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Abstract(s)
INTERFACE (s.f.) pressupõe, desde logo, um processo de interacção. É um
conceito de conexão vulgarmente empregue na informática, electrónica, artes e
comunicação, progressivamente em sentido mais virtual que material. Fenómeno
óptico e háptico, eminentemente sinestésico, a interface expande a experiência
e aumenta o sentido do real. Impõe-se culturalmente pelas múltiplas ligações e
mediações tecnológicas e meta-tecnológicas que opera, conjugando opostos: o
transparente e o opaco, o superficial e o profundo, o linear e o complexo.
As interfaces mais comuns baseiam-se em elementos visuais que executam
comandos num dado sistema, software, rede ou dispositivo. Dependem do
utilizador e transferem informação entre diversos domínios numa dada plataforma,
fixa ou móvel. O design de interfaces trata precisamente do desenvolvimento
de métodos, sistemas e objectos vocacionados para a conexão e a comunicação
de seres humanos entre si, com e através das máquinas, em regra recorrendo a
dispositivos visuais (GUI - Graphic User Interface) que articulam as componentes
estéticas, funcionais e tecnológicas. A investigação neste domínio tem progredido
muito, encontrando-se referências a interfaces em sentido figurado, literal ou
analógico.Sendo o design de interfaces uma actividade enquadrada por diversas normativas
e convenções, convoca igualmente o conhecimento das condições culturais e a
formação dos utilizadores potenciais. Qualquer interface possui a sua dinâmica
própria, no modo como estabelece e opera a transição ou a comutação entre
necessidades e meios, podendo ser avaliado pela sua eficácia e eficiência, tanto
na perspectiva de quem as comanda como de quem as utiliza. Os parâmetros
relevantes para essa avaliação passam necessariamente pela claridade e consistência
da informação e das instruções. A preocupação com os aspectos funcionais e
estéticos dos diversos dispositivos (devices) evoluiu para preocupações mais
intangíveis que embora progressivamente conotadas com os ecrãs, são extensíveis
aos âmbitos do design de comunicação e de produto e às diversas especialidades
que neles colaboram ou intervêm com as suas competências específicas.
A ideia de interface, enquanto potencial de mediação é, pois, próxima da de infraestrutura,
de rede (network) e sobretudo da capacidade de relacionar, transferir ou
condicionar informação ou energia, de interagir com outros sistemas ou objectos.
Na era da cibernética e da electrónica, em que se ensaiam novos modelos de
“presença”, as interfaces catalisam as relações entre mundos que alteram o real e
nos transformam enquanto pessoas. A generalidade das actividades humanas são
hoje quase interdependentes e impensáveis sem tais dispositivos hipertextuais ou
hipervisuais, simultaneamente acumuladores, distribuidores e geradores de sentido
e de capacidades individuais e colectivas.
Interface é, pois, um conceito polissémico capaz de reposicionar a fronteira entre
a natureza e o artifício, de fazer colapsar o paradigma mecânico por uma espaciotemporalidade
difusa. Ao adoptar a ideia de interface como tema da sua terceira
edição, a DESIGNA 2013 convoca uma plêiade de contributos provenientes das artes,
do design, da arquitectura e das artes plásticas, dando-lhes a possibilidade de se
intersectarem com outros domínios profissionais, científicos e tecnológicos.
Mantendo a sua lógica matricial, a DESIGNA propõe-se debater esta temática a
partir de seis painéis: Comunicação, Multimédia, Produto, Moda, Teoria e Ensino,
convidando ao envio de propostas originais, a integrar no programa final sob forma
de comunicação ou projecto.
Description
Keywords
Design editorial Design de interfaces
Citation
Publisher
Universidade da Beira Interior, Labcom