluxos anuais de investimento público e privado (apenas os acréscimos de capital), contamos com o volume de capital existente na realidade, bem como com os efeitos da depreciação. Podemos começar por referir que o primeiro ensaio se prendeu com a análise histórica da evolução de ambos os tipos de capital na região da América Latina e Caraíbas desde 1970 até 2017, por forma a poder verificar se existiu de facto uma falta de investimento em capital físico nesta região. Recorrendo aos dados do Fundo Monetário Internacional, foram elaborados gráficos referentes ao progresso do investimento e dos stocks nesta região durante o período temporal previamente enunciado, acompanhando esta análise com, passe a redundância, a análise da conjuntura económica da região e com comparações com a evolução do capital físico em regiões similares à América Latina e Caraíbas. Os resultados desta análise parecem apontar para a veracidade da hipótese de que a região sofre de uma falta de investimento em capital físico, sendo a região da América Latina e Caraíbas caracterizada por um nível relativamente baixo de investimento público (principalmente quando comparada com regiões semelhantes), por um investimento privado muito volátil e por uma evolução muito lenta (em alguns períodos quase constante) dos seus stocks de capital público e privado em percentagem do produto interno bruto (PIB). Depois desta análise mais descritiva, os três ensaios que se seguiram basearam-se em análises empíricas aplicadas a painéis de países da América Latina e Caraíbas, no sentido de estudar os efeitos de ambos os stocks de capital no crescimento económico da região, nos níveis de desigualdade de rendimentos da região e na intensidade energética da região, respetivamente. Desta maneira pudemos avaliar as contribuições que os stocks de capital público e privado tiveram em vários campos do desenvolvimento, nomeadamente nos campos económico, socioeconómico e sustentável. Relativamente às metodologias utilizadas, no segundo ensaio desta tese, onde investigámos a relação entre os stocks de capital e crescimento económico, utilizámos a metodologia panel vector autoregressive (PVAR), para estudar os impactos de curto prazo e causalidades de Granger, e os estimadores panel dynamic ordinary least squares (PDOLS) e panel fully modified ordinary least squares (PFMOLS), para estudar os impactos de longo prazo. No terceiro, onde estudámos os impactos de ambos os stocks de capital na desigualdade de rendimentos, utilizámos o modelo panel autoregressive distributed lag (PARDL) e o estimador Driscoll-Kraay (DK) com efeitos fixos (efetuando ainda uma correção dos modelos para os efeitos dos choques), para estudar os impactos de curto e de longo prazo. Por fim, no quarto, onde estudámos o papel do stock de capital público e do stock de capital privado na intensidade energética da região, utilizámos o modelo panel autoregressive distributed lag (PARDL) e o estimador Driscoll-Kraay (DK) com efeitos fixos, para estudar os impactos de curto e de longo prazo, o método log t regression test e o club clustering algorithm, para investigar os vários clubes de convergência em termos de intensidade energética, e o modelo ordered-logit, para verificar se os stocks de capital seriam determinantes na formação dos clubes. Os resultados dos ensaios presentes nesta tese parecem indicar que: 1) tanto o capital público quanto o privado tiveram um efeito positivo no crescimento económico de longo prazo dos países da América Latina e Caraíbas; 2) no curto prazo, o capital público parece ter produzido efeitos negativos tanto no crescimento como no capital privado (efeito crowd-out); 3) o stock de capital (público, privado e total) parece ter contribuído para o aumento da desigualdade de rendimentos no curto prazo; 4) no longo prazo, esse efeito parece desaparecer (o que continua a não demonstrar uma contribuição do capital físico para a redução da desigualdade de rendimentos); 5) ambos os tipos de capital (público e privado) parecem ter tido um efeito amplificador na intensidade energética de longo prazo da América Latina e Caraíbas; 6) os stocks de capital público e privado não demonstraram ser fatores determinantes para a formação dos clubes. Através destes resultados podemos concluir que existe, de facto, uma falta de investimento em capital físico na América Latina e Caraíbas e que, por isso, por forma a promover o desenvolvimento da região, os governos regionais deverão aumentar os seus níveis de investimento (através de melhores métodos de financiamento) e criar condições para atrair investimento privado, desenvolvendo estratégias que permitam que os capitais público e privado atuem como complementos. Deverão ainda melhorar a qualidade de seus projetos de investimento, bem como os seus critérios de seleção, canalizando uma parte significativa dos novos investimentos para as áreas mais pobres/subdesenvolvidas, criando também incentivos para o investimento privado chegar a essas áreas. Finalmente, deverão garantir que o novo capital físico seja mais eficiente do ponto de vista energético e criar medidas que incentivem o setor privado a seguir essa mesma tendência.
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Keywords
Stock de Capital Público Stock de Capital Privado Crescimento Económico Desigualdade de Rendimentos Intensidade Energética Países da América Latina e Caraíbas